SÃO PAULO - A gestão do prefeito João Doria (PSDB) não transformou em metas de governo uma série de promessas feitas pelo tucano durante e depois das eleições. Na lista de propostas não incluídas no plano divulgado nesta quinta-feira, 30, estão, por exemplo, a contratação de 800 médicos e a ampliação de escolas em tempo integral.
Ao todo, o plano de Doria contém 50 metas, mas cada uma é acompanhada de projetos e ações necessários para atingi-las até 2020, como construir 40 creches e entregar 6 postos de saúde. Mas, mesmo em suas ações secundárias, o programa deixa de lado promessas feitas pelo prefeito em 2016.
No caso da contratação de 800 médicos, por exemplo, que Doria prometeu em programa na TV, o plano lista como ação “implantar novas equipes de atenção básica com médicos clínico-geral, ginecologista e pediatra” dentro da meta de “aumentar a cobertura da atenção primária à saúde para 70% na cidade”. Não há menção de quantos profissionais serão contratados em quatro anos.
O mesmo ocorre na área de drenagem, na qual Doria prometeu construir 30 piscinões, mas agora definiu como meta “reduzir em 15% as áreas inundáveis da cidade” e como ação “elaborar projetos de obras prioritárias de controle de cheias”.
Na área de transportes, Doria prometeu depois de eleito, em outubro, implementar o Rapidão, um corredor de ônibus BRT (Bus Rapid Transist) ainda em 2017. Agora, a ação prevista é implementar um “piloto” por meio de parceria com o setor privado, dentro de uma meta mais ampla, que é “aumentar em 7% o uso do transporte público em São Paulo”.
Veja a lista de espaços e serviços que Doria quer 'vender' em SP
1. Gestão de resíduos sólidos, coleta e centrais de reciclagem
Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão ▲6. Sistema de compartilhamento de carros elétricos
Foto: Shutterstock ▲7. Acesso à internet por meio de um sistema de Wi-Fi em espaços públicos
Foto: Fábio Arantes/Secom/Prefeitura de São Paulo ▲8. Serviço de transporte escolar
Foto: Clayton de Souza/Estadão ▲9. Serviço de transporte para pessoas com deficiência
Foto: Fábio Arantes/Secom/Prefeitura de São Paulo ▲12. Sistema municipal de compartilhamento de bicicletas
Foto: Filipe Araújo/Estadão ▲13. Serviço de iluminação pública
Foto: Sebastião Moreira/Estadão ▲14. Pátio e serviço municipal de guincho
Foto: Robson Fernandjes/Estadão ▲15. Equipamentos e serviços de educação infantil
Foto: Wilton Júnior/Estadão ▲16. Serviços hospitalares e de atendimento da rede de saúde
Foto: Edson Hatakeyama/Secretaria Municipal de Saúde ▲20. Arquivo público municipal de São Paulo
Foto: Fábio Cintra/Arquivo Público Municipal de São Paulo ▲21. Sedes administrativas das prefeituras regionais
Foto: Prefeitura de São Paulo ▲22. Bilhetagem do sistema de transporte municipal
Foto: Tiago Queiroz/Estadão ▲23. Exploração de edifício público para serviço de conectividade
Foto: Nilton Fukuda/Estadão ▲24. Projeto Nova Luz
Foto: José Patrício/Estadão ▲25. Habitação de interesse social
Foto: Secom/Prefeitura de São Paulo ▲26. Requalificação do Vale do Anhangabaú
Foto: Werther Santana/Estadão ▲27. Terrenos com cessão de uso
Foto: Nilton Fukuda/Estadão ▲31. Imóveis de herança vacante
Foto: Rubens Kato ▲33. Hospitais municipais
Foto: Rafael Arbex/Estadão ▲34. Imóveis passíveis de IPTU progressivo e desapropriação
Foto: Nilton Fukuda/Estadão ▲35. Prédios públicos
Foto: Zenaide Bernardes/Prefeitura de São Paulo ▲37. Terrenos na Rua Sumidouro (Pinheiros)
Foto: Google Street View/Reprodução ▲39. Complexo Constâncio Vaz Guimarães (Ginásio do Ibirapuera)
