Guia: Máscaras N95/PFF2 são mais eficazes para novas variantes?


'As máscaras caseiras em duplo tecido e tecido de trama fechada são eficazes no bloqueio da transmissão', diz especialista; crianças com mais de 2 anos podem usar máscaras

Por Paula Felix e Renata Okumura

Máscaras de tecido protegem contra novas variantes do coronavírus?

Diante do maior potencial de transmissão de novas variantes do novo coronavírus, autoridades europeias desaconselharam o uso de máscaras caseiras de tecido por considerá-las menos eficientes na proteção. No entanto, especialistas consultados pelo Estadão defendem que são necessários mais estudos para investigar a eficácia desse tipo de proteção contra as cepas recém-descobertas do Sars-CoV-2. Eles concordam que, por enquanto, o recomendado é que as pessoas mantenham os mesmos cuidados: usar máscara facial, evitar aglomerações, manter distanciamento social e higienizar corretamente as mãos.

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Usar a máscara continua sendo importante no combate ao coronavírus Foto: Romeo Ranoco/Reuters

Segundo Raquel Stucchi, infectologista, professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a nova variante altera a 'superfície externa do vírus'. "Apesar da transmissão mais fácil pela nova variante, o vírus continua do mesmo tamanho e possivelmente a transmissão ainda se faz por meio de gotículas. As máscaras caseiras em duplo tecido e tecido de trama fechada são eficazes no bloqueio da transmissão", afirma.

Lauro Ferreira Pinto Neto, professor da Santa Casa de Vitória, concorda que não há estudos que comprovem que a máscara de pano não funciona contra novas variantes. "Não conheço nenhum trabalho que possa confirmar isso. Claro que as máscaras cirúrgicas e N95 são melhores, mas não há produção em escala para atender toda a população. O que sabemos é que a máscara, mesmo de pano, usada adequadamente, tem papel fundamental na proteção ao novo coronavírus", reforça o infectologista da SBI.

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Máscaras N95 oferecem mais proteção contra as novas variantes do coronavírus?

Com a circulação das novas variantes do novo coronavírus, países europeus, como a Alemanha, passaram a exigir o uso de máscaras profissionais pela população em locais públicos e com grande circulação de pessoas. Especialistas afirmam que o modelo N95, ou PFF2 (peça facial filtrante), é o mais eficaz para evitar a infecção por aerossóis, mas não deve ser usado em todas as ocasiões.

Pós-doutorando na Faculdade de Medicina na Universidade de Vermont, o físico e membro do Observatório Covid-19 Vitor Mori diz que, desde o começo da pandemia, o Brasil já deveria ter investido na disponibilização da máscara N95 (PPF2) para a população que está mais exposta ao vírus.

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"O Brasil cometeu um erro na contenção e se preocupou mais com as gotículas maiores, com as superfícies, mas sabemos da infecção por inalação de pequenas gotículas, pelos aerossóis, e isso custou muitas vidas. Ir nessa direção agora é recuperar um atraso de nove meses."

Segundo Mori, as máscaras de tecido eram soluções temporárias, embora possam ser usadas para locais ao ar livre e que permitam o distanciamento social. Para situações de risco, o correto seria adotar a N95.

Agora vale colocar máscaras em crianças pequenas?

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A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) já recomendava o uso da máscara por crianças, mas apenas pelas maiores de 2 anos, pois há risco de sufocamento em crianças mais novas. Entre 2 e 5 anos, um adulto deve supervisionar o uso. “Sempre valeu a pena. As crianças se dão bem com a máscara também. Assim, são protegidas e protegem os outros”, diz Otsuka.

Apesar do avanço da doença, o uso de máscaras em menores de 2 anos é perigoso?

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O uso de máscaras se mostrou um instrumento eficaz na prevenção ao novo coronavírus. Mas dependendo da faixa etária da criança e da condição clínica, a utilização deve ser evitada. Especialistas lembram que para quem tem idade inferior a 2 anos, o uso da máscara facial pode dificultar a respiração e até aumentar o risco de asfixia.

"O sufocamento é o principal risco. Não somente em crianças menores de 2 anos, mas crianças com doenças pulmonares, como asmáticos em crise, ou com distúrbios neurológicos não devem usar máscaras. No último caso, independentemente da idade o uso não é recomendado. A máscara deve ser evitada por aqueles que não conseguem manejar, ou seja, tirar a própria máscara do rosto", afirma o infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da SBP.

Qual a orientação para pais de menores de dois anos?

