‘O investimento privado em inovação é muito pequeno’, diz Dimas Covas


Para diretor do Instituto Butantan, a pandemia trouxe a necessidade de rever sistemas de pesquisa e inovação

Por Ocimara Balmant e Alex Gomes

A covid-19 revelou as grandes fragilidades dos sistemas de inovação e pesquisa do Brasil e mostrou como isso impacta a capacidade de resposta aos grandes desafios, como é o caso de uma pandemia. A opinião é de Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e professor da Faculdade de Medicina da USP, que ministrou, durante o Summit Saúde Brasil, a palestra Inovação e o Futuro dos Investimentos em Pesquisa.

Para Covas, o que acontece no panorama mundial em relação às vacinas de covid reflete a maturidade dos sistemas de pesquisa dos diversos países e regiões do mundo. Alguns dados deixam isso bem nítido, como o fato de apenas oito marcas representarem mais de 90% do total de vacinas aplicadas, assim como a própria distribuição geográfica do montante produzido. Do total de 7 bilhões de doses, metade foi fabricada na China. Logo em seguida vêm os Estados Unidos, com cerca de 2 bilhões na soma de vacinas da Pfizer, Moderna e Janssen e, na sequência, a Inglaterra, com 1,5 bilhão de sua Astrazeneca. “Os países que têm políticas definidas e fortalecidas de inovação, ciência e tecnologia são os que estão contribuindo para o combate da pandemia. Os demais são compradores ou incorporadores futuros de tecnologia, como é o caso do Brasil”, observa.

O médico Dimas Covas foi um dos palestrantes do Summit Saúde Foto: AMANDA PEROBELLI/REUTERS
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Covas explica que, até o ano passado, o Brasil não tinha nenhuma experiência com coronavírus – apesar de ter unidades produtoras de outras vacinas de vírus inativados. Além disso, nenhuma instituição nacional estava preparada para desenvolver sua própria vacina. “Tivemos de correr atrás e trazer essa tecnologia por meio dos mecanismos que conhecemos, de parceira, de transferência de tecnologia, de licenciamento de tecnologia.”

No caso do Butantan, o instituto firmou, em junho de 2020, um acordo de codesenvolvimento com a Sinovac, segundo o qual toda a parte de desenvolvimento clínico da vacina foi realizada no Brasil. Já a Fiocruz firmou parceria com a Universidade de Oxford para chegar à Astrazeneca.

Na opinião de Covas, alterar esse cenário para uma realidade de desenvolvimento totalmente nacional implica uma mudança de mentalidade que reveja a ideia de que a inovação está atrelada à pesquisa que ocorre no interior da academia ou de institutos destinados à pesquisa. “O investimento privado no Brasil em inovação é muito pequeno. Não temos sistemas próprios de inovação dentro da indústria brasileira. A pandemia nos traz a necessidade de rever, de reposicionar os sistemas de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Isso é imprescindível se quisermos participar do seleto clube de países que dominam a biotecnologia”, afirma o diretor do Butantan. 

A covid-19 revelou as grandes fragilidades dos sistemas de inovação e pesquisa do Brasil e mostrou como isso impacta a capacidade de resposta aos grandes desafios, como é o caso de uma pandemia. A opinião é de Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e professor da Faculdade de Medicina da USP, que ministrou, durante o Summit Saúde Brasil, a palestra Inovação e o Futuro dos Investimentos em Pesquisa.

Para Covas, o que acontece no panorama mundial em relação às vacinas de covid reflete a maturidade dos sistemas de pesquisa dos diversos países e regiões do mundo. Alguns dados deixam isso bem nítido, como o fato de apenas oito marcas representarem mais de 90% do total de vacinas aplicadas, assim como a própria distribuição geográfica do montante produzido. Do total de 7 bilhões de doses, metade foi fabricada na China. Logo em seguida vêm os Estados Unidos, com cerca de 2 bilhões na soma de vacinas da Pfizer, Moderna e Janssen e, na sequência, a Inglaterra, com 1,5 bilhão de sua Astrazeneca. “Os países que têm políticas definidas e fortalecidas de inovação, ciência e tecnologia são os que estão contribuindo para o combate da pandemia. Os demais são compradores ou incorporadores futuros de tecnologia, como é o caso do Brasil”, observa.

O médico Dimas Covas foi um dos palestrantes do Summit Saúde Foto: AMANDA PEROBELLI/REUTERS

Covas explica que, até o ano passado, o Brasil não tinha nenhuma experiência com coronavírus – apesar de ter unidades produtoras de outras vacinas de vírus inativados. Além disso, nenhuma instituição nacional estava preparada para desenvolver sua própria vacina. “Tivemos de correr atrás e trazer essa tecnologia por meio dos mecanismos que conhecemos, de parceira, de transferência de tecnologia, de licenciamento de tecnologia.”

No caso do Butantan, o instituto firmou, em junho de 2020, um acordo de codesenvolvimento com a Sinovac, segundo o qual toda a parte de desenvolvimento clínico da vacina foi realizada no Brasil. Já a Fiocruz firmou parceria com a Universidade de Oxford para chegar à Astrazeneca.

Na opinião de Covas, alterar esse cenário para uma realidade de desenvolvimento totalmente nacional implica uma mudança de mentalidade que reveja a ideia de que a inovação está atrelada à pesquisa que ocorre no interior da academia ou de institutos destinados à pesquisa. “O investimento privado no Brasil em inovação é muito pequeno. Não temos sistemas próprios de inovação dentro da indústria brasileira. A pandemia nos traz a necessidade de rever, de reposicionar os sistemas de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Isso é imprescindível se quisermos participar do seleto clube de países que dominam a biotecnologia”, afirma o diretor do Butantan. 

