Protesto em SP termina em depredação e mais de 50 detidos


Confusão no 1º ato contra aumento da passagem começou quando 5 mil pessoas estavam na Rua da Consolação; 53 foram presos

Por Diego Zanchetta e Edgar Maciel

Atualizada às 23h37

SÃO PAULO - O Movimento Passe Livre (MPL) reuniu nesta sexta-feira, 9, cerca de 5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, no primeiro ato contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo em 2015. O protesto começou de forma pacífica, mas voltou a registrar infiltração de integrantes do movimento Black Bloc, com cenas de tumulto e quebra-quebra. Houve vandalismo: três agências bancárias, duas concessionárias e duas lanchonetes foram depredadas. A polícia usou bombas de gás e balas de borracha contra manifestantes. Pelo menos seis pessoas ficaram feridas e houve 53 prisões. 

A manifestação teve muitos pontos em comum com o primeiro grande protesto contra a tarifa organizado pelo MPL, em 6 de junho de 2013. Naquele caso, também se reuniram 5 mil pessoas, com concentração no Teatro Municipal, e, após um início pacífico, houve uma série de confrontos com a polícia. Naquele ano, a tarifa de R$ 3,20 vigorou por 23 dias, pois uma série de protestos pelo País motivou a suspensão. 

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Ato contra tarifa em SP termina em confusão

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Protesto em São Paulo

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
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Protetso em São Paulo

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Foto: JF Diório/Estadão

Nesta sexta, a concentração do grupo começou às 17 horas, na frente do Teatro Municipal - entre os grupos de apoio estavam sindicalistas e simpatizantes de PSOL e PSTU. O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) também prometia apoio, sobretudo de bases na periferia. Cerca de 800 homens da polícia já faziam a segurança.

A Tropa de Choque usava câmeras acopladas ao colete para filmar toda a ação. A estratégia era a mesma adotada durante a Copa do Mundo de 2014 - usar cordões de isolamento para evitar a aglomeração de pessoas.

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No único pronunciamento feito, o MPL definiu o roteiro da marcha por assembleia. Uma proposta de ir até o Terminal Dom Pedro e lá acampar até a redução da tarifa acabou rechaçada. Optou-se por seguir até a Avenida Paulista.

Cerca de uma hora depois, pouco antes de o grupo iniciar a marcha, começaram a surgir pessoas vestidas de preto e mascaradas. O comércio no centro fechou as portas antecipadamente. “Não quero correr o risco de quebradeira”, disse Clara Gonçalves, de 62 anos, que tem uma loja de CDs e vinis. No horário de pico da tarde, o trânsito nas Avenidas Ipiranga e São João foi totalmente parado por manifestantes. Os jovens usavam troncos e pedaços de árvores, deixados por temporais, para bloquear a passagem. Na sequência, em vários pontos, pichadores deixaram frases contra a passagem de R$ 3,50, que vigora desde terça-feira. 

Confusão. O ato seguia pacífico até o início da subida da Rua da Consolação, quando mascarados e pichadores começaram a atacar muros e a provocar a polícia, atirando pedras e tentando atear fogo a lixo.

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Um princípio de confusão aconteceu na frente do Cemitério da Consolação. Um dos manifestantes foi revistado pela polícia, por suspeita de estar armado. Acabou liberado. Posteriormente, um grupo com cerca de 50 black blocs tentou invadir uma agência bancária do Santander. O lugar foi depredado com pedras e chutes. A PM respondeu com bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Posteriormente, outra agência do Santander, na mesma via, foi apedrejada. De acordo com o major Larry Saraiva, comandante da operação, nove black blocs foram detidos nesta ação. 

Ao chegar à esquina com a Avenida Paulista, mais mascarados atiraram coquetéis molotov na polícia. “Um amigo jogou o coquetel molotov nos ‘coxas’ e depois foi só bomba para todo lado”, disse um dos adeptos da tática, que se identificou apenas como Carlos, de 21 anos. 

Nesse momento, os soldados bateram nos manifestantes que tentavam correr, usando cassetetes. “A gente não estava depredando e mesmo assim foi agredido. Tive de me esconder em uma agência bancária”, disse Stefani Gomes, de 25 anos, que tinha o braço torcido. 

