O goleiro que criou a ''dinastia do chocolate''


Ex-defensor do Corinthians, Aldo Malagoli largou os campos e foi aprender a fazer o doce. Deu tão certo que toda a família entrou no negócio - hoje, são 4 fábricas

Por Vitor Hugo Brandalise

Aldo Malagoli foi goleiro do Corinthians por cinco anos, entre 1958 e 1963. Sofreu com Pelé e Garrincha, ganhou fama de milagreiro, foi cotado para a seleção na Copa de 1962. E se aposentou cedo, aos 34 anos, quando quis se dedicar mais à família - decisão que o levou a andar cabisbaixo pelos campos da várzea. E agora, Aldo, que fazer da vida? Enquanto não decidia, aceitou um bico: venderia chocolates. Todos o conheciam, seria bom vendedor.Foi tão bem que consequências maiores surgiram. Numa tarde de bola num campo do Butantã, na zona oeste de São Paulo, o ex-ponta-direita Ari, do Radium Clube de Mococa, correu até ele. Será que Aldo teria interesse em aprender a fazer chocolate? Sua irmã trabalhava na fábrica da Kopenhagen, na época no Itaim-Bibi, e poderia ser a chef. Ficou indeciso, não tinha experiência? Mas, que diabo, não existiam muitas chocolaterias na cidade na época. Aldo topou.Assim teve início uma série que chegou a seis fábricas de chocolates artesanais comandadas por uma mesma família, a partir do negócio de Aldo, naquele junho de 1971. Hoje, são 20 tios, primos, irmãos, cunhados, sobrinhos e netos que tocam os negócios nas quatro fábricas que restaram na cidade.Vaneza, nome da primeira filha do goleiro com a mulher, Elisabeta, também foi o nome escolhido para batizar a primeira fábrica da linhagem, dentro da casa dos Marconis, no Bom Retiro. "A casa ficava lotada, vinha gente de longe comprar chocolate", contou Aldo numa manhã da semana passada, entre funcionários atarefados que tentavam dar conta dos pedidos da Páscoa.Um ano depois, em 1972, Aldo deixou a Chocolateria Vaneza (que funcionou até meados dos anos 2000 nas mãos dos tios de Elisabeta) e fundou a Liverpool, no Butantã. Está lá até hoje, produzindo 12 toneladas de chocolate caseiro em feriados assim, de maior movimento. "O que aconteceu foi simples: o pessoal da família foi vendo que funcionou e entrou no mesmo barco."Os próximos a investir no ramo foram Gulhermo e Romeu Marconi, tios de Elisabeta. Primeiro, venderam tabletes de chocolate com amendoim em feira livre no Bom Retiro e na porta de casa. As filas dobravam a esquina e Gulhermo e Romeu perceberam que precisavam de mais espaço. Na zona norte, abriram a fábrica Munik, em 1975. Hoje, é a maior da família, com 27 unidades próprias na capital e Região Metropolitana - e seis Marconis tomando conta, da administração à linha produtiva.Outro a se empolgar com o sucesso do novo ramo, num tempo em que ainda não havia grandes redes, foi Antonio Carlos Seripieri, cunhado de Aldo e Elisabeta. Também em homenagem à primeira filha, abriu a Chocolateria Ariane, no Morumbi. E lá se vão 26 anos, com gerações da família tocando juntas a fábrica.Em 1989, ainda surgiria a Di Siena, em Perdizes, fábrica-caçula da família, fundada por José Oswaldo Marconi e Primo Paulo Marconi. Oswaldo começou na linha de produção da Vaneza, fazendo gotinhas de licor. "A dedicação de um foi puxando a de outro. Na Di Siena são três Marconis levando em frente o nome", contou Oswaldo. "Pena que, com a correria, não conseguimos nos reunir." Sem chances, portanto, de reunião para