Defensoria Pública no Rio quer anular teste da ‘pílula do câncer’


Primeiros resultados mostraram ineficácia no combate a tumores; para defensor público, pesquisas têm falhas e erro metodológico

Por Fabiana Cambricoli
Ministério diz que pesquisa continua Foto: CECILIA BASTOS /USP Imagem

SÃO PAULO - A Defensoria Pública da União no Rio vai entrar com ação civil pública contra o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) pedindo a anulação dos testes feitos com a fosfoetanolamina sintética, conhecida como “pílula do câncer”. Segundo o defensor público Daniel Macedo, as pesquisas têm falhas e erros metodológicos.

Os primeiros testes feitos com o apoio do ministério apontaram que a substância não tem eficácia no combate às células tumorais. Relatório divulgado pelo MCTI em março com resultados das pesquisas in vitro mostraram que a substância não era pura e não conseguia destruir as células cancerígenas. No final de maio, o órgão apresentou os resultados dos primeiros testes em cobaias, nos quais a pílula foi testada em camundongos e ratos com dois tipos de câncer: carcinossarcoma 256 de Walker e sarcoma 180. Mais uma vez, a fosfoetanolamina sintética não foi capaz de combater o tumor.

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Para o defensor público e os pesquisadores criadores da substância, os resultados podem ter sido prejudicados por falhas na condução dos testes.

Perguntas e respostas sobre a 'pílula do câncer'

1 | 8

Quando a fosfoetanolamina sintética começou a ser usada por pacientes com câncer?

Foto: USP Imagens
2 | 8

Alguma pesquisa científica foi feita para atestar a eficácia da substância?

Foto: USP IMAGENS
3 | 8

E quanto aos testes iniciados pelo governo? Já foram divulgados resultados?

Foto: Estadão
4 | 8

Outros testes estão sendo feitos por iniciativa governamental?

5 | 8

O produto estará disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS)?

Foto: USP IMAGENS
6 | 8

A fosfoetanolamina sintética cura o câncer?

Foto: Tiago Queiroz/Estadão
7 | 8

Será necessária a prescrição médica para uso?

Foto: USP IMAGENS
8 | 8

Quem vai produzir a fosfoetanolamina e onde ela será vendida?

Foto: USP IMAGENS

“Uma irregularidade que destacamos é que o grupo de trabalho (do MCTI) foi criado para estudar a fosfoetanolamina sintética do professor Gilberto Chierice (pesquisador aposentado do Instituto de Química da USP São Carlos). E o que foi estudado lateralmente não foi a fosfoetanolamina sintética, estudaram a fosfoetanolamina da Unicamp. Ou seja, os pesquisadores da Unicamp refizeram o processo de síntese da fosfoetanolamina, olhando a patente que está no Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual)”, argumentou Macedo ao Estado durante seminário sobre a substância feito pelo Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo, neste sábado, 11. Para ele, o uso da cápsula sintetizada pela Unicamp pode ter alterado os resultados.

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Ausência. O defensor público criticou ainda o fato de os pesquisadores do grupo de Chierice não participarem dos estudos financiados pelo ministério. “Eles foram chamados para a primeira e segunda reuniões para debater como seria o estudo e depois não foram mais. Eu não posso ignorar a opinião de três químicos, um biomédico, um oncologista e um biólogo que, há 25 anos, estudam fosfoetanolamina. A opinião de como faz a solubilidade (da substância), como é o processo terapêutico. Isso não pode ser ignorado. É um erro gravíssimo.”

A assessoria de imprensa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação informou, por meio de nota, que as pesquisas com a fosfoetanolamina prosseguem e que vai aguardar comunicação oficial sobre a ação civil pública para “tomar conhecimento do teor antes de qualquer manifestação”.

Ministério diz que pesquisa continua Foto: CECILIA BASTOS /USP Imagem

SÃO PAULO - A Defensoria Pública da União no Rio vai entrar com ação civil pública contra o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) pedindo a anulação dos testes feitos com a fosfoetanolamina sintética, conhecida como “pílula do câncer”. Segundo o defensor público Daniel Macedo, as pesquisas têm falhas e erros metodológicos.

Os primeiros testes feitos com o apoio do ministério apontaram que a substância não tem eficácia no combate às células tumorais. Relatório divulgado pelo MCTI em março com resultados das pesquisas in vitro mostraram que a substância não era pura e não conseguia destruir as células cancerígenas. No final de maio, o órgão apresentou os resultados dos primeiros testes em cobaias, nos quais a pílula foi testada em camundongos e ratos com dois tipos de câncer: carcinossarcoma 256 de Walker e sarcoma 180. Mais uma vez, a fosfoetanolamina sintética não foi capaz de combater o tumor.

