Uma coleção que conta a história de São Paulo


Com 40 mil fotos e 6,5 mil livros, acervo do arquiteto e historiador Benedito Lima de Toledo tem destino certo: a Universidade de São Paulo

Por Edison Veiga e Vitor Hugo Brandalise

Em 50 anos de carreira, o professor, arquiteto e historiador Benedito Lima de Toledo não se limitou ao escritório nem às salas de aula. Câmera em punho, foi a campo - no caso, as ruas de São Paulo. Aos 77 anos, ele e a mulher, a bibliotecária Suzana Aléssio de Toledo, de 71, tomaram a decisão: quem vai herdar a impressionante coleção de 40 mil fotos, 25 mil slides e 6,5 mil livros é a biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP).

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"O ideal de um professor é difundir o conhecimento. Quero que esse material fique disponível para os pesquisadores das gerações futuras, porque assim continuarei contribuindo para difundir o conhecimento", anuncia o arquiteto. Entre os documentos, há preciosidades como um livro de construções portuguesas datado de 1680, registros fotográficos - feitos por ele próprio - de todos os casarões da Avenida Paulista e um exemplar da Monographia do Theatro Municipal de São Paulo, entregue a todos os que compareceram à inauguração da casa, em 1911.

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Membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e da Academia Paulista de Letras e autor de 12 livros - entre eles, Anhangabahú e São Paulo: Três Cidades em Um Século -, Toledo é autoridade quando se pensa em história de São Paulo. Mas seu conhecimento não foi adquirido apenas nas leituras e salas de aula. Gastar sola de sapato sempre foi parte da rotina.

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Expedições. Por cinco anos, entre 1966 e 1971, o jovem professor levou vida de arqueólogo - todo fim de semana, estacionava sua Brasília dourada no alto da Serra do Mar e, equipado de facão de mateiro e botas grossas de couro, embrenhava-se na mata. Procurava resquícios da Calçada do Lorena, primeiro caminho pavimentado a ligar São Paulo e Santos, construído em 1792 - que estava perdido, encoberto por mata fechada.

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"Era uma obsessão que eu tinha. Não entendia como o caminho poderia estar perdido, já que nossa vida no planalto, historicamente, sempre esteve tão ligada à costa", explicou. Garrafa d'água, sanduíche e soro antiofídico estavam entre os apetrechos que o arquiteto carregava. "Foi um trabalho realizado com disciplina do Exército: a cada 10 minutos, eu parava para descansar. Assim, aguentava o tranco o dia inteiro. Mas, no fim, nenhuma cobra se arriscou a picar-me."

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Após analisar "até gastar" antigos registros topográficos, Toledo encontrou as primeiras pedras. Foi o primeiro passo para recolocar no mapa todos os 700 metros da Calçada - utilizada, por exemplo, por d. Pedro I na subida ao planalto para proclamar a Independência. De quebra, o arquiteto fotografou e desenhou os seis monumentos existentes na Calçada, entre o topo da Serra e Cubatão. "Registrei tudo para um futuro restauro, que espero ver."

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Mas havia também expedições urbanas. Como quando ele surpreendeu, nos anos 1980, um casarão sendo demolido na esquina da Avenida Paulista com a Alameda Joaquim Eugênio de Lima. "Sumiu a casa, só restou a poeira. E as fotos que eu fiz", comenta. Destino idêntico teve uma casa bandeirista do século 18 na Vila Nova Cachoeirinha. "Fotografei antes que caísse."

Em 50 anos de carreira, o professor, arquiteto e historiador Benedito Lima de Toledo não se limitou ao escritório nem às salas de aula. Câmera em punho, foi a campo - no caso, as ruas de São Paulo. Aos 77 anos, ele e a mulher, a bibliotecária Suzana Aléssio de Toledo, de 71, tomaram a decisão: quem vai herdar a impressionante coleção de 40 mil fotos, 25 mil slides e 6,5 mil livros é a biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP).

"O ideal de um professor é difundir o conhecimento. Quero que esse material fique disponível para os pesquisadores das gerações futuras, porque assim continuarei contribuindo para difundir o conhecimento", anuncia o arquiteto. Entre os documentos, há preciosidades como um livro de construções portuguesas datado de 1680, registros fotográficos - feitos por ele próprio - de todos os casarões da Avenida Paulista e um exemplar da Monographia do Theatro Municipal de São Paulo, entregue a todos os que compareceram à inauguração da casa, em 1911.

Membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e da Academia Paulista de Letras e autor de 12 livros - entre eles, Anhangabahú e São Paulo: Três Cidades em Um Século -, Toledo é autoridade quando se pensa em história de São Paulo. Mas seu conhecimento não foi adquirido apenas nas leituras e salas de aula. Gastar sola de sapato sempre foi parte da rotina.

Expedições. Por cinco anos, entre 1966 e 1971, o jovem professor levou vida de arqueólogo - todo fim de semana, estacionava sua Brasília dourada no alto da Serra do Mar e, equipado de facão de mateiro e botas grossas de couro, embrenhava-se na mata. Procurava resquícios da Calçada do Lorena, primeiro caminho pavimentado a ligar São Paulo e Santos, construído em 1792 - que estava perdido, encoberto por mata fechada.

"Era uma obsessão que eu tinha. Não entendia como o caminho poderia estar perdido, já que nossa vida no planalto, historicamente, sempre esteve tão ligada à costa", explicou. Garrafa d'água, sanduíche e soro antiofídico estavam entre os apetrechos que o arquiteto carregava. "Foi um trabalho realizado com disciplina do Exército: a cada 10 minutos, eu parava para descansar. Assim, aguentava o tranco o dia inteiro. Mas, no fim, nenhuma cobra se arriscou a picar-me."

Após analisar "até gastar" antigos registros topográficos, Toledo encontrou as primeiras pedras. Foi o primeiro passo para recolocar no mapa todos os 700 metros da Calçada - utilizada, por exemplo, por d. Pedro I na subida ao planalto para proclamar a Independência. De quebra, o arquiteto fotografou e desenhou os seis monumentos existentes na Calçada, entre o topo da Serra e Cubatão. "Registrei tudo para um futuro restauro, que espero ver."

Mas havia também expedições urbanas. Como quando ele surpreendeu, nos anos 1980, um casarão sendo demolido na esquina da Avenida Paulista com a Alameda Joaquim Eugênio de Lima. "Sumiu a casa, só restou a poeira. E as fotos que eu fiz", comenta. Destino idêntico teve uma casa bandeirista do século 18 na Vila Nova Cachoeirinha. "Fotografei antes que caísse."

Em 50 anos de carreira, o professor, arquiteto e historiador Benedito Lima de Toledo não se limitou ao escritório nem às salas de aula. Câmera em punho, foi a campo - no caso, as ruas de São Paulo. Aos 77 anos, ele e a mulher, a bibliotecária Suzana Aléssio de Toledo, de 71, tomaram a decisão: quem vai herdar a impressionante coleção de 40 mil fotos, 25 mil slides e 6,5 mil livros é a biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP).

"O ideal de um professor é difundir o conhecimento. Quero que esse material fique disponível para os pesquisadores das gerações futuras, porque assim continuarei contribuindo para difundir o conhecimento", anuncia o arquiteto. Entre os documentos, há preciosidades como um livro de construções portuguesas datado de 1680, registros fotográficos - feitos por ele próprio - de todos os casarões da Avenida Paulista e um exemplar da Monographia do Theatro Municipal de São Paulo, entregue a todos os que compareceram à inauguração da casa, em 1911.

Membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e da Academia Paulista de Letras e autor de 12 livros - entre eles, Anhangabahú e São Paulo: Três Cidades em Um Século -, Toledo é autoridade quando se pensa em história de São Paulo. Mas seu conhecimento não foi adquirido apenas nas leituras e salas de aula. Gastar sola de sapato sempre foi parte da rotina.

Expedições. Por cinco anos, entre 1966 e 1971, o jovem professor levou vida de arqueólogo - todo fim de semana, estacionava sua Brasília dourada no alto da Serra do Mar e, equipado de facão de mateiro e botas grossas de couro, embrenhava-se na mata. Procurava resquícios da Calçada do Lorena, primeiro caminho pavimentado a ligar São Paulo e Santos, construído em 1792 - que estava perdido, encoberto por mata fechada.