o almoço de Páscoa hoje: para Malagolis, Marconis e Seripieris, almoço especial só amanhã, e "se der".Veterano. Mesmo com a rotina nas fábricas de chocolate, Aldo nunca largou os gramados. Aos 75 anos, bate bola duas vezes por semana no Clube Pinheiros, do qual é conselheiro. Quarta-feira é dia de "rachão" e, no domingo, ainda tem campeonato de veteranos - competição em que, nos últimos anos, vem sendo o goleiro menos vazado. "O Milton Neves (jornalista esportivo) diz que sou o único "veterano em atividade" do futebol."Mesmo nas metáforas, sempre que pode, arrisca unir chocolate e futebol. Como quando pretende explicar o porquê de a família toda trabalhar no ramo. "É como o jogador que começa nas categorias de base de um time. Ao subir para o profissional, já não sente tanto o peso da camisa. Nos chocolates também foi assim." Quem já estava no time, diz Aldo, viu a oportunidade e decidiu continuar.AS QUATRO QUE RESTARAMChocolateria Liverpool: Fundada em 1972 por Aldo Malagoli, responsável pela fábrica até hoje. A mulher, Elisabeta, e os filhos Cláudio e Vaneza também trabalham ali. Avenida Vital Brasil, 438, Butantã; tel.: 3032-5674Chocolateria Munik: Fundada em 1975 por Gulhermo e Romeu Marconi, tios de Elisabeta. Eram vizinhos da chocolateria Vaneza, criada por Aldo em 1971. Seis Marconis tocam a empresa. Rua Caetezal, 316; tel.: 2281-3500Chocolateria Ariane: Criada em 1985 por Antônio Carlos Sepieri, irmão de Elisabeta e cunhado de Aldo. Hoje, é tocada pelos filhos Ariane, Aline e Fábio. Sete membros da família trabalham na empresa. Rua José Jannarelli, 171; tel.: 3721-2516Chocolateria Di Siena: Fundada em 1989 por José Oswaldo Marconi e Primo Pauli Marconi, primos de Elisabeta e sobrinhos de Gulhermo e Romeu Marconi. Três Marconis são atualmente os proprietários da empresa. Rua João Ramalho, 1.064; tel.: 3672-4743

Aldo Malagoli foi goleiro do Corinthians por cinco anos, entre 1958 e 1963. Sofreu com Pelé e Garrincha, ganhou fama de milagreiro, foi cotado para a seleção na Copa de 1962. E se aposentou cedo, aos 34 anos, quando quis se dedicar mais à família - decisão que o levou a andar cabisbaixo pelos campos da várzea. E agora, Aldo, que fazer da vida? Enquanto não decidia, aceitou um bico: venderia chocolates. Todos o conheciam, seria bom vendedor.Foi tão bem que consequências maiores surgiram. Numa tarde de bola num campo do Butantã, na zona oeste de São Paulo, o ex-ponta-direita Ari, do Radium Clube de Mococa, correu até ele. Será que Aldo teria interesse em aprender a fazer chocolate? Sua irmã trabalhava na fábrica da Kopenhagen, na época no Itaim-Bibi, e poderia ser a chef. Ficou indeciso, não tinha experiência? Mas, que diabo, não existiam muitas chocolaterias na cidade na época. Aldo topou.Assim teve início uma série que chegou a seis fábricas de chocolates artesanais comandadas por uma mesma família, a partir do negócio de Aldo, naquele junho de 1971. Hoje, são 20 tios, primos, irmãos, cunhados, sobrinhos e netos que tocam os negócios nas quatro fábricas que restaram na cidade.Vaneza, nome da primeira filha do goleiro com a mulher, Elisabeta, também foi o nome escolhido para batizar a primeira fábrica da linhagem, dentro da casa dos Marconis, no Bom Retiro. "A casa ficava lotada, vinha gente de longe comprar chocolate", contou Aldo numa manhã da semana passada, entre funcionários atarefados