Variante Delta pode aumentar riscos de reinfecção pela covid-19, indica estudo


Capacidade dos anticorpos neutralizarem a nova cepa chega a ser 11 vezes menor em alguns casos; trabalho teve a participação de cientistas da Fiocruz

Por Marianna Gualter

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SÃO PAULO - Um estudo liderado pela Universidade de Oxford, do Reino Unido, com a participação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),apontou que a variante Delta pode aumentar os riscos de reinfecção pelo novo coronavírus. Detectada inicialmente na Índia, a cepa já está presente em 92 países, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), e, até o momento, é responsável por duas mortes no Brasil.

A pesquisa, publicada pela revista científica Cell em junho, aponta que o soro de pessoas previamente infectadas por outras variantes é menos potente contra a Delta (B.1.617). Os piores resultados foram encontrados em pacientes expostos à Gama (P.1), identificada originalmente em Manaus e dominante no Brasil, e à Beta (B.1.351), registrada pela primeira vez na África do Sul. Nestes casos, a capacidade dos anticorpos neutralizarem a Delta é 11 vezes menor

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Barreira de monitoramento foi montada no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com objetivo de evitar a disseminação da variante Delta Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO 27/05/ 2021

O estudo revela ainda que as vacinas de RNA mensageiro e vetor viral, como a Pfizer/BioNTech e a Oxford/AstraZeneca, continuam eficazes contra a infecção pela cepa. A eficácia, porém, apresenta redução; é 4,3 vezes menor para o imunizante da AstraZeneca e 2,5 vezes menor para o da Pfizer. Os pesquisadores ressaltam que os resultados são semelhantes aos verificados com as variantes Gama e Alfa (B.1.1.7), originária do Reino Unido. 

A redução da eficácia é causada por uma mutação sofrida pelo vírus na proteína spike, a coroa que se liga à célula humana. Segundo os cientistas, na Delta há uma maior afinidade com os receptores celulares do que em outras linhagens que circularam no início da pandemia. Por outro lado, a afinidade da Delta é inferior à verificada em outras variantes de preocupação. Atualmente, a OMS engloba quatro cepas nesta classificação: Alfa, Beta, Gama e Delta.

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“Parece provável, a partir desses resultados, que as vacinas atuais de RNA e vetor viral fornecerão proteção contra a linhagem B.1.617 (que possui três sublinhagens, incluindo a variante Delta), embora um aumento nas infecções possa ocorrer como resultado da capacidade de neutralização reduzida dos soros”, afirmam os pesquisadores.

Vacinas baseadas na variante Alfa

O estudo observou a ação em seis cepas do novo coronavírus de 113 soros, obtidos por meio de pacientes infectados e imunizados. Além do distanciamento da variante Delta em relação às variantes Gama e Beta, a análise indicou uma posição central ocupada pela Alfa. 

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A descoberta sugere que vacinas baseadas na variante Alfa devem oferecer ampla proteção contra as cepas atuais, o que, segundo os cientistas, pode ser uma informação valiosa no desenvolvimento de novos imunizantes.

A pesquisa envolveu 59 pesquisadores do Reino Unido, do Brasil, dos Estados Unidos, da África do Sul e da Tailândia. No Brasil, participaram cientistas do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), do Laboratório de Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia do Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia) e da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS/AM).

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SÃO PAULO - Um estudo liderado pela Universidade de Oxford, do Reino Unido, com a participação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),apontou que a variante Delta pode aumentar os riscos de reinfecção pelo novo coronavírus. Detectada inicialmente na Índia, a cepa já está presente em 92 países, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), e, até o momento, é responsável por duas mortes no Brasil.