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"Os pais de bebês ficam muito preocupados. Orientamos o uso para maiores de 2 anos de idade e a higienização correta das mãos. As crianças menores não têm autonomia com relação ao controle do uso da máscara. Além disso, como babam muito, elas podem molhar a máscara e perder a efetividade contra a doença", acrescenta Rafael Placeres, pediatra da clínica de atenção integral à saúde da Central Nacional Unimed (CNU).

O recomendado é ficar em casa, mas caso precise sair com menores de 2 anos, deve-se manter distância de um metro e meio de outras pessoas e lavar as mãos com frequência, medidas de higienização que devem ser redobradas nessas situações. "No caso de crianças menores de 2 anos, precisam ser levadas no colo. Quando retornar da rua, todas as roupas precisam ser retiradas e colocadas para lavar", orienta Placeres.

E para quem tem filhos acima de 2 anos de idade?

A partir dos 2 anos, a criança já começa a ter mais autonomia e fica mais fácil explicar a forma correta de usar a máscara. Mesmo assim, no início desse processo é preciso ter supervisão. "As crianças se adaptam bem. Vão levar a mão ao rosto. Tudo é hábito e treino. 

No 'novo normal' vamos conviver com uso de máscara por muito tempo até tudo ser realmente normalizado. Quanto maior a idade da criança, mais fácil a adaptação para o uso correto", orienta o infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da SBP.

Máscaras de tecido protegem contra novas variantes do coronavírus?

Diante do maior potencial de transmissão de novas variantes do novo coronavírus, autoridades europeias desaconselharam o uso de máscaras caseiras de tecido por considerá-las menos eficientes na proteção. No entanto, especialistas consultados pelo Estadão defendem que são necessários mais estudos para investigar a eficácia desse tipo de proteção contra as cepas recém-descobertas do Sars-CoV-2. Eles concordam que, por enquanto, o recomendado é que as pessoas mantenham os mesmos cuidados: usar máscara facial, evitar aglomerações, manter distanciamento social e higienizar corretamente as mãos.

Usar a máscara continua sendo importante no combate ao coronavírus Foto: Romeo Ranoco/Reuters

Segundo Raquel Stucchi, infectologista, professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a nova variante altera a 'superfície externa do vírus'. "Apesar da transmissão mais fácil pela nova variante, o vírus continua do mesmo tamanho e possivelmente a transmissão ainda se faz por meio de gotículas. As máscaras caseiras em duplo tecido e tecido de trama fechada são eficazes no bloqueio da transmissão", afirma.

Lauro Ferreira Pinto Neto, professor da Santa Casa de Vitória, concorda que não há estudos que comprovem que a máscara de pano não funciona contra novas variantes. "Não conheço nenhum trabalho que possa confirmar isso. Claro que as máscaras cirúrgicas e N95 são melhores, mas não há produção em escala para atender toda a população. O que sabemos é que a máscara, mesmo de pano, usada adequadamente, tem papel fundamental na proteção ao novo coronavírus", reforça o infectologista da SBI.

Máscaras N95 oferecem mais proteção contra as novas variantes do coronavírus?

Com a circulação das novas variantes do novo coronavírus, países europeus, como a Alemanha, passaram a exigir o uso de máscaras profissionais pela população em locais públicos e com grande circulação de pessoas. Especialistas afirmam que o modelo N95, ou PFF2 (peça facial filtrante), é o mais eficaz para evitar a infecção por aerossóis, mas não deve ser usado em todas as ocasiões.

Pós-doutorando na Faculdade de Medicina na Universidade de Vermont, o físico e membro do Observatório Covid-19 Vitor Mori diz que, desde o começo da pandemia, o Brasil já deveria ter investido na disponibilização da máscara N95 (PPF2) para a população que está mais exposta ao vírus.

"O Brasil cometeu um erro na contenção e se preocupou mais com as gotículas maiores, com as superfícies, mas sabemos da infecção por inalação de pequenas gotículas, pelos aerossóis, e isso custou muitas vidas. Ir nessa direção agora é recuperar um atraso de nove meses."

Segundo Mori, as máscaras de tecido eram soluções temporárias, embora possam ser usadas para locais ao ar livre e que permitam o distanciamento social. Para situações de risco, o correto seria adotar a N95.

Agora vale colocar máscaras em crianças pequenas?

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) já recomendava o uso da máscara por crianças, mas apenas pelas maiores de 2 anos, pois há risco de sufocamento em crianças mais novas. Entre 2 e 5 anos, um adulto deve supervisionar o uso. “Sempre valeu a pena. As crianças se dão bem com a máscara também. Assim, são protegidas e protegem os outros”, diz Otsuka.