que tentavam dar conta dos pedidos da Páscoa.Um ano depois, em 1972, Aldo deixou a Chocolateria Vaneza (que funcionou até meados dos anos 2000 nas mãos dos tios de Elisabeta) e fundou a Liverpool, no Butantã. Está lá até hoje, produzindo 12 toneladas de chocolate caseiro em feriados assim, de maior movimento. "O que aconteceu foi simples: o pessoal da família foi vendo que funcionou e entrou no mesmo barco."Os próximos a investir no ramo foram Gulhermo e Romeu Marconi, tios de Elisabeta. Primeiro, venderam tabletes de chocolate com amendoim em feira livre no Bom Retiro e na porta de casa. As filas dobravam a esquina e Gulhermo e Romeu perceberam que precisavam de mais espaço. Na zona norte, abriram a fábrica Munik, em 1975. Hoje, é a maior da família, com 27 unidades próprias na capital e Região Metropolitana - e seis Marconis tomando conta, da administração à linha produtiva.Outro a se empolgar com o sucesso do novo ramo, num tempo em que ainda não havia grandes redes, foi Antonio Carlos Seripieri, cunhado de Aldo e Elisabeta. Também em homenagem à primeira filha, abriu a Chocolateria Ariane, no Morumbi. E lá se vão 26 anos, com gerações da família tocando juntas a fábrica.Em 1989, ainda surgiria a Di Siena, em Perdizes, fábrica-caçula da família, fundada por José Oswaldo Marconi e Primo Paulo Marconi. Oswaldo começou na linha de produção da Vaneza, fazendo gotinhas de licor. "A dedicação de um foi puxando a de outro. Na Di Siena são três Marconis levando em frente o nome", contou Oswaldo. "Pena que, com a correria, não conseguimos nos reunir." Sem chances, portanto, de reunião para o almoço de Páscoa hoje: para Malagolis, Marconis e Seripieris, almoço especial só amanhã, e "se der".Veterano. Mesmo com a rotina nas fábricas de chocolate, Aldo nunca largou os gramados. Aos 75 anos, bate bola duas vezes por semana no Clube Pinheiros, do qual é conselheiro. Quarta-feira é dia de "rachão" e, no domingo, ainda tem campeonato de veteranos - competição em que, nos últimos anos, vem sendo o goleiro menos vazado. "O Milton Neves (jornalista esportivo) diz que sou o único "veterano em atividade" do futebol."Mesmo nas metáforas, sempre que pode, arrisca unir chocolate e futebol. Como quando pretende explicar o porquê de a família toda trabalhar no ramo. "É como o jogador que começa nas categorias de base de um time. Ao subir para o profissional, já não sente tanto o peso da camisa. Nos chocolates também foi assim." Quem já estava no time, diz Aldo, viu a oportunidade e decidiu continuar.AS QUATRO QUE RESTARAMChocolateria Liverpool: Fundada em 1972 por Aldo Malagoli, responsável pela fábrica até hoje. A mulher, Elisabeta, e os filhos Cláudio e Vaneza também trabalham ali. Avenida Vital Brasil, 438, Butantã; tel.: 3032-5674Chocolateria Munik: Fundada em 1975 por Gulhermo e Romeu Marconi, tios de Elisabeta. Eram vizinhos da chocolateria Vaneza, criada por Aldo em 1971. Seis Marconis tocam a empresa. Rua Caetezal, 316; tel.: 2281-3500Chocolateria Ariane: Criada em 1985 por Antônio Carlos Sepieri, irmão de Elisabeta e cunhado de Aldo. Hoje, é tocada pelos filhos Ariane, Aline e Fábio. Sete membros da família trabalham na empresa. Rua José Jannarelli, 171; tel.: 3721-2516Chocolateria Di Siena: Fundada em 1989 por José Oswaldo Marconi e Primo Pauli Marconi, primos de Elisabeta e sobrinhos de Gulhermo e Romeu Marconi. Três Marconis são atualmente os proprietários da empresa. Rua João Ramalho, 1.064; tel.: 3672-4743

