A nova geração de brasileiros gosta de onça


Primeiro Curso de Biologia e Manejo de Carnívoros promete fazer a diferença no Parque Nacional do Iguaçu

Por Marcos Sá Corrêa

O Parque Nacional do Iguaçu abriu o ano com dois recordes populacionais. Passaram por suas portas em janeiro mais de 167 mil visitantes. E caiu a ficha de que suas onças pintadas, recenseadas por armadilhas fotográficas e farta pesquisa de campo, até segunda ordem estão reduzidas a seis indivíduos. É mais ou menos a metade do que havia uma década atrás, quando o biólogo Peter Crawshaw concluiu sua última avaliação metódica.

 

Ou seja, seu inegável sucesso como parque veio na hora em que entra em causa seu êxito como unidade de conservação. Mas o que fez diferença da noite para o dia, na virada do mês, foi a chegada ao parque da turma que foi fazer, lá dentro, o Primeiro Curso de Biologia e Manejo de Carnívoros.

 

São 27 alunos. Saíram de longe. Muitos vindos de outros Estados – e até do Peru e da Argentina. Pagaram R$ 900 pela taxa de inscrição. Acomodaram-se num dormitório preparado a toque de caixa para recebê-los, na beira de um caminho de terra que leva ao Rio Iguaçu, sob a copa de árvores centenárias.

 

São, na maioria, biólogos ou veterinários. Gente muito jovem. Da turma, 14 nasceram na década de 1980 e 4, nos anos 90. Povoaram estradas e trilhas com rapazes de brinco na orelha e sacola a tiracolo, transitando pelo acostamento da B-469 ou pegando carona em caçamba de picapes. E moças de short e camiseta, que à distância se distinguem dos turistas por andar de lá para cá em trajetos que eles jamais percorrem. E cumprir horários que precedem e ultrapassa de longe os horários de funcionamento das bilheterias.

 

Estão passando a semana em contato direto, de manhã à noite, com desbravadores da conservação de grandes felinos no Brasil, como Laury Cullen, do Ipê, Ronaldo Morato, do Cenap, ou Dênis Sana, da Pró-Carnívoros. Foram recepcionados com a exuberância de praxe pelo diretor de conservação Apolônio Rodrigues, um dos funcionários públicos menos convencionais que existem – entrou para o Ministério do Meio Ambiente como contínuo, em Brasília, e foi efetivado na burocracia ambiental.

 

Por conta própria, ele começou a organizar mutirões que limpavam parques ao redor da capital para “não enlouquecer”. Pegou a primeira chance de transferência para a linha de frente que passou por sua carreira. Mudou-se para o Iguaçu. E nunca mais saiu. Dá a impressão de conhecer cada palmo de seus 185 mil hectares, até os meandros mais ermos das áreas intangíveis.

 

Apolônio continua, apesar da tarimba, a cair no mato com o entusiasmo de quem está vendo cada coisa pela primeira vez. E há muito o que ver em cada passo no Iguaçu. Ele já fez papel de jagunço numa produção nacional sobre a colonização do Oeste paranaense, que nunca saiu da ilha de edição. Sente-se obviamente à vontade no meio da estudantada, mimetizado pela barba e o cabelo longos, pela roupa de quem está sempre pronto para sumir na trilha ou por um fôlego que lhe permite emendar longos expedientes em campo com papos intermináveis noite adentro.

 

O curso mal começou. Será o primeiro de uma série. Sem falar que reabre a temporada de pesquisas com mamíferos de grande porte no Iguaçu. O que está ali é só a primeira impressão – justamente a que conta, calculando que, neste momento, para cada onça oficialmente recenseada no parque há quase cinco pessoas querendo aprender a salvá-las. Se isso para elas não for uma solução, deve ser pelo menos um consolo.

 

* Marcos Sá Corrêa é jornalista e escreve no blog marcossacorrea.com.br

O Parque Nacional do Iguaçu abriu o ano com dois recordes populacionais. Passaram por suas portas em janeiro mais de 167 mil visitantes. E caiu a ficha de que suas onças pintadas, recenseadas por armadilhas fotográficas e farta pesquisa de campo, até segunda ordem estão reduzidas a seis indivíduos. É mais ou menos a metade do que havia uma década atrás, quando o biólogo Peter Crawshaw concluiu sua última avaliação metódica.

 

Ou seja, seu inegável sucesso como parque veio na hora em que entra em causa seu êxito como unidade de conservação. Mas o que fez diferença da noite para o dia, na virada do mês, foi a chegada ao parque da turma que foi fazer, lá dentro, o Primeiro Curso de Biologia e Manejo de Carnívoros.

 

São 27 alunos. Saíram de longe. Muitos vindos de outros Estados – e até do Peru e da Argentina. Pagaram R$ 900 pela taxa de inscrição. Acomodaram-se num dormitório preparado a toque de caixa para recebê-los, na beira de um caminho de terra que leva ao Rio Iguaçu, sob a copa de árvores centenárias.