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Dispersão. Foi quando a polícia dispersou o protesto - com manifestantes seguindo em diversas direções. Às 20h30, havia focos de incêndio com lixo na Avenida Angélica, onde lanchonetes foram apedrejadas e uma agência do Banco do Brasil, depredada; e na Rua Haddock Lobo.

De acordo com a PM, os black blocs trocaram de roupa e se dividiram em grupos. Um grupo teria sido detido quando tentava botar fogo em um ônibus na Rua Bahia. No mesmo momento, na Rua Augusta, havia registro de mais bombas explodindo e confrontos com a PM. Uma concessionária Kia foi depredada. Também foi registrada correria nas Ruas Haddock Lobo e Bela Cintra, que estavam tomadas pela fumaça de gás lacrimogêneo.

As entradas das Estações Consolação e Trianon-Masp foram fechadas. Na Matias Aires, perto da Augusta, outra concessionária foi depredada.

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Nova manifestação. A polícia levou os detidos, que seriam acusados de vandalismo, para o 78.º DP (Jardins). Quatro deles, feridos com balas de borracha, foram encaminhados para exame de corpo de delito.

O ato foi encerrado às 21h10 e a Avenida Paulista estava totalmente liberada às 21h30. Os poucos manifestantes que ainda se reuniam nas imediações ainda gritavam palavras de ordem de 2013, como “amanhã vai ser ainda maior”. Outro ato do MPL contra a tarifa já está marcado para a próxima sexta-feira. / COLABOROU MÔNICA REOLOM

Atualizada às 23h37

SÃO PAULO - O Movimento Passe Livre (MPL) reuniu nesta sexta-feira, 9, cerca de 5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, no primeiro ato contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo em 2015. O protesto começou de forma pacífica, mas voltou a registrar infiltração de integrantes do movimento Black Bloc, com cenas de tumulto e quebra-quebra. Houve vandalismo: três agências bancárias, duas concessionárias e duas lanchonetes foram depredadas. A polícia usou bombas de gás e balas de borracha contra manifestantes. Pelo menos seis pessoas ficaram feridas e houve 53 prisões. 

A manifestação teve muitos pontos em comum com o primeiro grande protesto contra a tarifa organizado pelo MPL, em 6 de junho de 2013. Naquele caso, também se reuniram 5 mil pessoas, com concentração no Teatro Municipal, e, após um início pacífico, houve uma série de confrontos com a polícia. Naquele ano, a tarifa de R$ 3,20 vigorou por 23 dias, pois uma série de protestos pelo País motivou a suspensão. 

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Nesta sexta, a concentração do grupo começou às 17 horas, na frente do Teatro Municipal - entre os grupos de apoio estavam sindicalistas e simpatizantes de PSOL e PSTU. O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) também prometia apoio, sobretudo de bases na periferia. Cerca de 800 homens da polícia já faziam a segurança.

A Tropa de Choque usava câmeras acopladas ao colete para filmar toda a ação. A estratégia era a mesma adotada durante a Copa do Mundo de 2014 - usar cordões de isolamento para evitar a aglomeração de pessoas.

No único pronunciamento feito, o MPL definiu o roteiro da marcha por assembleia. Uma proposta de ir até o Terminal Dom Pedro e lá acampar até a redução da tarifa acabou rechaçada. Optou-se por seguir até a Avenida Paulista.

Cerca de uma hora depois, pouco antes de o grupo iniciar a marcha, começaram a surgir pessoas vestidas de preto e mascaradas. O comércio no centro fechou as portas antecipadamente. “Não quero correr o risco de quebradeira”, disse Clara Gonçalves, de 62 anos, que tem uma loja de CDs e vinis. No horário de pico da tarde, o trânsito nas Avenidas Ipiranga e São João foi totalmente parado por manifestantes. Os jovens usavam troncos e pedaços de árvores, deixados por temporais, para bloquear a passagem. Na sequência, em vários pontos, pichadores deixaram frases contra a passagem de R$ 3,50, que vigora desde terça-feira. 

Confusão. O ato seguia pacífico até o início da subida da Rua da Consolação, quando mascarados e pichadores começaram a atacar muros e a provocar a polícia, atirando pedras e tentando atear fogo a lixo.