Aldo Malagoli foi goleiro do Corinthians por cinco anos, entre 1958 e 1963. Sofreu com Pelé e Garrincha, ganhou fama de milagreiro, foi cotado para a seleção na Copa de 1962. E se aposentou cedo, aos 34 anos, quando quis se dedicar mais à família - decisão que o levou a andar cabisbaixo pelos campos da várzea. E agora, Aldo, que fazer da vida? Enquanto não decidia, aceitou um bico: venderia chocolates. Todos o conheciam, seria bom vendedor.Foi tão bem que consequências maiores surgiram. Numa tarde de bola num campo do Butantã, na zona oeste de São Paulo, o ex-ponta-direita Ari, do Radium Clube de Mococa, correu até ele. Será que Aldo teria interesse em aprender a fazer chocolate? Sua irmã trabalhava na fábrica da Kopenhagen, na época no Itaim-Bibi, e poderia ser a chef. Ficou indeciso, não tinha experiência? Mas, que diabo, não existiam muitas chocolaterias na cidade na época. Aldo topou.Assim teve início uma série que chegou a seis fábricas de chocolates artesanais comandadas por uma mesma família, a partir do negócio de Aldo, naquele junho de 1971. Hoje, são 20 tios, primos, irmãos, cunhados, sobrinhos e netos que tocam os negócios nas quatro fábricas que restaram na cidade.Vaneza, nome da primeira filha do goleiro com a mulher, Elisabeta, também foi o nome escolhido para batizar a primeira fábrica da linhagem, dentro da casa dos Marconis, no Bom Retiro. "A casa ficava lotada, vinha gente de longe comprar chocolate", contou Aldo numa manhã da semana passada, entre funcionários atarefados que tentavam dar conta dos pedidos da Páscoa.Um ano depois, em 1972, Aldo deixou a Chocolateria Vaneza (que funcionou até meados dos anos 2000 nas mãos dos tios de Elisabeta) e fundou a Liverpool, no Butantã. Está lá até hoje, produzindo 12 toneladas de chocolate caseiro em feriados assim, de maior movimento. "O que aconteceu foi simples: o pessoal da família foi vendo que funcionou e entrou no mesmo barco."Os próximos a investir no ramo foram Gulhermo e Romeu Marconi, tios de Elisabeta. Primeiro, venderam tabletes de chocolate com amendoim em feira livre no Bom Retiro e na porta de casa. As filas dobravam a esquina e Gulhermo e Romeu perceberam que precisavam de mais espaço. Na zona norte, abriram a fábrica Munik, em 1975. Hoje, é a maior da família, com 27 unidades próprias na capital e Região Metropolitana - e seis Marconis tomando conta, da administração à linha produtiva.Outro a se empolgar com o sucesso do novo ramo, num tempo em que ainda não havia grandes redes, foi Antonio Carlos Seripieri, cunhado de Aldo e Elisabeta. Também em homenagem à primeira filha, abriu a Chocolateria Ariane, no Morumbi. E lá se vão 26 anos, com gerações da família tocando juntas a fábrica.Em 1989, ainda surgiria a Di Siena, em Perdizes, fábrica-caçula da família, fundada por José Oswaldo Marconi e Primo Paulo Marconi. Oswaldo começou na linha de produção da Vaneza, fazendo gotinhas de licor. "A dedicação de um foi puxando a de outro. Na Di Siena são três Marconis levando em frente o nome", contou Oswaldo. "Pena que, com a correria, não conseguimos nos reunir." Sem chances, portanto, de reunião para o almoço de Páscoa hoje: para Malagolis, Marconis e Seripieris, almoço especial só amanhã, e "se der".Veterano. Mesmo com a rotina nas fábricas de