A pesquisa, publicada pela revista científica Cell em junho, aponta que o soro de pessoas previamente infectadas por outras variantes é menos potente contra a Delta (B.1.617). Os piores resultados foram encontrados em pacientes expostos à Gama (P.1), identificada originalmente em Manaus e dominante no Brasil, e à Beta (B.1.351), registrada pela primeira vez na África do Sul. Nestes casos, a capacidade dos anticorpos neutralizarem a Delta é 11 vezes menor

Barreira de monitoramento foi montada no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com objetivo de evitar a disseminação da variante Delta Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO 27/05/ 2021

O estudo revela ainda que as vacinas de RNA mensageiro e vetor viral, como a Pfizer/BioNTech e a Oxford/AstraZeneca, continuam eficazes contra a infecção pela cepa. A eficácia, porém, apresenta redução; é 4,3 vezes menor para o imunizante da AstraZeneca e 2,5 vezes menor para o da Pfizer. Os pesquisadores ressaltam que os resultados são semelhantes aos verificados com as variantes Gama e Alfa (B.1.1.7), originária do Reino Unido. 

A redução da eficácia é causada por uma mutação sofrida pelo vírus na proteína spike, a coroa que se liga à célula humana. Segundo os cientistas, na Delta há uma maior afinidade com os receptores celulares do que em outras linhagens que circularam no início da pandemia. Por outro lado, a afinidade da Delta é inferior à verificada em outras variantes de preocupação. Atualmente, a OMS engloba quatro cepas nesta classificação: Alfa, Beta, Gama e Delta.

“Parece provável, a partir desses resultados, que as vacinas atuais de RNA e vetor viral fornecerão proteção contra a linhagem B.1.617 (que possui três sublinhagens, incluindo a variante Delta), embora um aumento nas infecções possa ocorrer como resultado da capacidade de neutralização reduzida dos soros”, afirmam os pesquisadores.

Vacinas baseadas na variante Alfa

O estudo observou a ação em seis cepas do novo coronavírus de 113 soros, obtidos por meio de pacientes infectados e imunizados. Além do distanciamento da variante Delta em relação às variantes Gama e Beta, a análise indicou uma posição central ocupada pela Alfa. 

A descoberta sugere que vacinas baseadas na variante Alfa devem oferecer ampla proteção contra as cepas atuais, o que, segundo os cientistas, pode ser uma informação valiosa no desenvolvimento de novos imunizantes.

A pesquisa envolveu 59 pesquisadores do Reino Unido, do Brasil, dos Estados Unidos, da África do Sul e da Tailândia. No Brasil, participaram cientistas do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), do Laboratório de Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia do Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia) e da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS/AM).

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SÃO PAULO - Um estudo liderado pela Universidade de Oxford, do Reino Unido, com a participação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),apontou que a variante Delta pode aumentar os riscos de reinfecção pelo novo coronavírus. Detectada inicialmente na Índia, a cepa já está presente em 92 países, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), e, até o momento, é responsável por duas mortes no Brasil.

A pesquisa, publicada pela revista científica Cell em junho, aponta que o soro de pessoas previamente infectadas por outras variantes é menos potente contra a Delta (B.1.617). Os piores resultados foram encontrados em pacientes expostos à Gama (P.1), identificada originalmente em Manaus e dominante no Brasil, e à Beta (B.1.351), registrada pela primeira vez na África do Sul. Nestes casos, a capacidade dos anticorpos neutralizarem a Delta é 11 vezes menor

Barreira de monitoramento foi montada no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com objetivo de evitar a disseminação da variante Delta Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO 27/05/ 2021

O estudo revela ainda que as vacinas de RNA mensageiro e vetor viral, como a Pfizer/BioNTech e a Oxford/AstraZeneca, continuam eficazes contra a infecção pela cepa. A eficácia, porém, apresenta redução; é 4,3 vezes menor para o imunizante da AstraZeneca e 2,5 vezes menor para o da Pfizer. Os pesquisadores ressaltam que os resultados são semelhantes aos verificados com as variantes Gama e Alfa (B.1.1.7), originária do Reino Unido. 

A redução da eficácia é causada por uma mutação sofrida pelo vírus na proteína spike, a coroa que se liga à célula humana. Segundo os cientistas, na Delta há uma maior afinidade com os receptores celulares do que em outras linhagens que circularam no início da pandemia. Por outro lado, a afinidade da Delta é inferior à verificada em outras variantes de preocupação. Atualmente, a OMS engloba quatro cepas nesta classificação: Alfa, Beta, Gama e Delta.

