Tribunal questiona contratos da Sabesp


Fiscais do TCE afirmam que contratações de emergência, feitas sem licitação durante crise, ocorreram por ‘inércia da administração’

Por Fabio Leite

Atualizada às 20h51

SÃO PAULO - Os contratos de emergência feitos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) durante a crise hídrica entraram na mira do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ao menos dois negócios assinados sem licitação pela estatal, no valor de R$ 35,3 milhões, estão sendo questionados pelo setor de fiscalização do órgão que julga as contratações das administrações públicas.

Para agentes do TCE, a situação de emergência alegada pela Sabesp para não abrir concorrência “deu-se por inércia da administração, que não demonstrou planejamento e celeridade convenientes para instaurar, em tempo hábil, o certame licitatório”. Segundo os técnicos do tribunal, diversos alertas feitos desde 2004, quando foi renovada a outorga do Sistema Cantareira à Sabesp, “nos inclina a crer na previsibilidade da crise e na possibilidade de planejamento da companhia para adequar-se aos ditames da Lei de Licitações e Contratos”.

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A Sabesp afirma que os processos ainda estão em fase de instrução, ou seja, não há decisão do tribunal pela regularidade ou não das contratações. O primeiro deles foi assinado em 12 de maio de 2014, no valor de R$ 8,8 milhões, com a Ipiranga Produtos de Petróleo S/A para fornecimento de óleo diesel para gerar energia para as bombas de captação do volume morto do Cantareira nas Represas Jacareí, em Joanópolis, e Atibainha, em Nazaré Paulista.

Billings tem 600 bilhões de litros, volume dez vezes maior do que o do Cantareira Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO

O segundo negócio questionado foi assinado em 1.º de julho, no valor de R$ 26,5 milhões, com a empresa Xylem Brasil Soluções para Água Ltda - EPP, para a compra de um conjunto de ultrafiltração por membranas para ampliar a produção da Estação de Tratamento de Água (ETA) Rio Grande em 500 litros por segundo. O Sistema Rio Grande capta água de um braço limpo da Represa Billings, que não foi afetada pela seca como o Cantareira e o Alto Tietê. Com a contratação, a Sabesp aumentou para 5.500 l/s a produção do Rio Grande, reduzindo a dependência dos mananciais em crise.

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Nos dois casos, a Sabesp alegou que a dispensa de licitação está respaldada no artigo 24, inciso IV, da Lei Federal 8.666, que autoriza esse tipo de contratação nos casos de emergência ou de calamidade pública. Apesar de a crise já completar quase 15 meses, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) não decretou estado de emergência em São Paulo, fato criticado por ONGs. 

Pacote. Os dois contratos fazem parte de um pacote de R$ 180 milhões que a Sabesp gastou com obras de enfrentamento da crise no primeiro semestre, dos quais R$ 105 milhões em contratos sem licitação, conforme o Estado revelou em julho de 2014. Os negócios são alvo de inquérito do Ministério Público Estadual (MPE).

Mais recentemente, a Sabesp assinou mais dois contratos de emergência, no valor de R$ 46,6 milhões, para fazer a ligação dos Sistemas Rio Grande e Alto Tietê, e outra no valor de R$ 41,6 milhões para ampliar em 1 mil l/s a produção do Sistema Guarapiranga.

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Os fiscais do TCE destacam, contudo, que a outorga do Cantareira de 2004 já previa que a Sabesp deveria reduzir a dependência do manancial por causa do risco de colapso, e a própria estatal detectou, em novembro de 2013, a anormalidade no regime de chuvas nos reservatórios. “Entendemos, nesse sentido, que os motivos apresentados não se prestam a amparar a emergencialidade.”

Atualizada às 20h51

SÃO PAULO - Os contratos de emergência feitos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) durante a crise hídrica entraram na mira do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ao menos dois negócios assinados sem licitação pela estatal, no valor de R$ 35,3 milhões, estão sendo questionados pelo setor de fiscalização do órgão que julga as contratações das administrações públicas.

Para agentes do TCE, a situação de emergência alegada pela Sabesp para não abrir concorrência “deu-se por inércia da administração, que não demonstrou planejamento e celeridade convenientes para instaurar, em tempo hábil, o certame licitatório”. Segundo os técnicos do tribunal, diversos alertas feitos desde 2004, quando foi renovada a outorga do Sistema Cantareira à Sabesp, “nos inclina a crer na previsibilidade da crise e na possibilidade de planejamento da companhia para adequar-se aos ditames da Lei de Licitações e Contratos”.