chocolate, Aldo nunca largou os gramados. Aos 75 anos, bate bola duas vezes por semana no Clube Pinheiros, do qual é conselheiro. Quarta-feira é dia de "rachão" e, no domingo, ainda tem campeonato de veteranos - competição em que, nos últimos anos, vem sendo o goleiro menos vazado. "O Milton Neves (jornalista esportivo) diz que sou o único "veterano em atividade" do futebol."Mesmo nas metáforas, sempre que pode, arrisca unir chocolate e futebol. Como quando pretende explicar o porquê de a família toda trabalhar no ramo. "É como o jogador que começa nas categorias de base de um time. Ao subir para o profissional, já não sente tanto o peso da camisa. Nos chocolates também foi assim." Quem já estava no time, diz Aldo, viu a oportunidade e decidiu continuar.AS QUATRO QUE RESTARAMChocolateria Liverpool: Fundada em 1972 por Aldo Malagoli, responsável pela fábrica até hoje. A mulher, Elisabeta, e os filhos Cláudio e Vaneza também trabalham ali. Avenida Vital Brasil, 438, Butantã; tel.: 3032-5674Chocolateria Munik: Fundada em 1975 por Gulhermo e Romeu Marconi, tios de Elisabeta. Eram vizinhos da chocolateria Vaneza, criada por Aldo em 1971. Seis Marconis tocam a empresa. Rua Caetezal, 316; tel.: 2281-3500Chocolateria Ariane: Criada em 1985 por Antônio Carlos Sepieri, irmão de Elisabeta e cunhado de Aldo. Hoje, é tocada pelos filhos Ariane, Aline e Fábio. Sete membros da família trabalham na empresa. Rua José Jannarelli, 171; tel.: 3721-2516Chocolateria Di Siena: Fundada em 1989 por José Oswaldo Marconi e Primo Pauli Marconi, primos de Elisabeta e sobrinhos de Gulhermo e Romeu Marconi. Três Marconis são atualmente os proprietários da empresa. Rua João Ramalho, 1.064; tel.: 3672-4743

Aldo Malagoli foi goleiro do Corinthians por cinco anos, entre 1958 e 1963. Sofreu com Pelé e Garrincha, ganhou fama de milagreiro, foi cotado para a seleção na Copa de 1962. E se aposentou cedo, aos 34 anos, quando quis se dedicar mais à família - decisão que o levou a andar cabisbaixo pelos campos da várzea. E agora, Aldo, que fazer da vida? Enquanto não decidia, aceitou um bico: venderia chocolates. Todos o conheciam, seria bom vendedor.Foi tão bem que consequências maiores surgiram. Numa tarde de bola num campo do Butantã, na zona oeste de São Paulo, o ex-ponta-direita Ari, do Radium Clube de Mococa, correu até ele. Será que Aldo teria interesse em aprender a fazer chocolate? Sua irmã trabalhava na fábrica da Kopenhagen, na época no Itaim-Bibi, e poderia ser a chef. Ficou indeciso, não tinha experiência? Mas, que diabo, não existiam muitas chocolaterias na cidade na época. Aldo topou.Assim teve início uma série que chegou a seis fábricas de chocolates artesanais comandadas por uma mesma família, a partir do negócio de Aldo, naquele junho de 1971. Hoje, são 20 tios, primos, irmãos, cunhados, sobrinhos e netos que tocam os negócios nas quatro fábricas que restaram na cidade.Vaneza, nome da primeira filha do goleiro com a mulher, Elisabeta, também foi o nome escolhido para batizar a primeira fábrica da linhagem, dentro da casa dos Marconis, no Bom Retiro. "A casa ficava lotada, vinha gente de longe comprar chocolate", contou Aldo numa manhã da semana passada, entre funcionários atarefados que tentavam dar conta dos pedidos da Páscoa.Um ano depois, em 1972, Aldo deixou a Chocolateria Vaneza (que funcionou até meados dos anos 2000 nas