 

São, na maioria, biólogos ou veterinários. Gente muito jovem. Da turma, 14 nasceram na década de 1980 e 4, nos anos 90. Povoaram estradas e trilhas com rapazes de brinco na orelha e sacola a tiracolo, transitando pelo acostamento da B-469 ou pegando carona em caçamba de picapes. E moças de short e camiseta, que à distância se distinguem dos turistas por andar de lá para cá em trajetos que eles jamais percorrem. E cumprir horários que precedem e ultrapassa de longe os horários de funcionamento das bilheterias.

 

Estão passando a semana em contato direto, de manhã à noite, com desbravadores da conservação de grandes felinos no Brasil, como Laury Cullen, do Ipê, Ronaldo Morato, do Cenap, ou Dênis Sana, da Pró-Carnívoros. Foram recepcionados com a exuberância de praxe pelo diretor de conservação Apolônio Rodrigues, um dos funcionários públicos menos convencionais que existem – entrou para o Ministério do Meio Ambiente como contínuo, em Brasília, e foi efetivado na burocracia ambiental.

 

Por conta própria, ele começou a organizar mutirões que limpavam parques ao redor da capital para “não enlouquecer”. Pegou a primeira chance de transferência para a linha de frente que passou por sua carreira. Mudou-se para o Iguaçu. E nunca mais saiu. Dá a impressão de conhecer cada palmo de seus 185 mil hectares, até os meandros mais ermos das áreas intangíveis.

 

Apolônio continua, apesar da tarimba, a cair no mato com o entusiasmo de quem está vendo cada coisa pela primeira vez. E há muito o que ver em cada passo no Iguaçu. Ele já fez papel de jagunço numa produção nacional sobre a colonização do Oeste paranaense, que nunca saiu da ilha de edição. Sente-se obviamente à vontade no meio da estudantada, mimetizado pela barba e o cabelo longos, pela roupa de quem está sempre pronto para sumir na trilha ou por um fôlego que lhe permite emendar longos expedientes em campo com papos intermináveis noite adentro.

 

O curso mal começou. Será o primeiro de uma série. Sem falar que reabre a temporada de pesquisas com mamíferos de grande porte no Iguaçu. O que está ali é só a primeira impressão – justamente a que conta, calculando que, neste momento, para cada onça oficialmente recenseada no parque há quase cinco pessoas querendo aprender a salvá-las. Se isso para elas não for uma solução, deve ser pelo menos um consolo.

 

* Marcos Sá Corrêa é jornalista e escreve no blog marcossacorrea.com.br

O Parque Nacional do Iguaçu abriu o ano com dois recordes populacionais. Passaram por suas portas em janeiro mais de 167 mil visitantes. E caiu a ficha de que suas onças pintadas, recenseadas por armadilhas fotográficas e farta pesquisa de campo, até segunda ordem estão reduzidas a seis indivíduos. É mais ou menos a metade do que havia uma década atrás, quando o biólogo Peter Crawshaw concluiu sua última avaliação metódica.

 

Ou seja, seu inegável sucesso como parque veio na hora em que entra em causa seu êxito como unidade de conservação. Mas o que fez diferença da noite para o dia, na virada do mês, foi a chegada ao parque da turma que foi fazer, lá dentro, o Primeiro Curso de Biologia e Manejo de Carnívoros.

 

São 27 alunos. Saíram de longe. Muitos vindos de outros Estados – e até do Peru e da Argentina. Pagaram R$ 900 pela taxa de inscrição. Acomodaram-se num dormitório preparado a toque de caixa para recebê-los, na beira de um caminho de terra que leva ao Rio Iguaçu, sob a copa de árvores centenárias.

 

São, na maioria, biólogos ou veterinários. Gente muito jovem. Da turma, 14 nasceram na década de 1980 e 4, nos anos 90. Povoaram estradas e trilhas com rapazes de brinco na orelha e sacola a tiracolo, transitando pelo acostamento da B-469 ou pegando carona em caçamba de picapes. E moças de short e camiseta, que à distância se distinguem dos turistas por andar de lá para cá em trajetos que eles jamais percorrem. E cumprir horários que precedem e ultrapassa de longe os horários de funcionamento das bilheterias.

 

Estão passando a semana em contato direto, de manhã à noite, com desbravadores da conservação de grandes felinos no Brasil, como Laury Cullen, do Ipê, Ronaldo Morato, do Cenap, ou Dênis Sana, da Pró-Carnívoros. Foram recepcionados com a exuberância de praxe pelo diretor de conservação Apolônio Rodrigues, um dos funcionários públicos menos convencionais que existem – entrou para o Ministério do Meio Ambiente como contínuo, em Brasília, e foi efetivado na burocracia ambiental.

