No primeiro mês, serão distribuídas cerca de 60 mil sacolas, inicialmente em 83 bancas de jornais da região, que, segundo pesquisas dos empreendedores, consomem em torno de 80 mil sacolas plásticas por mês. Segundo Privitera, o diferencial ecológico das Bagnews - quando descartadas no meio ambiente, as sacolas de papel se degradam em poucas semanas -, aliado ao poder de atrair anunciantes devem tornar a Bagnews um bom negócio. A ideia é chegar a um faturamento de R$ 40 milhões, dentro de três anos. "É um conceito novo, mas que já está chamando a atenção dos comerciantes", diz. Os preços dos anúncios variam de R$ 350 a R$ 21 mil.
O objetivo dos sócios é replicar no Brasil a experiência realizada na Espanha, onde o projeto foi lançado há três anos e deve alcançar o número de 100 milhões de sacolas distribuídas. O projeto ganhou apoio da Prefeitura de São Paulo, que incluiu a iniciativa na campanha "Eu não sou de plástico", que tem o objetivo de reduzir o consumo de embalagens plásticas.
Segundo a Associação Brasileira de Supermercado (Abras), o Brasil consome 12 bilhões de sacolas plásticas por ano, o equivalente a 66 sacos por mês por brasileiro. Para Luciana Pellegrino, diretora da Associação Brasileira de Embalagens (Abre), há espaço para os dois tipos de embalagens. "O importante é conscientizar o consumidor quanto ao descarte adequado."
A fabricante de embalagens Antilhas é outra que está apostando no negócio das sacolas de papel. "A busca por sacolas de papel ou mesmo de plásticos oxidegradáveis, biodegradáveis e compostáveis está mais intensa - reflexo da conscientização crescente das empresas", diz Cláudia Barbosa Sia, da Antilhas. "As sacolas de papel, que já tinham seu espaço consolidado no mercado, tiveram consumo intensificado, fundamentadas nas campanhas de incentivo de substituição da sacolinha plástica de supermercado" explica.