mãos dos tios de Elisabeta) e fundou a Liverpool, no Butantã. Está lá até hoje, produzindo 12 toneladas de chocolate caseiro em feriados assim, de maior movimento. "O que aconteceu foi simples: o pessoal da família foi vendo que funcionou e entrou no mesmo barco."Os próximos a investir no ramo foram Gulhermo e Romeu Marconi, tios de Elisabeta. Primeiro, venderam tabletes de chocolate com amendoim em feira livre no Bom Retiro e na porta de casa. As filas dobravam a esquina e Gulhermo e Romeu perceberam que precisavam de mais espaço. Na zona norte, abriram a fábrica Munik, em 1975. Hoje, é a maior da família, com 27 unidades próprias na capital e Região Metropolitana - e seis Marconis tomando conta, da administração à linha produtiva.Outro a se empolgar com o sucesso do novo ramo, num tempo em que ainda não havia grandes redes, foi Antonio Carlos Seripieri, cunhado de Aldo e Elisabeta. Também em homenagem à primeira filha, abriu a Chocolateria Ariane, no Morumbi. E lá se vão 26 anos, com gerações da família tocando juntas a fábrica.Em 1989, ainda surgiria a Di Siena, em Perdizes, fábrica-caçula da família, fundada por José Oswaldo Marconi e Primo Paulo Marconi. Oswaldo começou na linha de produção da Vaneza, fazendo gotinhas de licor. "A dedicação de um foi puxando a de outro. Na Di Siena são três Marconis levando em frente o nome", contou Oswaldo. "Pena que, com a correria, não conseguimos nos reunir." Sem chances, portanto, de reunião para o almoço de Páscoa hoje: para Malagolis, Marconis e Seripieris, almoço especial só amanhã, e "se der".Veterano. Mesmo com a rotina nas fábricas de chocolate, Aldo nunca largou os gramados. Aos 75 anos, bate bola duas vezes por semana no Clube Pinheiros, do qual é conselheiro. Quarta-feira é dia de "rachão" e, no domingo, ainda tem campeonato de veteranos - competição em que, nos últimos anos, vem sendo o goleiro menos vazado. "O Milton Neves (jornalista esportivo) diz que sou o único "veterano em atividade" do futebol."Mesmo nas metáforas, sempre que pode, arrisca unir chocolate e futebol. Como quando pretende explicar o porquê de a família toda trabalhar no ramo. "É como o jogador que começa nas categorias de base de um time. Ao subir para o profissional, já não sente tanto o peso da camisa. Nos chocolates também foi assim." Quem já estava no time, diz Aldo, viu a oportunidade e decidiu continuar.AS QUATRO QUE RESTARAMChocolateria Liverpool: Fundada em 1972 por Aldo Malagoli, responsável pela fábrica até hoje. A mulher, Elisabeta, e os filhos Cláudio e Vaneza também trabalham ali. Avenida Vital Brasil, 438, Butantã; tel.: 3032-5674Chocolateria Munik: Fundada em 1975 por Gulhermo e Romeu Marconi, tios de Elisabeta. Eram vizinhos da chocolateria Vaneza, criada por Aldo em 1971. Seis Marconis tocam a empresa. Rua Caetezal, 316; tel.: 2281-3500Chocolateria Ariane: Criada em 1985 por Antônio Carlos Sepieri, irmão de Elisabeta e cunhado de Aldo. Hoje, é tocada pelos filhos Ariane, Aline e Fábio. Sete membros da família trabalham na empresa. Rua José Jannarelli, 171; tel.: 3721-2516Chocolateria Di Siena: Fundada em 1989 por José Oswaldo Marconi e Primo Pauli Marconi, primos de Elisabeta e sobrinhos de Gulhermo e Romeu Marconi. Três Marconis são atualmente os proprietários da empresa. Rua João Ramalho, 1.064; tel.: 3672-4743

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