A covid-19 revelou as grandes fragilidades dos sistemas de inovação e pesquisa do Brasil e mostrou como isso impacta a capacidade de resposta aos grandes desafios, como é o caso de uma pandemia. A opinião é de Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e professor da Faculdade de Medicina da USP, que ministrou, durante o Summit Saúde Brasil, a palestra Inovação e o Futuro dos Investimentos em Pesquisa.

Para Covas, o que acontece no panorama mundial em relação às vacinas de covid reflete a maturidade dos sistemas de pesquisa dos diversos países e regiões do mundo. Alguns dados deixam isso bem nítido, como o fato de apenas oito marcas representarem mais de 90% do total de vacinas aplicadas, assim como a própria distribuição geográfica do montante produzido. Do total de 7 bilhões de doses, metade foi fabricada na China. Logo em seguida vêm os Estados Unidos, com cerca de 2 bilhões na soma de vacinas da Pfizer, Moderna e Janssen e, na sequência, a Inglaterra, com 1,5 bilhão de sua Astrazeneca. “Os países que têm políticas definidas e fortalecidas de inovação, ciência e tecnologia são os que estão contribuindo para o combate da pandemia. Os demais são compradores ou incorporadores futuros de tecnologia, como é o caso do Brasil”, observa.

O médico Dimas Covas foi um dos palestrantes do Summit Saúde Foto: AMANDA PEROBELLI/REUTERS

Covas explica que, até o ano passado, o Brasil não tinha nenhuma experiência com coronavírus – apesar de ter unidades produtoras de outras vacinas de vírus inativados. Além disso, nenhuma instituição nacional estava preparada para desenvolver sua própria vacina. “Tivemos de correr atrás e trazer essa tecnologia por meio dos mecanismos que conhecemos, de parceira, de transferência de tecnologia, de licenciamento de tecnologia.”

No caso do Butantan, o instituto firmou, em junho de 2020, um acordo de codesenvolvimento com a Sinovac, segundo o qual toda a parte de desenvolvimento clínico da vacina foi realizada no Brasil. Já a Fiocruz firmou parceria com a Universidade de Oxford para chegar à Astrazeneca.

Na opinião de Covas, alterar esse cenário para uma realidade de desenvolvimento totalmente nacional implica uma mudança de mentalidade que reveja a ideia de que a inovação está atrelada à pesquisa que ocorre no interior da academia ou de institutos destinados à pesquisa. “O investimento privado no Brasil em inovação é muito pequeno. Não temos sistemas próprios de inovação dentro da indústria brasileira. A pandemia nos traz a necessidade de rever, de reposicionar os sistemas de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Isso é imprescindível se quisermos participar do seleto clube de países que dominam a biotecnologia”, afirma o diretor do Butantan. 

A covid-19 revelou as grandes fragilidades dos sistemas de inovação e pesquisa do Brasil e mostrou como isso impacta a capacidade de resposta aos grandes desafios, como é o caso de uma pandemia. A opinião é de Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e professor da Faculdade de Medicina da USP, que ministrou, durante o Summit Saúde Brasil, a palestra Inovação e o Futuro dos Investimentos em Pesquisa.

Para Covas, o que acontece no panorama mundial em relação às vacinas de covid reflete a maturidade dos sistemas de pesquisa dos diversos países e regiões do mundo. Alguns dados deixam isso bem nítido, como o fato de apenas oito marcas representarem mais de 90% do total de vacinas aplicadas, assim como a própria distribuição geográfica do montante produzido. Do total de 7 bilhões de doses, metade foi fabricada na China. Logo em seguida vêm os Estados Unidos, com cerca de 2 bilhões na soma de vacinas da Pfizer, Moderna e Janssen e, na sequência, a Inglaterra, com 1,5 bilhão de sua Astrazeneca. “Os países que têm políticas definidas e fortalecidas de inovação, ciência e tecnologia são os que estão contribuindo para o combate da pandemia. Os demais são compradores ou incorporadores futuros de tecnologia, como é o caso do Brasil”, observa.

O médico Dimas Covas foi um dos palestrantes do Summit Saúde Foto: AMANDA PEROBELLI/REUTERS

Covas explica que, até o ano passado, o Brasil não tinha nenhuma experiência com coronavírus – apesar de ter unidades produtoras de outras vacinas de vírus inativados. Além disso, nenhuma instituição nacional estava preparada para desenvolver sua própria vacina. “Tivemos de correr atrás e trazer essa tecnologia por meio dos mecanismos que conhecemos, de parceira, de transferência de tecnologia, de licenciamento de tecnologia.”

No caso do Butantan, o instituto firmou, em junho de 2020, um acordo de codesenvolvimento com a Sinovac, segundo o qual toda a parte de desenvolvimento clínico da vacina foi realizada no Brasil. Já a Fiocruz firmou parceria com a Universidade de Oxford para chegar à Astrazeneca.

Na opinião de Covas, alterar esse cenário para uma realidade de desenvolvimento totalmente nacional implica uma mudança de mentalidade que reveja a ideia de que a inovação está atrelada à pesquisa que ocorre no interior da academia ou de institutos destinados à pesquisa. “O investimento privado no Brasil em inovação é muito pequeno. Não temos sistemas próprios de inovação dentro da indústria brasileira. A pandemia nos traz a necessidade de rever, de reposicionar os sistemas de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Isso é imprescindível se quisermos participar do seleto clube de países que dominam a biotecnologia”, afirma o diretor do Butantan. 

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