"Era uma obsessão que eu tinha. Não entendia como o caminho poderia estar perdido, já que nossa vida no planalto, historicamente, sempre esteve tão ligada à costa", explicou. Garrafa d'água, sanduíche e soro antiofídico estavam entre os apetrechos que o arquiteto carregava. "Foi um trabalho realizado com disciplina do Exército: a cada 10 minutos, eu parava para descansar. Assim, aguentava o tranco o dia inteiro. Mas, no fim, nenhuma cobra se arriscou a picar-me."

Após analisar "até gastar" antigos registros topográficos, Toledo encontrou as primeiras pedras. Foi o primeiro passo para recolocar no mapa todos os 700 metros da Calçada - utilizada, por exemplo, por d. Pedro I na subida ao planalto para proclamar a Independência. De quebra, o arquiteto fotografou e desenhou os seis monumentos existentes na Calçada, entre o topo da Serra e Cubatão. "Registrei tudo para um futuro restauro, que espero ver."

Mas havia também expedições urbanas. Como quando ele surpreendeu, nos anos 1980, um casarão sendo demolido na esquina da Avenida Paulista com a Alameda Joaquim Eugênio de Lima. "Sumiu a casa, só restou a poeira. E as fotos que eu fiz", comenta. Destino idêntico teve uma casa bandeirista do século 18 na Vila Nova Cachoeirinha. "Fotografei antes que caísse."

Em 50 anos de carreira, o professor, arquiteto e historiador Benedito Lima de Toledo não se limitou ao escritório nem às salas de aula. Câmera em punho, foi a campo - no caso, as ruas de São Paulo. Aos 77 anos, ele e a mulher, a bibliotecária Suzana Aléssio de Toledo, de 71, tomaram a decisão: quem vai herdar a impressionante coleção de 40 mil fotos, 25 mil slides e 6,5 mil livros é a biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP).

"O ideal de um professor é difundir o conhecimento. Quero que esse material fique disponível para os pesquisadores das gerações futuras, porque assim continuarei contribuindo para difundir o conhecimento", anuncia o arquiteto. Entre os documentos, há preciosidades como um livro de construções portuguesas datado de 1680, registros fotográficos - feitos por ele próprio - de todos os casarões da Avenida Paulista e um exemplar da Monographia do Theatro Municipal de São Paulo, entregue a todos os que compareceram à inauguração da casa, em 1911.

Membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e da Academia Paulista de Letras e autor de 12 livros - entre eles, Anhangabahú e São Paulo: Três Cidades em Um Século -, Toledo é autoridade quando se pensa em história de São Paulo. Mas seu conhecimento não foi adquirido apenas nas leituras e salas de aula. Gastar sola de sapato sempre foi parte da rotina.

Expedições. Por cinco anos, entre 1966 e 1971, o jovem professor levou vida de arqueólogo - todo fim de semana, estacionava sua Brasília dourada no alto da Serra do Mar e, equipado de facão de mateiro e botas grossas de couro, embrenhava-se na mata. Procurava resquícios da Calçada do Lorena, primeiro caminho pavimentado a ligar São Paulo e Santos, construído em 1792 - que estava perdido, encoberto por mata fechada.

"Era uma obsessão que eu tinha. Não entendia como o caminho poderia estar perdido, já que nossa vida no planalto, historicamente, sempre esteve tão ligada à costa", explicou. Garrafa d'água, sanduíche e soro antiofídico estavam entre os apetrechos que o arquiteto carregava. "Foi um trabalho realizado com disciplina do Exército: a cada 10 minutos, eu parava para descansar. Assim, aguentava o tranco o dia inteiro. Mas, no fim, nenhuma cobra se arriscou a picar-me."

Após analisar "até gastar" antigos registros topográficos, Toledo encontrou as primeiras pedras. Foi o primeiro passo para recolocar no mapa todos os 700 metros da Calçada - utilizada, por exemplo, por d. Pedro I na subida ao planalto para proclamar a Independência. De quebra, o arquiteto fotografou e desenhou os seis monumentos existentes na Calçada, entre o topo da Serra e Cubatão. "Registrei tudo para um futuro restauro, que espero ver."

Mas havia também expedições urbanas. Como quando ele surpreendeu, nos anos 1980, um casarão sendo demolido na esquina da Avenida Paulista com a Alameda Joaquim Eugênio de Lima. "Sumiu a casa, só restou a poeira. E as fotos que eu fiz", comenta. Destino idêntico teve uma casa bandeirista do século 18 na Vila Nova Cachoeirinha. "Fotografei antes que caísse."

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