A Sabesp afirma que os processos ainda estão em fase de instrução, ou seja, não há decisão do tribunal pela regularidade ou não das contratações. O primeiro deles foi assinado em 12 de maio de 2014, no valor de R$ 8,8 milhões, com a Ipiranga Produtos de Petróleo S/A para fornecimento de óleo diesel para gerar energia para as bombas de captação do volume morto do Cantareira nas Represas Jacareí, em Joanópolis, e Atibainha, em Nazaré Paulista.

Billings tem 600 bilhões de litros, volume dez vezes maior do que o do Cantareira Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO

O segundo negócio questionado foi assinado em 1.º de julho, no valor de R$ 26,5 milhões, com a empresa Xylem Brasil Soluções para Água Ltda - EPP, para a compra de um conjunto de ultrafiltração por membranas para ampliar a produção da Estação de Tratamento de Água (ETA) Rio Grande em 500 litros por segundo. O Sistema Rio Grande capta água de um braço limpo da Represa Billings, que não foi afetada pela seca como o Cantareira e o Alto Tietê. Com a contratação, a Sabesp aumentou para 5.500 l/s a produção do Rio Grande, reduzindo a dependência dos mananciais em crise.

Nos dois casos, a Sabesp alegou que a dispensa de licitação está respaldada no artigo 24, inciso IV, da Lei Federal 8.666, que autoriza esse tipo de contratação nos casos de emergência ou de calamidade pública. Apesar de a crise já completar quase 15 meses, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) não decretou estado de emergência em São Paulo, fato criticado por ONGs. 

Pacote. Os dois contratos fazem parte de um pacote de R$ 180 milhões que a Sabesp gastou com obras de enfrentamento da crise no primeiro semestre, dos quais R$ 105 milhões em contratos sem licitação, conforme o Estado revelou em julho de 2014. Os negócios são alvo de inquérito do Ministério Público Estadual (MPE).

Mais recentemente, a Sabesp assinou mais dois contratos de emergência, no valor de R$ 46,6 milhões, para fazer a ligação dos Sistemas Rio Grande e Alto Tietê, e outra no valor de R$ 41,6 milhões para ampliar em 1 mil l/s a produção do Sistema Guarapiranga.

Os fiscais do TCE destacam, contudo, que a outorga do Cantareira de 2004 já previa que a Sabesp deveria reduzir a dependência do manancial por causa do risco de colapso, e a própria estatal detectou, em novembro de 2013, a anormalidade no regime de chuvas nos reservatórios. “Entendemos, nesse sentido, que os motivos apresentados não se prestam a amparar a emergencialidade.”

Atualizada às 20h51

SÃO PAULO - Os contratos de emergência feitos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) durante a crise hídrica entraram na mira do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ao menos dois negócios assinados sem licitação pela estatal, no valor de R$ 35,3 milhões, estão sendo questionados pelo setor de fiscalização do órgão que julga as contratações das administrações públicas.

Para agentes do TCE, a situação de emergência alegada pela Sabesp para não abrir concorrência “deu-se por inércia da administração, que não demonstrou planejamento e celeridade convenientes para instaurar, em tempo hábil, o certame licitatório”. Segundo os técnicos do tribunal, diversos alertas feitos desde 2004, quando foi renovada a outorga do Sistema Cantareira à Sabesp, “nos inclina a crer na previsibilidade da crise e na possibilidade de planejamento da companhia para adequar-se aos ditames da Lei de Licitações e Contratos”.

A Sabesp afirma que os processos ainda estão em fase de instrução, ou seja, não há decisão do tribunal pela regularidade ou não das contratações. O primeiro deles foi assinado em 12 de maio de 2014, no valor de R$ 8,8 milhões, com a Ipiranga Produtos de Petróleo S/A para fornecimento de óleo diesel para gerar energia para as bombas de captação do volume morto do Cantareira nas Represas Jacareí, em Joanópolis, e Atibainha, em Nazaré Paulista.

Billings tem 600 bilhões de litros, volume dez vezes maior do que o do Cantareira Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO

O segundo negócio questionado foi assinado em 1.º de julho, no valor de R$ 26,5 milhões, com a empresa Xylem Brasil Soluções para Água Ltda - EPP, para a compra de um conjunto de ultrafiltração por membranas para ampliar a produção da Estação de Tratamento de Água (ETA) Rio Grande em 500 litros por segundo. O Sistema Rio Grande capta água de um braço limpo da Represa Billings, que não foi afetada pela seca como o Cantareira e o Alto Tietê. Com a contratação, a Sabesp aumentou para 5.500 l/s a produção do Rio Grande, reduzindo a dependência dos mananciais em crise.

