Prefeitura de SP prevê multa de até R$ 20 mil para uso de patinete na calçada ou sem capacete


Detalhamento das regras, como informações sobre fiscalização, será publicado em até 90 dias

Por Juliana Diógenes
Multas serão aplicadas às operadoras e podem chegar a R$ 20 mil. Regulamentação é considerada provisória Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

Pressionado por acidentes na última semana com patinetes elétricos, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), apressou o anúncio das regras de utilização do equipamento. Em 15 dias, a Companhia de Engenharia do Tráfego passará a multar quem anda com o veículo na calçada ou sem usar capacete. 

Prefeitura vai multar quem andar com o veiculo na calçada ou sem capacete nas ruas paulistanas Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
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A penalidade pode variar entre R$ 100 e R$ 20 mil e será aplicada às operadoras de compartilhamento de patinetes. O valor máximo é para o caso de descumprimento de exigências como a contratação comprovada de seguro de responsabilidade civil para cobrir danos. Conforme o Estado informou em janeiro, a proibição nas calçadas já era estudada pela gestão municipal. Os veículos começaram a circular em agosto e hoje há 11 operadoras.

Pela lei, os equipamentos não podem passar de 20 km/h em ciclovias e ciclofaixas e de 6 km/h nas calçadas, conforme o Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Mas cabe aos órgãos e às entidades de trânsito municipais regulamentar o uso. No decreto que será publicado hoje, em caráter “provisório”, Covas determina a obrigatoriedade do uso de capacete, a proibição da circulação nas calçadas, a restrição de uso em ciclovias, ciclofaixas, ciclorrotas ou ruas com limite de velocidade de até 40 Km/h.

Nos próximos 15 dias, a CET e a Guarda Civil Metropolitana (GCM) vão orientar usuários, que serão multados a partir do 15.º dia. O prefeito afirmou que a multa será aplicada às operadoras e caberá a elas definir se o valor será repassado ao usuário. “A ideia era que a regulamentação ficasse pronta no fim deste semestre, mas, até por causa dos últimos incidentes, nós resolvemos apresentar uma regulamentação provisória que valerá por no máximo 90 dias.”

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A regulamentação está em discussão na Prefeitura de São Paulo desde janeiro, quando um grupo de trabalho foi criado com 11 operadoras, técnicos e entidades da sociedade civil. O Estado apurou que o decreto de Covas foi escrito sem conhecimento ou consulta ao grupo. 

Só com a regulamentação completa se terá detalhes da fiscalização. O decreto não cria regras por enquanto para o local onde os equipamentos devem ser colocados, mas uma das possibilidades em estudo é a cobrança de Termo de Permissão de Uso (TPU), documento exigido de ambulantes e feirantes. 

Para o engenheiro Luiz Célio Bottura, ex-ombudsman da CET, há uma série de dúvidas sobre a regulamentação. “O seguro deveria cobrir acidentes para terceiros. O capacete pode proteger o ocupante do patinete, mas ele traz perigo para os pedestres que estão ao redor”, diz. “Além disso, é uma fiscalização muito complexa, precisa de muita gente. E os patinetes não têm placas.”

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“Esse decreto tem uma função mais midiática, de mostrar que a Prefeitura quer dar uma resposta a um suposto problema, do que de efetivamente reduzir conflitos”, afirmou Ana Carolina Nunes, diretora de participação da Cidadeapé – Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo.

Em nota, as empresas Grin e Yellow informam que vão aguardar a publicação no Diário Oficial para se posicionar. Já a Scoo disse que “é a única empresa no Brasil que obriga e fornece o capacete”. “A única ressalva é em relação à proibição da circulação de patinetes na calçada, já que, quando não existem ciclofaixas, o usuário de patinete terá de se arriscar nas ruas junto aos carros, com perigo de graves acidentes.” 

No dia 6 de maio, Domingos Dissei, conselheiro do Tribunal de Contas do Município (TCMSP), na condição de relator de contas da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes (SMT) e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), protocolou ofício junto à SMT solicitando uma série de informações relativas às medidas tomadas pela Administração Municipal em relação a regulamentação do patinete elétrico. O TCM questionava como seria garantido o direito do pedestre de uso à calçada e também perguntava se já havia definição sobre espaços reservados para os patinetes, além de velocidade máxima permitida para trafegar com os equipamentos.