Foto: Daniel Teixeira/Estadão ▲40. Enterramento da fiação
Foto: Jonne Roriz/Estadão ▲42. Manutenção e requalificação de vias
Foto: Marcel Naves/Estadão ▲49. Gestão e revitalização darede semafórica
Foto: Werther Santana/Estadão ▲50. Exploração de baixos de viadutos
Foto: Tiago Queiroz/Estadão ▲52. Relógios em espaços públicos
Foto: Clayton de Souza/Estadão ▲53. Totens em espaços públicos
Foto: Hélvio Romero/Estadão ▲55. Sinalização viária
Foto: Werther Santana/Estadão ▲Pacote de Doria
Foto: Daniel Teixeira/Estadão ▲2. Serviço de varrição e limpeza urbana
Foto: Hélvio Romero/Estadão ▲3. Cemitérios
Foto: Nilton Fukuda/Estadão ▲4. Crematórios
Foto: Paulo Pinto/Estadão ▲5. Serviços funerários
Foto: Ayrton Vignola/Estadão ▲10. Equipamentos e serviços culturais
Foto: Gabriela Biló/Estadão ▲11. Sistema municipal de transporte hidroviário
Foto: Thiago Bernardes/Frame/São Paulo Boat Show ▲17. Mercados municipais
Foto: Nilton Fukuda/Estadão ▲18. Parques, praças e planetários municipais
Foto: Hélvio Romero/Estadão ▲19. Sistema de Estacionamento Pago Rotativo
Foto: Márcio Fernandes/Estadão ▲28. Autódromo José Carlos Pace (Autódromo de Interlagos)
Foto: JF Diorio/Estadão ▲29. Complexo Desportivo do Pacaembu
Foto: JF Diorio/Estadão ▲30. Áreas e equipamentos do Complexo Desportivo Canindé
Foto: Prefeitura de São Paulo ▲32. Complexo do Anhembi
Foto: JF Diorio/Estadão ▲36. Imóveis na região central
Foto: Vivi Zanatta/Estadão ▲38. Gleba Santa Etelvina III-B
Foto: Google Street View ▲41. Sistema de drenagem urbana
Foto: José Patrício/Estadão ▲43. Manutenção e requalificação de passarelas, pontes e viadutos
Foto: Werther Santana/Estadão ▲44. Terminais de ônibus
Foto: Sérgio Castro/Estadão ▲45. Infraestrutura cicloviária
Foto: Felipe Rau/Estadão ▲46. Requalificação e manutenção de passeios públicos e calçadas
Foto: Marcel Naves/Estadão ▲47. Corredores de ônibus
Foto: Werther Santana/Estadão ▲48. Garagens públicas municipais
Foto: Fernando Brisolla/Estadão ▲51. Abrigos de ônibus
Foto: Daniel Teixeira/Estadão ▲54. Bancos, lixeiras e outros mobiliários urbanos
Foto: Sérgio Castro/Estadão ▲Até promessas mais recentes, como acabar com a Cracolândia, ficaram de fora do programa oficial. Não há meta relacionada ao tratamento de usuários de drogas, apenas “valorização do centro da cidade”, que tem como uma das ações “desenvolver projeto de requalificação da Cracolândia”.
Na Educação, o plano também não faz menção à ampliação do ensino em tempo integral, prometida pelo prefeito. Já a promessa de zerar a fila da creche em um ano deu lugar à meta de “expandir em 30%” o número de vagas. Pela conta, serão criadas 85 mil vagas, o suficiente para cobrir o déficit registrado no fim de 2016, de 66 mil. Mas não há prazo de execução.
O secretário de Gestão, Paulo Uebel, argumenta que a gestão Doria “mudou o conceito de meta” após estudar os planos das dez melhores cidades para se viver, como Zurique, na Suíça. “Entendemos que a meta não poderia ser uma obra porque ela não é o fim em si mesma, mas o meio para atingir o fim.”
Ele disse que as promessas foram “rediscutidas” após a eleição porque Doria não tinha conhecimento desse conceito à época da campanha nem informações sobre a situação financeira da Prefeitura. “Quando você vê os números, conhece a realidade e tem acesso ao corpo técnico, é natural que percepção fique muito mais profunda.”
Algumas ações, como criar o prêmio “Nota do Milhão” para quem pede a nota fiscal e acabar com a versão impressa do Diário Oficial já foram cumpridas.