Um princípio de confusão aconteceu na frente do Cemitério da Consolação. Um dos manifestantes foi revistado pela polícia, por suspeita de estar armado. Acabou liberado. Posteriormente, um grupo com cerca de 50 black blocs tentou invadir uma agência bancária do Santander. O lugar foi depredado com pedras e chutes. A PM respondeu com bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Posteriormente, outra agência do Santander, na mesma via, foi apedrejada. De acordo com o major Larry Saraiva, comandante da operação, nove black blocs foram detidos nesta ação. 

Ao chegar à esquina com a Avenida Paulista, mais mascarados atiraram coquetéis molotov na polícia. “Um amigo jogou o coquetel molotov nos ‘coxas’ e depois foi só bomba para todo lado”, disse um dos adeptos da tática, que se identificou apenas como Carlos, de 21 anos. 

Nesse momento, os soldados bateram nos manifestantes que tentavam correr, usando cassetetes. “A gente não estava depredando e mesmo assim foi agredido. Tive de me esconder em uma agência bancária”, disse Stefani Gomes, de 25 anos, que tinha o braço torcido. 

Dispersão. Foi quando a polícia dispersou o protesto - com manifestantes seguindo em diversas direções. Às 20h30, havia focos de incêndio com lixo na Avenida Angélica, onde lanchonetes foram apedrejadas e uma agência do Banco do Brasil, depredada; e na Rua Haddock Lobo.

De acordo com a PM, os black blocs trocaram de roupa e se dividiram em grupos. Um grupo teria sido detido quando tentava botar fogo em um ônibus na Rua Bahia. No mesmo momento, na Rua Augusta, havia registro de mais bombas explodindo e confrontos com a PM. Uma concessionária Kia foi depredada. Também foi registrada correria nas Ruas Haddock Lobo e Bela Cintra, que estavam tomadas pela fumaça de gás lacrimogêneo.

As entradas das Estações Consolação e Trianon-Masp foram fechadas. Na Matias Aires, perto da Augusta, outra concessionária foi depredada.

Nova manifestação. A polícia levou os detidos, que seriam acusados de vandalismo, para o 78.º DP (Jardins). Quatro deles, feridos com balas de borracha, foram encaminhados para exame de corpo de delito.

O ato foi encerrado às 21h10 e a Avenida Paulista estava totalmente liberada às 21h30. Os poucos manifestantes que ainda se reuniam nas imediações ainda gritavam palavras de ordem de 2013, como “amanhã vai ser ainda maior”. Outro ato do MPL contra a tarifa já está marcado para a próxima sexta-feira. / COLABOROU MÔNICA REOLOM

Atualizada às 23h37

SÃO PAULO - O Movimento Passe Livre (MPL) reuniu nesta sexta-feira, 9, cerca de 5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, no primeiro ato contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo em 2015. O protesto começou de forma pacífica, mas voltou a registrar infiltração de integrantes do movimento Black Bloc, com cenas de tumulto e quebra-quebra. Houve vandalismo: três agências bancárias, duas concessionárias e duas lanchonetes foram depredadas. A polícia usou bombas de gás e balas de borracha contra manifestantes. Pelo menos seis pessoas ficaram feridas e houve 53 prisões. 

A manifestação teve muitos pontos em comum com o primeiro grande protesto contra a tarifa organizado pelo MPL, em 6 de junho de 2013. Naquele caso, também se reuniram 5 mil pessoas, com concentração no Teatro Municipal, e, após um início pacífico, houve uma série de confrontos com a polícia. Naquele ano, a tarifa de R$ 3,20 vigorou por 23 dias, pois uma série de protestos pelo País motivou a suspensão. 

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Nesta sexta, a concentração do grupo começou às 17 horas, na frente do Teatro Municipal - entre os grupos de apoio estavam sindicalistas e simpatizantes de PSOL e PSTU. O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) também prometia apoio, sobretudo de bases na periferia. Cerca de 800 homens da polícia já faziam a segurança.

A Tropa de Choque usava câmeras acopladas ao colete para filmar toda a ação. A estratégia era a mesma adotada durante a Copa do Mundo de 2014 - usar cordões de isolamento para evitar a aglomeração de pessoas.

No único pronunciamento feito, o MPL definiu o roteiro da marcha por assembleia. Uma proposta de ir até o Terminal Dom Pedro e lá acampar até a redução da tarifa acabou rechaçada. Optou-se por seguir até a Avenida Paulista.