 

Por conta própria, ele começou a organizar mutirões que limpavam parques ao redor da capital para “não enlouquecer”. Pegou a primeira chance de transferência para a linha de frente que passou por sua carreira. Mudou-se para o Iguaçu. E nunca mais saiu. Dá a impressão de conhecer cada palmo de seus 185 mil hectares, até os meandros mais ermos das áreas intangíveis.

 

Apolônio continua, apesar da tarimba, a cair no mato com o entusiasmo de quem está vendo cada coisa pela primeira vez. E há muito o que ver em cada passo no Iguaçu. Ele já fez papel de jagunço numa produção nacional sobre a colonização do Oeste paranaense, que nunca saiu da ilha de edição. Sente-se obviamente à vontade no meio da estudantada, mimetizado pela barba e o cabelo longos, pela roupa de quem está sempre pronto para sumir na trilha ou por um fôlego que lhe permite emendar longos expedientes em campo com papos intermináveis noite adentro.

 

O curso mal começou. Será o primeiro de uma série. Sem falar que reabre a temporada de pesquisas com mamíferos de grande porte no Iguaçu. O que está ali é só a primeira impressão – justamente a que conta, calculando que, neste momento, para cada onça oficialmente recenseada no parque há quase cinco pessoas querendo aprender a salvá-las. Se isso para elas não for uma solução, deve ser pelo menos um consolo.

 

* Marcos Sá Corrêa é jornalista e escreve no blog marcossacorrea.com.br

O Parque Nacional do Iguaçu abriu o ano com dois recordes populacionais. Passaram por suas portas em janeiro mais de 167 mil visitantes. E caiu a ficha de que suas onças pintadas, recenseadas por armadilhas fotográficas e farta pesquisa de campo, até segunda ordem estão reduzidas a seis indivíduos. É mais ou menos a metade do que havia uma década atrás, quando o biólogo Peter Crawshaw concluiu sua última avaliação metódica.

 

Ou seja, seu inegável sucesso como parque veio na hora em que entra em causa seu êxito como unidade de conservação. Mas o que fez diferença da noite para o dia, na virada do mês, foi a chegada ao parque da turma que foi fazer, lá dentro, o Primeiro Curso de Biologia e Manejo de Carnívoros.

 

São 27 alunos. Saíram de longe. Muitos vindos de outros Estados – e até do Peru e da Argentina. Pagaram R$ 900 pela taxa de inscrição. Acomodaram-se num dormitório preparado a toque de caixa para recebê-los, na beira de um caminho de terra que leva ao Rio Iguaçu, sob a copa de árvores centenárias.

 

São, na maioria, biólogos ou veterinários. Gente muito jovem. Da turma, 14 nasceram na década de 1980 e 4, nos anos 90. Povoaram estradas e trilhas com rapazes de brinco na orelha e sacola a tiracolo, transitando pelo acostamento da B-469 ou pegando carona em caçamba de picapes. E moças de short e camiseta, que à distância se distinguem dos turistas por andar de lá para cá em trajetos que eles jamais percorrem. E cumprir horários que precedem e ultrapassa de longe os horários de funcionamento das bilheterias.

 

Estão passando a semana em contato direto, de manhã à noite, com desbravadores da conservação de grandes felinos no Brasil, como Laury Cullen, do Ipê, Ronaldo Morato, do Cenap, ou Dênis Sana, da Pró-Carnívoros. Foram recepcionados com a exuberância de praxe pelo diretor de conservação Apolônio Rodrigues, um dos funcionários públicos menos convencionais que existem – entrou para o Ministério do Meio Ambiente como contínuo, em Brasília, e foi efetivado na burocracia ambiental.

 

Por conta própria, ele começou a organizar mutirões que limpavam parques ao redor da capital para “não enlouquecer”. Pegou a primeira chance de transferência para a linha de frente que passou por sua carreira. Mudou-se para o Iguaçu. E nunca mais saiu. Dá a impressão de conhecer cada palmo de seus 185 mil hectares, até os meandros mais ermos das áreas intangíveis.

 

Apolônio continua, apesar da tarimba, a cair no mato com o entusiasmo de quem está vendo cada coisa pela primeira vez. E há muito o que ver em cada passo no Iguaçu. Ele já fez papel de jagunço numa produção nacional sobre a colonização do Oeste paranaense, que nunca saiu da ilha de edição. Sente-se obviamente à vontade no meio da estudantada, mimetizado pela barba e o cabelo longos, pela roupa de quem está sempre pronto para sumir na trilha ou por um fôlego que lhe permite emendar longos expedientes em campo com papos intermináveis noite adentro.

 

O curso mal começou. Será o primeiro de uma série. Sem falar que reabre a temporada de pesquisas com mamíferos de grande porte no Iguaçu. O que está ali é só a primeira impressão – justamente a que conta, calculando que, neste momento, para cada onça oficialmente recenseada no parque há quase cinco pessoas querendo aprender a salvá-las. Se isso para elas não for uma solução, deve ser pelo menos um consolo.

 

* Marcos Sá Corrêa é jornalista e escreve no blog marcossacorrea.com.br

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