Nos dois casos, a Sabesp alegou que a dispensa de licitação está respaldada no artigo 24, inciso IV, da Lei Federal 8.666, que autoriza esse tipo de contratação nos casos de emergência ou de calamidade pública. Apesar de a crise já completar quase 15 meses, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) não decretou estado de emergência em São Paulo, fato criticado por ONGs. 

Pacote. Os dois contratos fazem parte de um pacote de R$ 180 milhões que a Sabesp gastou com obras de enfrentamento da crise no primeiro semestre, dos quais R$ 105 milhões em contratos sem licitação, conforme o Estado revelou em julho de 2014. Os negócios são alvo de inquérito do Ministério Público Estadual (MPE).

Mais recentemente, a Sabesp assinou mais dois contratos de emergência, no valor de R$ 46,6 milhões, para fazer a ligação dos Sistemas Rio Grande e Alto Tietê, e outra no valor de R$ 41,6 milhões para ampliar em 1 mil l/s a produção do Sistema Guarapiranga.

Os fiscais do TCE destacam, contudo, que a outorga do Cantareira de 2004 já previa que a Sabesp deveria reduzir a dependência do manancial por causa do risco de colapso, e a própria estatal detectou, em novembro de 2013, a anormalidade no regime de chuvas nos reservatórios. “Entendemos, nesse sentido, que os motivos apresentados não se prestam a amparar a emergencialidade.”

Atualizada às 20h51

SÃO PAULO - Os contratos de emergência feitos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) durante a crise hídrica entraram na mira do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ao menos dois negócios assinados sem licitação pela estatal, no valor de R$ 35,3 milhões, estão sendo questionados pelo setor de fiscalização do órgão que julga as contratações das administrações públicas.

Para agentes do TCE, a situação de emergência alegada pela Sabesp para não abrir concorrência “deu-se por inércia da administração, que não demonstrou planejamento e celeridade convenientes para instaurar, em tempo hábil, o certame licitatório”. Segundo os técnicos do tribunal, diversos alertas feitos desde 2004, quando foi renovada a outorga do Sistema Cantareira à Sabesp, “nos inclina a crer na previsibilidade da crise e na possibilidade de planejamento da companhia para adequar-se aos ditames da Lei de Licitações e Contratos”.

A Sabesp afirma que os processos ainda estão em fase de instrução, ou seja, não há decisão do tribunal pela regularidade ou não das contratações. O primeiro deles foi assinado em 12 de maio de 2014, no valor de R$ 8,8 milhões, com a Ipiranga Produtos de Petróleo S/A para fornecimento de óleo diesel para gerar energia para as bombas de captação do volume morto do Cantareira nas Represas Jacareí, em Joanópolis, e Atibainha, em Nazaré Paulista.

Billings tem 600 bilhões de litros, volume dez vezes maior do que o do Cantareira Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO

O segundo negócio questionado foi assinado em 1.º de julho, no valor de R$ 26,5 milhões, com a empresa Xylem Brasil Soluções para Água Ltda - EPP, para a compra de um conjunto de ultrafiltração por membranas para ampliar a produção da Estação de Tratamento de Água (ETA) Rio Grande em 500 litros por segundo. O Sistema Rio Grande capta água de um braço limpo da Represa Billings, que não foi afetada pela seca como o Cantareira e o Alto Tietê. Com a contratação, a Sabesp aumentou para 5.500 l/s a produção do Rio Grande, reduzindo a dependência dos mananciais em crise.

Nos dois casos, a Sabesp alegou que a dispensa de licitação está respaldada no artigo 24, inciso IV, da Lei Federal 8.666, que autoriza esse tipo de contratação nos casos de emergência ou de calamidade pública. Apesar de a crise já completar quase 15 meses, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) não decretou estado de emergência em São Paulo, fato criticado por ONGs. 

Pacote. Os dois contratos fazem parte de um pacote de R$ 180 milhões que a Sabesp gastou com obras de enfrentamento da crise no primeiro semestre, dos quais R$ 105 milhões em contratos sem licitação, conforme o Estado revelou em julho de 2014. Os negócios são alvo de inquérito do Ministério Público Estadual (MPE).

Mais recentemente, a Sabesp assinou mais dois contratos de emergência, no valor de R$ 46,6 milhões, para fazer a ligação dos Sistemas Rio Grande e Alto Tietê, e outra no valor de R$ 41,6 milhões para ampliar em 1 mil l/s a produção do Sistema Guarapiranga.

Os fiscais do TCE destacam, contudo, que a outorga do Cantareira de 2004 já previa que a Sabesp deveria reduzir a dependência do manancial por causa do risco de colapso, e a própria estatal detectou, em novembro de 2013, a anormalidade no regime de chuvas nos reservatórios. “Entendemos, nesse sentido, que os motivos apresentados não se prestam a amparar a emergencialidade.”

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