Para o defensor público e os pesquisadores criadores da substância, os resultados podem ter sido prejudicados por falhas na condução dos testes.

Perguntas e respostas sobre a 'pílula do câncer'

1 | 8

Quando a fosfoetanolamina sintética começou a ser usada por pacientes com câncer?

Foto: USP Imagens
2 | 8

Alguma pesquisa científica foi feita para atestar a eficácia da substância?

Foto: USP IMAGENS
3 | 8

E quanto aos testes iniciados pelo governo? Já foram divulgados resultados?

Foto: Estadão
4 | 8

Outros testes estão sendo feitos por iniciativa governamental?

5 | 8

O produto estará disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS)?

Foto: USP IMAGENS
6 | 8

A fosfoetanolamina sintética cura o câncer?

Foto: Tiago Queiroz/Estadão
7 | 8

Será necessária a prescrição médica para uso?

Foto: USP IMAGENS
8 | 8

Quem vai produzir a fosfoetanolamina e onde ela será vendida?

Foto: USP IMAGENS

“Uma irregularidade que destacamos é que o grupo de trabalho (do MCTI) foi criado para estudar a fosfoetanolamina sintética do professor Gilberto Chierice (pesquisador aposentado do Instituto de Química da USP São Carlos). E o que foi estudado lateralmente não foi a fosfoetanolamina sintética, estudaram a fosfoetanolamina da Unicamp. Ou seja, os pesquisadores da Unicamp refizeram o processo de síntese da fosfoetanolamina, olhando a patente que está no Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual)”, argumentou Macedo ao Estado durante seminário sobre a substância feito pelo Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo, neste sábado, 11. Para ele, o uso da cápsula sintetizada pela Unicamp pode ter alterado os resultados.

Ausência. O defensor público criticou ainda o fato de os pesquisadores do grupo de Chierice não participarem dos estudos financiados pelo ministério. “Eles foram chamados para a primeira e segunda reuniões para debater como seria o estudo e depois não foram mais. Eu não posso ignorar a opinião de três químicos, um biomédico, um oncologista e um biólogo que, há 25 anos, estudam fosfoetanolamina. A opinião de como faz a solubilidade (da substância), como é o processo terapêutico. Isso não pode ser ignorado. É um erro gravíssimo.”

A assessoria de imprensa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação informou, por meio de nota, que as pesquisas com a fosfoetanolamina prosseguem e que vai aguardar comunicação oficial sobre a ação civil pública para “tomar conhecimento do teor antes de qualquer manifestação”.

Ministério diz que pesquisa continua Foto: CECILIA BASTOS /USP Imagem

SÃO PAULO - A Defensoria Pública da União no Rio vai entrar com ação civil pública contra o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) pedindo a anulação dos testes feitos com a fosfoetanolamina sintética, conhecida como “pílula do câncer”. Segundo o defensor público Daniel Macedo, as pesquisas têm falhas e erros metodológicos.

Os primeiros testes feitos com o apoio do ministério apontaram que a substância não tem eficácia no combate às células tumorais. Relatório divulgado pelo MCTI em março com resultados das pesquisas in vitro mostraram que a substância não era pura e não conseguia destruir as células cancerígenas. No final de maio, o órgão apresentou os resultados dos primeiros testes em cobaias, nos quais a pílula foi testada em camundongos e ratos com dois tipos de câncer: carcinossarcoma 256 de Walker e sarcoma 180. Mais uma vez, a fosfoetanolamina sintética não foi capaz de combater o tumor.

Para o defensor público e os pesquisadores criadores da substância, os resultados podem ter sido prejudicados por falhas na condução dos testes.

Perguntas e respostas sobre a 'pílula do câncer'

1 | 8

Quando a fosfoetanolamina sintética começou a ser usada por pacientes com câncer?

Foto: USP Imagens
2 | 8

Alguma pesquisa científica foi feita para atestar a eficácia da substância?

Foto: USP IMAGENS
3 | 8

E quanto aos testes iniciados pelo governo? Já foram divulgados resultados?

Foto: Estadão
4 | 8

Outros testes estão sendo feitos por iniciativa governamental?

5 | 8

O produto estará disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS)?

Foto: USP IMAGENS
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A fosfoetanolamina sintética cura o câncer?

Foto: Tiago Queiroz/Estadão
7 | 8

Será necessária a prescrição médica para uso?

Foto: USP IMAGENS
8 | 8

Quem vai produzir a fosfoetanolamina e onde ela será vendida?