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Em nota, a Prefeitura informou que os questionamentos do TCMSP estão respondidos no decreto publicado nesta terça-feira, 14. Ainda de acordo com a Prefeitura, a norma estabelece a regulamentação inicial para a circulação de patinetes elétricos no espaço público e a prestação de serviços de compartilhamento desses equipamentos na cidade de São Paulo.

Acidentes

O Hospital 9 de julho tem registrado, em fins de semana, uma média de 5 acidentes por dia envolvendo patinetes elétricos. A maioria dos casos é na Avenida Paulista. Já um levantamento do Hospital Samaritano Higienópolis mostra que houve um aumento de 19,6% em internações relacionadas a acidentes com veículos alternativos (bicicletas, patinetes e skates) no primeiro trimestre de 2019, na comparação com o mesmo período de 2018. Para comparação, o número de acidentes com veículos alternativos no primeiro trimestre deste ano superou até o de acidentes de carro na unidade de saúde. /COLABOROU BRUNO RIBEIRO

Multas serão aplicadas às operadoras e podem chegar a R$ 20 mil. Regulamentação é considerada provisória Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

Pressionado por acidentes na última semana com patinetes elétricos, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), apressou o anúncio das regras de utilização do equipamento. Em 15 dias, a Companhia de Engenharia do Tráfego passará a multar quem anda com o veículo na calçada ou sem usar capacete. 

Prefeitura vai multar quem andar com o veiculo na calçada ou sem capacete nas ruas paulistanas Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

A penalidade pode variar entre R$ 100 e R$ 20 mil e será aplicada às operadoras de compartilhamento de patinetes. O valor máximo é para o caso de descumprimento de exigências como a contratação comprovada de seguro de responsabilidade civil para cobrir danos. Conforme o Estado informou em janeiro, a proibição nas calçadas já era estudada pela gestão municipal. Os veículos começaram a circular em agosto e hoje há 11 operadoras.

Pela lei, os equipamentos não podem passar de 20 km/h em ciclovias e ciclofaixas e de 6 km/h nas calçadas, conforme o Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Mas cabe aos órgãos e às entidades de trânsito municipais regulamentar o uso. No decreto que será publicado hoje, em caráter “provisório”, Covas determina a obrigatoriedade do uso de capacete, a proibição da circulação nas calçadas, a restrição de uso em ciclovias, ciclofaixas, ciclorrotas ou ruas com limite de velocidade de até 40 Km/h.

Nos próximos 15 dias, a CET e a Guarda Civil Metropolitana (GCM) vão orientar usuários, que serão multados a partir do 15.º dia. O prefeito afirmou que a multa será aplicada às operadoras e caberá a elas definir se o valor será repassado ao usuário. “A ideia era que a regulamentação ficasse pronta no fim deste semestre, mas, até por causa dos últimos incidentes, nós resolvemos apresentar uma regulamentação provisória que valerá por no máximo 90 dias.”

A regulamentação está em discussão na Prefeitura de São Paulo desde janeiro, quando um grupo de trabalho foi criado com 11 operadoras, técnicos e entidades da sociedade civil. O Estado apurou que o decreto de Covas foi escrito sem conhecimento ou consulta ao grupo. 

Só com a regulamentação completa se terá detalhes da fiscalização. O decreto não cria regras por enquanto para o local onde os equipamentos devem ser colocados, mas uma das possibilidades em estudo é a cobrança de Termo de Permissão de Uso (TPU), documento exigido de ambulantes e feirantes. 

Para o engenheiro Luiz Célio Bottura, ex-ombudsman da CET, há uma série de dúvidas sobre a regulamentação. “O seguro deveria cobrir acidentes para terceiros. O capacete pode proteger o ocupante do patinete, mas ele traz perigo para os pedestres que estão ao redor”, diz. “Além disso, é uma fiscalização muito complexa, precisa de muita gente. E os patinetes não têm placas.”