“Parece provável, a partir desses resultados, que as vacinas atuais de RNA e vetor viral fornecerão proteção contra a linhagem B.1.617 (que possui três sublinhagens, incluindo a variante Delta), embora um aumento nas infecções possa ocorrer como resultado da capacidade de neutralização reduzida dos soros”, afirmam os pesquisadores.

Vacinas baseadas na variante Alfa

O estudo observou a ação em seis cepas do novo coronavírus de 113 soros, obtidos por meio de pacientes infectados e imunizados. Além do distanciamento da variante Delta em relação às variantes Gama e Beta, a análise indicou uma posição central ocupada pela Alfa. 

A descoberta sugere que vacinas baseadas na variante Alfa devem oferecer ampla proteção contra as cepas atuais, o que, segundo os cientistas, pode ser uma informação valiosa no desenvolvimento de novos imunizantes.

A pesquisa envolveu 59 pesquisadores do Reino Unido, do Brasil, dos Estados Unidos, da África do Sul e da Tailândia. No Brasil, participaram cientistas do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), do Laboratório de Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia do Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia) e da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS/AM).

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SÃO PAULO - Um estudo liderado pela Universidade de Oxford, do Reino Unido, com a participação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),apontou que a variante Delta pode aumentar os riscos de reinfecção pelo novo coronavírus. Detectada inicialmente na Índia, a cepa já está presente em 92 países, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), e, até o momento, é responsável por duas mortes no Brasil.

A pesquisa, publicada pela revista científica Cell em junho, aponta que o soro de pessoas previamente infectadas por outras variantes é menos potente contra a Delta (B.1.617). Os piores resultados foram encontrados em pacientes expostos à Gama (P.1), identificada originalmente em Manaus e dominante no Brasil, e à Beta (B.1.351), registrada pela primeira vez na África do Sul. Nestes casos, a capacidade dos anticorpos neutralizarem a Delta é 11 vezes menor

Barreira de monitoramento foi montada no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com objetivo de evitar a disseminação da variante Delta Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO 27/05/ 2021

O estudo revela ainda que as vacinas de RNA mensageiro e vetor viral, como a Pfizer/BioNTech e a Oxford/AstraZeneca, continuam eficazes contra a infecção pela cepa. A eficácia, porém, apresenta redução; é 4,3 vezes menor para o imunizante da AstraZeneca e 2,5 vezes menor para o da Pfizer. Os pesquisadores ressaltam que os resultados são semelhantes aos verificados com as variantes Gama e Alfa (B.1.1.7), originária do Reino Unido. 

A redução da eficácia é causada por uma mutação sofrida pelo vírus na proteína spike, a coroa que se liga à célula humana. Segundo os cientistas, na Delta há uma maior afinidade com os receptores celulares do que em outras linhagens que circularam no início da pandemia. Por outro lado, a afinidade da Delta é inferior à verificada em outras variantes de preocupação. Atualmente, a OMS engloba quatro cepas nesta classificação: Alfa, Beta, Gama e Delta.

“Parece provável, a partir desses resultados, que as vacinas atuais de RNA e vetor viral fornecerão proteção contra a linhagem B.1.617 (que possui três sublinhagens, incluindo a variante Delta), embora um aumento nas infecções possa ocorrer como resultado da capacidade de neutralização reduzida dos soros”, afirmam os pesquisadores.

Vacinas baseadas na variante Alfa

O estudo observou a ação em seis cepas do novo coronavírus de 113 soros, obtidos por meio de pacientes infectados e imunizados. Além do distanciamento da variante Delta em relação às variantes Gama e Beta, a análise indicou uma posição central ocupada pela Alfa. 

A descoberta sugere que vacinas baseadas na variante Alfa devem oferecer ampla proteção contra as cepas atuais, o que, segundo os cientistas, pode ser uma informação valiosa no desenvolvimento de novos imunizantes.

A pesquisa envolveu 59 pesquisadores do Reino Unido, do Brasil, dos Estados Unidos, da África do Sul e da Tailândia. No Brasil, participaram cientistas do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), do Laboratório de Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia do Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia) e da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS/AM).

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