Cerca de uma hora depois, pouco antes de o grupo iniciar a marcha, começaram a surgir pessoas vestidas de preto e mascaradas. O comércio no centro fechou as portas antecipadamente. “Não quero correr o risco de quebradeira”, disse Clara Gonçalves, de 62 anos, que tem uma loja de CDs e vinis. No horário de pico da tarde, o trânsito nas Avenidas Ipiranga e São João foi totalmente parado por manifestantes. Os jovens usavam troncos e pedaços de árvores, deixados por temporais, para bloquear a passagem. Na sequência, em vários pontos, pichadores deixaram frases contra a passagem de R$ 3,50, que vigora desde terça-feira. 

Confusão. O ato seguia pacífico até o início da subida da Rua da Consolação, quando mascarados e pichadores começaram a atacar muros e a provocar a polícia, atirando pedras e tentando atear fogo a lixo.

Um princípio de confusão aconteceu na frente do Cemitério da Consolação. Um dos manifestantes foi revistado pela polícia, por suspeita de estar armado. Acabou liberado. Posteriormente, um grupo com cerca de 50 black blocs tentou invadir uma agência bancária do Santander. O lugar foi depredado com pedras e chutes. A PM respondeu com bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Posteriormente, outra agência do Santander, na mesma via, foi apedrejada. De acordo com o major Larry Saraiva, comandante da operação, nove black blocs foram detidos nesta ação. 

Ao chegar à esquina com a Avenida Paulista, mais mascarados atiraram coquetéis molotov na polícia. “Um amigo jogou o coquetel molotov nos ‘coxas’ e depois foi só bomba para todo lado”, disse um dos adeptos da tática, que se identificou apenas como Carlos, de 21 anos. 

Nesse momento, os soldados bateram nos manifestantes que tentavam correr, usando cassetetes. “A gente não estava depredando e mesmo assim foi agredido. Tive de me esconder em uma agência bancária”, disse Stefani Gomes, de 25 anos, que tinha o braço torcido. 

Dispersão. Foi quando a polícia dispersou o protesto - com manifestantes seguindo em diversas direções. Às 20h30, havia focos de incêndio com lixo na Avenida Angélica, onde lanchonetes foram apedrejadas e uma agência do Banco do Brasil, depredada; e na Rua Haddock Lobo.

De acordo com a PM, os black blocs trocaram de roupa e se dividiram em grupos. Um grupo teria sido detido quando tentava botar fogo em um ônibus na Rua Bahia. No mesmo momento, na Rua Augusta, havia registro de mais bombas explodindo e confrontos com a PM. Uma concessionária Kia foi depredada. Também foi registrada correria nas Ruas Haddock Lobo e Bela Cintra, que estavam tomadas pela fumaça de gás lacrimogêneo.

As entradas das Estações Consolação e Trianon-Masp foram fechadas. Na Matias Aires, perto da Augusta, outra concessionária foi depredada.

Nova manifestação. A polícia levou os detidos, que seriam acusados de vandalismo, para o 78.º DP (Jardins). Quatro deles, feridos com balas de borracha, foram encaminhados para exame de corpo de delito.

O ato foi encerrado às 21h10 e a Avenida Paulista estava totalmente liberada às 21h30. Os poucos manifestantes que ainda se reuniam nas imediações ainda gritavam palavras de ordem de 2013, como “amanhã vai ser ainda maior”. Outro ato do MPL contra a tarifa já está marcado para a próxima sexta-feira. / COLABOROU MÔNICA REOLOM

Atualizada às 23h37

SÃO PAULO - O Movimento Passe Livre (MPL) reuniu nesta sexta-feira, 9, cerca de 5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, no primeiro ato contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo em 2015. O protesto começou de forma pacífica, mas voltou a registrar infiltração de integrantes do movimento Black Bloc, com cenas de tumulto e quebra-quebra. Houve vandalismo: três agências bancárias, duas concessionárias e duas lanchonetes foram depredadas. A polícia usou bombas de gás e balas de borracha contra manifestantes. Pelo menos seis pessoas ficaram feridas e houve 53 prisões. 

A manifestação teve muitos pontos em comum com o primeiro grande protesto contra a tarifa organizado pelo MPL, em 6 de junho de 2013. Naquele caso, também se reuniram 5 mil pessoas, com concentração no Teatro Municipal, e, após um início pacífico, houve uma série de confrontos com a polícia. Naquele ano, a tarifa de R$ 3,20 vigorou por 23 dias, pois uma série de protestos pelo País motivou a suspensão. 