Apesar do avanço da doença, o uso de máscaras em menores de 2 anos é perigoso?

O uso de máscaras se mostrou um instrumento eficaz na prevenção ao novo coronavírus. Mas dependendo da faixa etária da criança e da condição clínica, a utilização deve ser evitada. Especialistas lembram que para quem tem idade inferior a 2 anos, o uso da máscara facial pode dificultar a respiração e até aumentar o risco de asfixia.

"O sufocamento é o principal risco. Não somente em crianças menores de 2 anos, mas crianças com doenças pulmonares, como asmáticos em crise, ou com distúrbios neurológicos não devem usar máscaras. No último caso, independentemente da idade o uso não é recomendado. A máscara deve ser evitada por aqueles que não conseguem manejar, ou seja, tirar a própria máscara do rosto", afirma o infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da SBP.

Qual a orientação para pais de menores de dois anos?

"Os pais de bebês ficam muito preocupados. Orientamos o uso para maiores de 2 anos de idade e a higienização correta das mãos. As crianças menores não têm autonomia com relação ao controle do uso da máscara. Além disso, como babam muito, elas podem molhar a máscara e perder a efetividade contra a doença", acrescenta Rafael Placeres, pediatra da clínica de atenção integral à saúde da Central Nacional Unimed (CNU).

O recomendado é ficar em casa, mas caso precise sair com menores de 2 anos, deve-se manter distância de um metro e meio de outras pessoas e lavar as mãos com frequência, medidas de higienização que devem ser redobradas nessas situações. "No caso de crianças menores de 2 anos, precisam ser levadas no colo. Quando retornar da rua, todas as roupas precisam ser retiradas e colocadas para lavar", orienta Placeres.

E para quem tem filhos acima de 2 anos de idade?

A partir dos 2 anos, a criança já começa a ter mais autonomia e fica mais fácil explicar a forma correta de usar a máscara. Mesmo assim, no início desse processo é preciso ter supervisão. "As crianças se adaptam bem. Vão levar a mão ao rosto. Tudo é hábito e treino. 

No 'novo normal' vamos conviver com uso de máscara por muito tempo até tudo ser realmente normalizado. Quanto maior a idade da criança, mais fácil a adaptação para o uso correto", orienta o infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da SBP.

Máscaras de tecido protegem contra novas variantes do coronavírus?

Diante do maior potencial de transmissão de novas variantes do novo coronavírus, autoridades europeias desaconselharam o uso de máscaras caseiras de tecido por considerá-las menos eficientes na proteção. No entanto, especialistas consultados pelo Estadão defendem que são necessários mais estudos para investigar a eficácia desse tipo de proteção contra as cepas recém-descobertas do Sars-CoV-2. Eles concordam que, por enquanto, o recomendado é que as pessoas mantenham os mesmos cuidados: usar máscara facial, evitar aglomerações, manter distanciamento social e higienizar corretamente as mãos.

Usar a máscara continua sendo importante no combate ao coronavírus Foto: Romeo Ranoco/Reuters

Segundo Raquel Stucchi, infectologista, professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a nova variante altera a 'superfície externa do vírus'. "Apesar da transmissão mais fácil pela nova variante, o vírus continua do mesmo tamanho e possivelmente a transmissão ainda se faz por meio de gotículas. As máscaras caseiras em duplo tecido e tecido de trama fechada são eficazes no bloqueio da transmissão", afirma.

Lauro Ferreira Pinto Neto, professor da Santa Casa de Vitória, concorda que não há estudos que comprovem que a máscara de pano não funciona contra novas variantes. "Não conheço nenhum trabalho que possa confirmar isso. Claro que as máscaras cirúrgicas e N95 são melhores, mas não há produção em escala para atender toda a população. O que sabemos é que a máscara, mesmo de pano, usada adequadamente, tem papel fundamental na proteção ao novo coronavírus", reforça o infectologista da SBI.

Máscaras N95 oferecem mais proteção contra as novas variantes do coronavírus?

Com a circulação das novas variantes do novo coronavírus, países europeus, como a Alemanha, passaram a exigir o uso de máscaras profissionais pela população em locais públicos e com grande circulação de pessoas. Especialistas afirmam que o modelo N95, ou PFF2 (peça facial filtrante), é o mais eficaz para evitar a infecção por aerossóis, mas não deve ser usado em todas as ocasiões.