Foto: USP IMAGENS

“Uma irregularidade que destacamos é que o grupo de trabalho (do MCTI) foi criado para estudar a fosfoetanolamina sintética do professor Gilberto Chierice (pesquisador aposentado do Instituto de Química da USP São Carlos). E o que foi estudado lateralmente não foi a fosfoetanolamina sintética, estudaram a fosfoetanolamina da Unicamp. Ou seja, os pesquisadores da Unicamp refizeram o processo de síntese da fosfoetanolamina, olhando a patente que está no Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual)”, argumentou Macedo ao Estado durante seminário sobre a substância feito pelo Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo, neste sábado, 11. Para ele, o uso da cápsula sintetizada pela Unicamp pode ter alterado os resultados.

Ausência. O defensor público criticou ainda o fato de os pesquisadores do grupo de Chierice não participarem dos estudos financiados pelo ministério. “Eles foram chamados para a primeira e segunda reuniões para debater como seria o estudo e depois não foram mais. Eu não posso ignorar a opinião de três químicos, um biomédico, um oncologista e um biólogo que, há 25 anos, estudam fosfoetanolamina. A opinião de como faz a solubilidade (da substância), como é o processo terapêutico. Isso não pode ser ignorado. É um erro gravíssimo.”

A assessoria de imprensa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação informou, por meio de nota, que as pesquisas com a fosfoetanolamina prosseguem e que vai aguardar comunicação oficial sobre a ação civil pública para “tomar conhecimento do teor antes de qualquer manifestação”.

Ministério diz que pesquisa continua Foto: CECILIA BASTOS /USP Imagem

SÃO PAULO - A Defensoria Pública da União no Rio vai entrar com ação civil pública contra o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) pedindo a anulação dos testes feitos com a fosfoetanolamina sintética, conhecida como “pílula do câncer”. Segundo o defensor público Daniel Macedo, as pesquisas têm falhas e erros metodológicos.

Os primeiros testes feitos com o apoio do ministério apontaram que a substância não tem eficácia no combate às células tumorais. Relatório divulgado pelo MCTI em março com resultados das pesquisas in vitro mostraram que a substância não era pura e não conseguia destruir as células cancerígenas. No final de maio, o órgão apresentou os resultados dos primeiros testes em cobaias, nos quais a pílula foi testada em camundongos e ratos com dois tipos de câncer: carcinossarcoma 256 de Walker e sarcoma 180. Mais uma vez, a fosfoetanolamina sintética não foi capaz de combater o tumor.

Para o defensor público e os pesquisadores criadores da substância, os resultados podem ter sido prejudicados por falhas na condução dos testes.

Perguntas e respostas sobre a 'pílula do câncer'

1 | 8

Quando a fosfoetanolamina sintética começou a ser usada por pacientes com câncer?

Foto: USP Imagens
2 | 8

Alguma pesquisa científica foi feita para atestar a eficácia da substância?

Foto: USP IMAGENS
3 | 8

E quanto aos testes iniciados pelo governo? Já foram divulgados resultados?

Foto: Estadão
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Outros testes estão sendo feitos por iniciativa governamental?

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O produto estará disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS)?

Foto: USP IMAGENS
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A fosfoetanolamina sintética cura o câncer?

Foto: Tiago Queiroz/Estadão
7 | 8

Será necessária a prescrição médica para uso?

Foto: USP IMAGENS
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Quem vai produzir a fosfoetanolamina e onde ela será vendida?

Foto: USP IMAGENS

“Uma irregularidade que destacamos é que o grupo de trabalho (do MCTI) foi criado para estudar a fosfoetanolamina sintética do professor Gilberto Chierice (pesquisador aposentado do Instituto de Química da USP São Carlos). E o que foi estudado lateralmente não foi a fosfoetanolamina sintética, estudaram a fosfoetanolamina da Unicamp. Ou seja, os pesquisadores da Unicamp refizeram o processo de síntese da fosfoetanolamina, olhando a patente que está no Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual)”, argumentou Macedo ao Estado durante seminário sobre a substância feito pelo Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo, neste sábado, 11. Para ele, o uso da cápsula sintetizada pela Unicamp pode ter alterado os resultados.

Ausência. O defensor público criticou ainda o fato de os pesquisadores do grupo de Chierice não participarem dos estudos financiados pelo ministério. “Eles foram chamados para a primeira e segunda reuniões para debater como seria o estudo e depois não foram mais. Eu não posso ignorar a opinião de três químicos, um biomédico, um oncologista e um biólogo que, há 25 anos, estudam fosfoetanolamina. A opinião de como faz a solubilidade (da substância), como é o processo terapêutico. Isso não pode ser ignorado. É um erro gravíssimo.”

A assessoria de imprensa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação informou, por meio de nota, que as pesquisas com a fosfoetanolamina prosseguem e que vai aguardar comunicação oficial sobre a ação civil pública para “tomar conhecimento do teor antes de qualquer manifestação”.

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