“Esse decreto tem uma função mais midiática, de mostrar que a Prefeitura quer dar uma resposta a um suposto problema, do que de efetivamente reduzir conflitos”, afirmou Ana Carolina Nunes, diretora de participação da Cidadeapé – Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo.

Em nota, as empresas Grin e Yellow informam que vão aguardar a publicação no Diário Oficial para se posicionar. Já a Scoo disse que “é a única empresa no Brasil que obriga e fornece o capacete”. “A única ressalva é em relação à proibição da circulação de patinetes na calçada, já que, quando não existem ciclofaixas, o usuário de patinete terá de se arriscar nas ruas junto aos carros, com perigo de graves acidentes.” 

No dia 6 de maio, Domingos Dissei, conselheiro do Tribunal de Contas do Município (TCMSP), na condição de relator de contas da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes (SMT) e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), protocolou ofício junto à SMT solicitando uma série de informações relativas às medidas tomadas pela Administração Municipal em relação a regulamentação do patinete elétrico. O TCM questionava como seria garantido o direito do pedestre de uso à calçada e também perguntava se já havia definição sobre espaços reservados para os patinetes, além de velocidade máxima permitida para trafegar com os equipamentos.

Em nota, a Prefeitura informou que os questionamentos do TCMSP estão respondidos no decreto publicado nesta terça-feira, 14. Ainda de acordo com a Prefeitura, a norma estabelece a regulamentação inicial para a circulação de patinetes elétricos no espaço público e a prestação de serviços de compartilhamento desses equipamentos na cidade de São Paulo.

Acidentes

O Hospital 9 de julho tem registrado, em fins de semana, uma média de 5 acidentes por dia envolvendo patinetes elétricos. A maioria dos casos é na Avenida Paulista. Já um levantamento do Hospital Samaritano Higienópolis mostra que houve um aumento de 19,6% em internações relacionadas a acidentes com veículos alternativos (bicicletas, patinetes e skates) no primeiro trimestre de 2019, na comparação com o mesmo período de 2018. Para comparação, o número de acidentes com veículos alternativos no primeiro trimestre deste ano superou até o de acidentes de carro na unidade de saúde. /COLABOROU BRUNO RIBEIRO

Multas serão aplicadas às operadoras e podem chegar a R$ 20 mil. Regulamentação é considerada provisória Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

Pressionado por acidentes na última semana com patinetes elétricos, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), apressou o anúncio das regras de utilização do equipamento. Em 15 dias, a Companhia de Engenharia do Tráfego passará a multar quem anda com o veículo na calçada ou sem usar capacete. 

Prefeitura vai multar quem andar com o veiculo na calçada ou sem capacete nas ruas paulistanas Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

A penalidade pode variar entre R$ 100 e R$ 20 mil e será aplicada às operadoras de compartilhamento de patinetes. O valor máximo é para o caso de descumprimento de exigências como a contratação comprovada de seguro de responsabilidade civil para cobrir danos. Conforme o Estado informou em janeiro, a proibição nas calçadas já era estudada pela gestão municipal. Os veículos começaram a circular em agosto e hoje há 11 operadoras.

Pela lei, os equipamentos não podem passar de 20 km/h em ciclovias e ciclofaixas e de 6 km/h nas calçadas, conforme o Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Mas cabe aos órgãos e às entidades de trânsito municipais regulamentar o uso. No decreto que será publicado hoje, em caráter “provisório”, Covas determina a obrigatoriedade do uso de capacete, a proibição da circulação nas calçadas, a restrição de uso em ciclovias, ciclofaixas, ciclorrotas ou ruas com limite de velocidade de até 40 Km/h.

Nos próximos 15 dias, a CET e a Guarda Civil Metropolitana (GCM) vão orientar usuários, que serão multados a partir do 15.º dia. O prefeito afirmou que a multa será aplicada às operadoras e caberá a elas definir se o valor será repassado ao usuário. “A ideia era que a regulamentação ficasse pronta no fim deste semestre, mas, até por causa dos últimos incidentes, nós resolvemos apresentar uma regulamentação provisória que valerá por no máximo 90 dias.”