Pós-doutorando na Faculdade de Medicina na Universidade de Vermont, o físico e membro do Observatório Covid-19 Vitor Mori diz que, desde o começo da pandemia, o Brasil já deveria ter investido na disponibilização da máscara N95 (PPF2) para a população que está mais exposta ao vírus.

"O Brasil cometeu um erro na contenção e se preocupou mais com as gotículas maiores, com as superfícies, mas sabemos da infecção por inalação de pequenas gotículas, pelos aerossóis, e isso custou muitas vidas. Ir nessa direção agora é recuperar um atraso de nove meses."

Segundo Mori, as máscaras de tecido eram soluções temporárias, embora possam ser usadas para locais ao ar livre e que permitam o distanciamento social. Para situações de risco, o correto seria adotar a N95.

Agora vale colocar máscaras em crianças pequenas?

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) já recomendava o uso da máscara por crianças, mas apenas pelas maiores de 2 anos, pois há risco de sufocamento em crianças mais novas. Entre 2 e 5 anos, um adulto deve supervisionar o uso. “Sempre valeu a pena. As crianças se dão bem com a máscara também. Assim, são protegidas e protegem os outros”, diz Otsuka.

Apesar do avanço da doença, o uso de máscaras em menores de 2 anos é perigoso?

O uso de máscaras se mostrou um instrumento eficaz na prevenção ao novo coronavírus. Mas dependendo da faixa etária da criança e da condição clínica, a utilização deve ser evitada. Especialistas lembram que para quem tem idade inferior a 2 anos, o uso da máscara facial pode dificultar a respiração e até aumentar o risco de asfixia.

"O sufocamento é o principal risco. Não somente em crianças menores de 2 anos, mas crianças com doenças pulmonares, como asmáticos em crise, ou com distúrbios neurológicos não devem usar máscaras. No último caso, independentemente da idade o uso não é recomendado. A máscara deve ser evitada por aqueles que não conseguem manejar, ou seja, tirar a própria máscara do rosto", afirma o infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da SBP.

Qual a orientação para pais de menores de dois anos?

"Os pais de bebês ficam muito preocupados. Orientamos o uso para maiores de 2 anos de idade e a higienização correta das mãos. As crianças menores não têm autonomia com relação ao controle do uso da máscara. Além disso, como babam muito, elas podem molhar a máscara e perder a efetividade contra a doença", acrescenta Rafael Placeres, pediatra da clínica de atenção integral à saúde da Central Nacional Unimed (CNU).

O recomendado é ficar em casa, mas caso precise sair com menores de 2 anos, deve-se manter distância de um metro e meio de outras pessoas e lavar as mãos com frequência, medidas de higienização que devem ser redobradas nessas situações. "No caso de crianças menores de 2 anos, precisam ser levadas no colo. Quando retornar da rua, todas as roupas precisam ser retiradas e colocadas para lavar", orienta Placeres.

E para quem tem filhos acima de 2 anos de idade?

A partir dos 2 anos, a criança já começa a ter mais autonomia e fica mais fácil explicar a forma correta de usar a máscara. Mesmo assim, no início desse processo é preciso ter supervisão. "As crianças se adaptam bem. Vão levar a mão ao rosto. Tudo é hábito e treino. 

No 'novo normal' vamos conviver com uso de máscara por muito tempo até tudo ser realmente normalizado. Quanto maior a idade da criança, mais fácil a adaptação para o uso correto", orienta o infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da SBP.

Máscaras de tecido protegem contra novas variantes do coronavírus?

Diante do maior potencial de transmissão de novas variantes do novo coronavírus, autoridades europeias desaconselharam o uso de máscaras caseiras de tecido por considerá-las menos eficientes na proteção. No entanto, especialistas consultados pelo Estadão defendem que são necessários mais estudos para investigar a eficácia desse tipo de proteção contra as cepas recém-descobertas do Sars-CoV-2. Eles concordam que, por enquanto, o recomendado é que as pessoas mantenham os mesmos cuidados: usar máscara facial, evitar aglomerações, manter distanciamento social e higienizar corretamente as mãos.

Usar a máscara continua sendo importante no combate ao coronavírus Foto: Romeo Ranoco/Reuters

Segundo Raquel Stucchi, infectologista, professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a nova variante altera a 'superfície externa do vírus'. "Apesar da transmissão mais fácil pela nova variante, o vírus continua do mesmo tamanho e possivelmente a transmissão ainda se faz por meio de gotículas. As máscaras caseiras em duplo tecido e tecido de trama fechada são eficazes no bloqueio da transmissão", afirma.

