ARAÇATUBA - Condenado pela Justiça por embriaguez ao volante e indiciado em três inquéritos policiais por cometer infrações de trânsito, dirigir embriagado, atropelar dois motociclistas e fugir sem prestar socorro, o padre Aparecido Donizete Bianchi, de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, foi detido mais uma vez. Nesta segunda-feira, 31, ele foi parado por patrulheiros rodoviários no quilômetro 98 da BR-153, em José Bonifácio, quando dirigia em zigue-zague, a ponto de causar um acidente. Bianchi, que estava sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH), apreendida depois de atropelar dois motociclistas em agosto de 2009, se recusou a fazer o exame do bafômetro, mas se submeteu a exame de dosagem alcoólica depois de ser levado ao Plantão Policial, em José Bonifácio.De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública (SSP), o padre disse que havia rezado três missas e tomado um cálice de vinho em cada uma delas. O delegado de polícia da cidade, Sebastião José Guzolinho, se negou a prestar informações à imprensa, mas mandou dizer por meio da Secretaria de Segurança Pública (SSP) que vai esperar o resultado do exame de dosagem para decidir se abre inquérito. Por telefone, Bianchi negou as acusações, afirmou que não cometeu crime algum e que deve ter sido confundido com outro motorista. "Não sei o que aconteceu, mas não é nada comigo, acho que me confundiram", disse o padre. "Não era eu quem estava dirigindo embriagado, eu não assinei nada", completou. O padre reclamou do assédio da imprensa para ouvi-lo depois dos "incidentes". "A mídia só me procura para noticiar coisas ruins. E foi ela quem me expulsou de Rio Preto."O padre, de 52 anos, perdeu o cargo de pároco da Catedral São José, a matriz de São José do Rio Preto, e foi transferido para a cidade vizinha de Planalto depois que atropelou dois motociclistas, em agosto de 2009, ao invadir uma preferencial no centro da cidade e fugir sem prestar socorro. Ele ainda fazia tratamento contra alcoolismo quando em janeiro deste ano invadiu outra preferencial e bateu num carro de um aposentado.Na madrugada de 26 de dezembro de 2006, o padre dirigia na contramão do calçadão de São José do Rio Preto quando foi parado por policiais militares. Visivelmente alcoolizado, ele aproveitou o som alto do carro para dançar a música do "É o Tchan" e fazer gestos obscenos para os PMs. Foi levado ao plantão policial e, posteriormente, condenado pela Justiça a dois anos, mas a pena foi transformada em multa.
Resposta
Nesta terça-feira, 1, a Diocese de São José do Rio Preto enviou nota à redação sobre o incidente. Veja a íntegra:
"A Diocese de São José do Rio Preto, ao acompanhar as notícias que envolvem o Pe. Aparecido Donizeti Bianchi, vem a público manifestar seu interesse em oferecer as informações devidamente apuradas e que possam ajudar no entendimento dos fatos.
Entendemos, contemplando o quão séria é a situação, que toda e qualquer manifestação de nossa parte precisa ultrapassar a esfera das suposições e reportar o que de concreto for apurado.
Não negamos a intervenção da Polícia Rodoviária Federal, a condução do Presbítero ao Plantão Policial de José Bonifácio e nem deixamos de considerar situações anteriormente averiguadas.
Seguindo o princípio da imparcialidade, que nos é tão caro, ACHAMOS POR BEM:
1. O Bispo aguardará o resultado dos exames de dosagem alcoólica (que serão realizados a partir de amostras de sangue do Pe. Donizeti);
2. O Bispo ouvirá o Pe. Donizeti e, junto ao Presbítero, tomará ciência da versão do religioso acerca dos fatos;
3. O Bispo reunirá o Colégio de Consultores para, com ele, avaliar e dar os encaminhamentos que se apresentarem como necessários.
4. Tão logo, respeitadas todas as etapas citadas, apresentaremos nossas considerações.
Diocese de São José do Rio Preto
Assessoria de Comunicação"