A regulamentação está em discussão na Prefeitura de São Paulo desde janeiro, quando um grupo de trabalho foi criado com 11 operadoras, técnicos e entidades da sociedade civil. O Estado apurou que o decreto de Covas foi escrito sem conhecimento ou consulta ao grupo. 

Só com a regulamentação completa se terá detalhes da fiscalização. O decreto não cria regras por enquanto para o local onde os equipamentos devem ser colocados, mas uma das possibilidades em estudo é a cobrança de Termo de Permissão de Uso (TPU), documento exigido de ambulantes e feirantes. 

Para o engenheiro Luiz Célio Bottura, ex-ombudsman da CET, há uma série de dúvidas sobre a regulamentação. “O seguro deveria cobrir acidentes para terceiros. O capacete pode proteger o ocupante do patinete, mas ele traz perigo para os pedestres que estão ao redor”, diz. “Além disso, é uma fiscalização muito complexa, precisa de muita gente. E os patinetes não têm placas.”

“Esse decreto tem uma função mais midiática, de mostrar que a Prefeitura quer dar uma resposta a um suposto problema, do que de efetivamente reduzir conflitos”, afirmou Ana Carolina Nunes, diretora de participação da Cidadeapé – Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo.

Em nota, as empresas Grin e Yellow informam que vão aguardar a publicação no Diário Oficial para se posicionar. Já a Scoo disse que “é a única empresa no Brasil que obriga e fornece o capacete”. “A única ressalva é em relação à proibição da circulação de patinetes na calçada, já que, quando não existem ciclofaixas, o usuário de patinete terá de se arriscar nas ruas junto aos carros, com perigo de graves acidentes.” 

No dia 6 de maio, Domingos Dissei, conselheiro do Tribunal de Contas do Município (TCMSP), na condição de relator de contas da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes (SMT) e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), protocolou ofício junto à SMT solicitando uma série de informações relativas às medidas tomadas pela Administração Municipal em relação a regulamentação do patinete elétrico. O TCM questionava como seria garantido o direito do pedestre de uso à calçada e também perguntava se já havia definição sobre espaços reservados para os patinetes, além de velocidade máxima permitida para trafegar com os equipamentos.

Em nota, a Prefeitura informou que os questionamentos do TCMSP estão respondidos no decreto publicado nesta terça-feira, 14. Ainda de acordo com a Prefeitura, a norma estabelece a regulamentação inicial para a circulação de patinetes elétricos no espaço público e a prestação de serviços de compartilhamento desses equipamentos na cidade de São Paulo.

Acidentes

O Hospital 9 de julho tem registrado, em fins de semana, uma média de 5 acidentes por dia envolvendo patinetes elétricos. A maioria dos casos é na Avenida Paulista. Já um levantamento do Hospital Samaritano Higienópolis mostra que houve um aumento de 19,6% em internações relacionadas a acidentes com veículos alternativos (bicicletas, patinetes e skates) no primeiro trimestre de 2019, na comparação com o mesmo período de 2018. Para comparação, o número de acidentes com veículos alternativos no primeiro trimestre deste ano superou até o de acidentes de carro na unidade de saúde. /COLABOROU BRUNO RIBEIRO

Multas serão aplicadas às operadoras e podem chegar a R$ 20 mil. Regulamentação é considerada provisória Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

Pressionado por acidentes na última semana com patinetes elétricos, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), apressou o anúncio das regras de utilização do equipamento. Em 15 dias, a Companhia de Engenharia do Tráfego passará a multar quem anda com o veículo na calçada ou sem usar capacete. 

Prefeitura vai multar quem andar com o veiculo na calçada ou sem capacete nas ruas paulistanas Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

A penalidade pode variar entre R$ 100 e R$ 20 mil e será aplicada às operadoras de compartilhamento de patinetes. O valor máximo é para o caso de descumprimento de exigências como a contratação comprovada de seguro de responsabilidade civil para cobrir danos. Conforme o Estado informou em janeiro, a proibição nas calçadas já era estudada pela gestão municipal. Os veículos começaram a circular em agosto e hoje há 11 operadoras.