Lauro Ferreira Pinto Neto, professor da Santa Casa de Vitória, concorda que não há estudos que comprovem que a máscara de pano não funciona contra novas variantes. "Não conheço nenhum trabalho que possa confirmar isso. Claro que as máscaras cirúrgicas e N95 são melhores, mas não há produção em escala para atender toda a população. O que sabemos é que a máscara, mesmo de pano, usada adequadamente, tem papel fundamental na proteção ao novo coronavírus", reforça o infectologista da SBI.

Máscaras N95 oferecem mais proteção contra as novas variantes do coronavírus?

Com a circulação das novas variantes do novo coronavírus, países europeus, como a Alemanha, passaram a exigir o uso de máscaras profissionais pela população em locais públicos e com grande circulação de pessoas. Especialistas afirmam que o modelo N95, ou PFF2 (peça facial filtrante), é o mais eficaz para evitar a infecção por aerossóis, mas não deve ser usado em todas as ocasiões.

Pós-doutorando na Faculdade de Medicina na Universidade de Vermont, o físico e membro do Observatório Covid-19 Vitor Mori diz que, desde o começo da pandemia, o Brasil já deveria ter investido na disponibilização da máscara N95 (PPF2) para a população que está mais exposta ao vírus.

"O Brasil cometeu um erro na contenção e se preocupou mais com as gotículas maiores, com as superfícies, mas sabemos da infecção por inalação de pequenas gotículas, pelos aerossóis, e isso custou muitas vidas. Ir nessa direção agora é recuperar um atraso de nove meses."

Segundo Mori, as máscaras de tecido eram soluções temporárias, embora possam ser usadas para locais ao ar livre e que permitam o distanciamento social. Para situações de risco, o correto seria adotar a N95.

Agora vale colocar máscaras em crianças pequenas?

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) já recomendava o uso da máscara por crianças, mas apenas pelas maiores de 2 anos, pois há risco de sufocamento em crianças mais novas. Entre 2 e 5 anos, um adulto deve supervisionar o uso. “Sempre valeu a pena. As crianças se dão bem com a máscara também. Assim, são protegidas e protegem os outros”, diz Otsuka.

Apesar do avanço da doença, o uso de máscaras em menores de 2 anos é perigoso?

O uso de máscaras se mostrou um instrumento eficaz na prevenção ao novo coronavírus. Mas dependendo da faixa etária da criança e da condição clínica, a utilização deve ser evitada. Especialistas lembram que para quem tem idade inferior a 2 anos, o uso da máscara facial pode dificultar a respiração e até aumentar o risco de asfixia.

"O sufocamento é o principal risco. Não somente em crianças menores de 2 anos, mas crianças com doenças pulmonares, como asmáticos em crise, ou com distúrbios neurológicos não devem usar máscaras. No último caso, independentemente da idade o uso não é recomendado. A máscara deve ser evitada por aqueles que não conseguem manejar, ou seja, tirar a própria máscara do rosto", afirma o infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da SBP.

Qual a orientação para pais de menores de dois anos?

"Os pais de bebês ficam muito preocupados. Orientamos o uso para maiores de 2 anos de idade e a higienização correta das mãos. As crianças menores não têm autonomia com relação ao controle do uso da máscara. Além disso, como babam muito, elas podem molhar a máscara e perder a efetividade contra a doença", acrescenta Rafael Placeres, pediatra da clínica de atenção integral à saúde da Central Nacional Unimed (CNU).

O recomendado é ficar em casa, mas caso precise sair com menores de 2 anos, deve-se manter distância de um metro e meio de outras pessoas e lavar as mãos com frequência, medidas de higienização que devem ser redobradas nessas situações. "No caso de crianças menores de 2 anos, precisam ser levadas no colo. Quando retornar da rua, todas as roupas precisam ser retiradas e colocadas para lavar", orienta Placeres.

E para quem tem filhos acima de 2 anos de idade?

A partir dos 2 anos, a criança já começa a ter mais autonomia e fica mais fácil explicar a forma correta de usar a máscara. Mesmo assim, no início desse processo é preciso ter supervisão. "As crianças se adaptam bem. Vão levar a mão ao rosto. Tudo é hábito e treino. 

No 'novo normal' vamos conviver com uso de máscara por muito tempo até tudo ser realmente normalizado. Quanto maior a idade da criança, mais fácil a adaptação para o uso correto", orienta o infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da SBP.

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