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Nesta sexta, a concentração do grupo começou às 17 horas, na frente do Teatro Municipal - entre os grupos de apoio estavam sindicalistas e simpatizantes de PSOL e PSTU. O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) também prometia apoio, sobretudo de bases na periferia. Cerca de 800 homens da polícia já faziam a segurança.

A Tropa de Choque usava câmeras acopladas ao colete para filmar toda a ação. A estratégia era a mesma adotada durante a Copa do Mundo de 2014 - usar cordões de isolamento para evitar a aglomeração de pessoas.

No único pronunciamento feito, o MPL definiu o roteiro da marcha por assembleia. Uma proposta de ir até o Terminal Dom Pedro e lá acampar até a redução da tarifa acabou rechaçada. Optou-se por seguir até a Avenida Paulista.

Cerca de uma hora depois, pouco antes de o grupo iniciar a marcha, começaram a surgir pessoas vestidas de preto e mascaradas. O comércio no centro fechou as portas antecipadamente. “Não quero correr o risco de quebradeira”, disse Clara Gonçalves, de 62 anos, que tem uma loja de CDs e vinis. No horário de pico da tarde, o trânsito nas Avenidas Ipiranga e São João foi totalmente parado por manifestantes. Os jovens usavam troncos e pedaços de árvores, deixados por temporais, para bloquear a passagem. Na sequência, em vários pontos, pichadores deixaram frases contra a passagem de R$ 3,50, que vigora desde terça-feira. 

Confusão. O ato seguia pacífico até o início da subida da Rua da Consolação, quando mascarados e pichadores começaram a atacar muros e a provocar a polícia, atirando pedras e tentando atear fogo a lixo.

Um princípio de confusão aconteceu na frente do Cemitério da Consolação. Um dos manifestantes foi revistado pela polícia, por suspeita de estar armado. Acabou liberado. Posteriormente, um grupo com cerca de 50 black blocs tentou invadir uma agência bancária do Santander. O lugar foi depredado com pedras e chutes. A PM respondeu com bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Posteriormente, outra agência do Santander, na mesma via, foi apedrejada. De acordo com o major Larry Saraiva, comandante da operação, nove black blocs foram detidos nesta ação. 

Ao chegar à esquina com a Avenida Paulista, mais mascarados atiraram coquetéis molotov na polícia. “Um amigo jogou o coquetel molotov nos ‘coxas’ e depois foi só bomba para todo lado”, disse um dos adeptos da tática, que se identificou apenas como Carlos, de 21 anos. 

Nesse momento, os soldados bateram nos manifestantes que tentavam correr, usando cassetetes. “A gente não estava depredando e mesmo assim foi agredido. Tive de me esconder em uma agência bancária”, disse Stefani Gomes, de 25 anos, que tinha o braço torcido. 

Dispersão. Foi quando a polícia dispersou o protesto - com manifestantes seguindo em diversas direções. Às 20h30, havia focos de incêndio com lixo na Avenida Angélica, onde lanchonetes foram apedrejadas e uma agência do Banco do Brasil, depredada; e na Rua Haddock Lobo.

De acordo com a PM, os black blocs trocaram de roupa e se dividiram em grupos. Um grupo teria sido detido quando tentava botar fogo em um ônibus na Rua Bahia. No mesmo momento, na Rua Augusta, havia registro de mais bombas explodindo e confrontos com a PM. Uma concessionária Kia foi depredada. Também foi registrada correria nas Ruas Haddock Lobo e Bela Cintra, que estavam tomadas pela fumaça de gás lacrimogêneo.

As entradas das Estações Consolação e Trianon-Masp foram fechadas. Na Matias Aires, perto da Augusta, outra concessionária foi depredada.

Nova manifestação. A polícia levou os detidos, que seriam acusados de vandalismo, para o 78.º DP (Jardins). Quatro deles, feridos com balas de borracha, foram encaminhados para exame de corpo de delito.

O ato foi encerrado às 21h10 e a Avenida Paulista estava totalmente liberada às 21h30. Os poucos manifestantes que ainda se reuniam nas imediações ainda gritavam palavras de ordem de 2013, como “amanhã vai ser ainda maior”. Outro ato do MPL contra a tarifa já está marcado para a próxima sexta-feira. / COLABOROU MÔNICA REOLOM

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