Pela lei, os equipamentos não podem passar de 20 km/h em ciclovias e ciclofaixas e de 6 km/h nas calçadas, conforme o Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Mas cabe aos órgãos e às entidades de trânsito municipais regulamentar o uso. No decreto que será publicado hoje, em caráter “provisório”, Covas determina a obrigatoriedade do uso de capacete, a proibição da circulação nas calçadas, a restrição de uso em ciclovias, ciclofaixas, ciclorrotas ou ruas com limite de velocidade de até 40 Km/h.

Nos próximos 15 dias, a CET e a Guarda Civil Metropolitana (GCM) vão orientar usuários, que serão multados a partir do 15.º dia. O prefeito afirmou que a multa será aplicada às operadoras e caberá a elas definir se o valor será repassado ao usuário. “A ideia era que a regulamentação ficasse pronta no fim deste semestre, mas, até por causa dos últimos incidentes, nós resolvemos apresentar uma regulamentação provisória que valerá por no máximo 90 dias.”

A regulamentação está em discussão na Prefeitura de São Paulo desde janeiro, quando um grupo de trabalho foi criado com 11 operadoras, técnicos e entidades da sociedade civil. O Estado apurou que o decreto de Covas foi escrito sem conhecimento ou consulta ao grupo. 

Só com a regulamentação completa se terá detalhes da fiscalização. O decreto não cria regras por enquanto para o local onde os equipamentos devem ser colocados, mas uma das possibilidades em estudo é a cobrança de Termo de Permissão de Uso (TPU), documento exigido de ambulantes e feirantes. 

Para o engenheiro Luiz Célio Bottura, ex-ombudsman da CET, há uma série de dúvidas sobre a regulamentação. “O seguro deveria cobrir acidentes para terceiros. O capacete pode proteger o ocupante do patinete, mas ele traz perigo para os pedestres que estão ao redor”, diz. “Além disso, é uma fiscalização muito complexa, precisa de muita gente. E os patinetes não têm placas.”

“Esse decreto tem uma função mais midiática, de mostrar que a Prefeitura quer dar uma resposta a um suposto problema, do que de efetivamente reduzir conflitos”, afirmou Ana Carolina Nunes, diretora de participação da Cidadeapé – Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo.

Em nota, as empresas Grin e Yellow informam que vão aguardar a publicação no Diário Oficial para se posicionar. Já a Scoo disse que “é a única empresa no Brasil que obriga e fornece o capacete”. “A única ressalva é em relação à proibição da circulação de patinetes na calçada, já que, quando não existem ciclofaixas, o usuário de patinete terá de se arriscar nas ruas junto aos carros, com perigo de graves acidentes.” 

No dia 6 de maio, Domingos Dissei, conselheiro do Tribunal de Contas do Município (TCMSP), na condição de relator de contas da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes (SMT) e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), protocolou ofício junto à SMT solicitando uma série de informações relativas às medidas tomadas pela Administração Municipal em relação a regulamentação do patinete elétrico. O TCM questionava como seria garantido o direito do pedestre de uso à calçada e também perguntava se já havia definição sobre espaços reservados para os patinetes, além de velocidade máxima permitida para trafegar com os equipamentos.

Em nota, a Prefeitura informou que os questionamentos do TCMSP estão respondidos no decreto publicado nesta terça-feira, 14. Ainda de acordo com a Prefeitura, a norma estabelece a regulamentação inicial para a circulação de patinetes elétricos no espaço público e a prestação de serviços de compartilhamento desses equipamentos na cidade de São Paulo.

Acidentes

O Hospital 9 de julho tem registrado, em fins de semana, uma média de 5 acidentes por dia envolvendo patinetes elétricos. A maioria dos casos é na Avenida Paulista. Já um levantamento do Hospital Samaritano Higienópolis mostra que houve um aumento de 19,6% em internações relacionadas a acidentes com veículos alternativos (bicicletas, patinetes e skates) no primeiro trimestre de 2019, na comparação com o mesmo período de 2018. Para comparação, o número de acidentes com veículos alternativos no primeiro trimestre deste ano superou até o de acidentes de carro na unidade de saúde. /COLABOROU BRUNO RIBEIRO

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