Após fala de chefes de Estado, negociação começa na COP


Nações Unidas preveem dez dias para conseguir acordo; para cientistas, ideal é que temperatura não subisse mais do que 1,5°C

Por Giovana Girardi

PARIS - Acabado o oba-oba dos presidentes, que nesta segunda-feira, 30, deram o sinal positivo para que o mundo chegue a um acordo global contra as mudanças climáticas, as negociações começam para valer nesta terça-feira, 1.º, na 21ª Conferência do Clima das Nações Unidas, em Paris. Diplomatas e ministros têm dez dias, na agenda oficial da ONU, para resolver conflitos, aparar arestas, alcançar consensos e fechar um acordo que ponha todos os países no mesmo rumo.

A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira, 30, que o acordo tem de ser justo. Justiça é uma palavra que pode ter muitos significados. Para a Índia, é tirar 1 bilhão de pessoas da linha da pobreza, é poder garantir acesso à energia a todos. Para os países-ilha, justiça é não desaparecer com o aumento do nível do mar. Simples assim.

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Fazendeiros que colonizam estado começam a refazer área de floresta para preservar nascentes, mas resistem a recosntruir a reserva legal

São esses países, considerados os mais vulneráveis às mudanças climáticas, que estão na linha de frente da guerra contra as mudanças climáticas. São os primeiros que serão afetados. Para eles, mais do que para qualquer outro lugar, é preciso chegar a um acordo muito ousado. Para eles, o ideal seria que a temperatura não subisse mais do que 1,5°C. Os tais 2°C que estão no objetivo primordial do acordo de Paris podem já ser muito para eles. 

O conselheiro científico do presidente Barack Obama, John Holdren, tem uma frase que se encaixa como uma luva nessa questão. Ele frequentemente diz que há três opções em relação às mudanças climáticas: mitigação, adaptação ou sofrimento. No caso desses países mais vulneráveis é esse o ponto: sofrimento.

Mas a conferência do clima, assim como outras negociações no âmbito das Nações Unidas, dependem de consenso, têm de agradar todo mundo. Daí que no bastidor diplomatiquês, considera-se que um bom acordo é aquele que, no final das contas, desagrada todo mundo.

Clique aqui para ver o especial sobre os desafios do clima Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

Recursos. Algumas questões são fundamentais: diferenciação e financiamento. Pela primeira vez na história, quase todo mundo está a bordo. A maioria dos 195 países que fazem parte da Convenção do Clima da ONU (UNFCCC) apresentou a chamada INDC, um pacote de compromissos em que cada um diz quanto pode fazer para diminuir suas emissões de gases de efeito estufa e, por consequência, o aquecimento global. Mas todas essas metas somadas ainda deixam o mundo mais perto dos 3°C de temperatura do que dos 2°C.

O acordo de Paris tem de dizer como esse gap será fechado ao longo dos próximos anos - é o que vem sendo chamado de mecanismo de revisão: a cada cinco anos os países melhorariam suas metas para cima, deixando os compromissos mais ambiciosos. 

É preciso ver também quem vai pagar para ajudar os países menos desenvolvidos a entrarem nesse processo e também a se adaptarem. Países ricos querem que emergentes, como China e Brasil, ajudem nisso. Brasil e China até já disseram que podem ajudar, mas só num esquema sul-sul.

Clique aqui para ver o especial sobre o clima em transformação Foto: Infográfico/Estadão

Enquanto isso, os países mais vulneráveis às mudanças climáticas resolveram falar mais alto, para ver se alguém escuta. Enquanto os presidentes diziam mensagens bonitas de compromisso ontem, eles foram lá e pediram algo concreto. Organizados no Climate Vulnerable Forum (CVF), lançaram uma declaração em que pedem uma meta para que se chegue a100% de energia renovável já em 2050. Ou seja, eles pedem um abandono dos combustíveis fósseis até metade do século, e não até o final do século como propôs o G-7, e o Brasil embarcou. 

Isso não deve ser aprovado aqui. O que balança o senso de justiça. Mas não quer dizer que necessariamente Paris vai ser um fracasso. A conferência deve mudar o rumo das coisas e colocar, pela primeira vez na história, todo mundo no mesmo barco, com compromissos de ação. O que resta a saber é quão rápido eles vão ser capazes de mudar a direção desse barco.

COP-21

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PARIS - Acabado o oba-oba dos presidentes, que nesta segunda-feira, 30, deram o sinal positivo para que o mundo chegue a um acordo global contra as mudanças climáticas, as negociações começam para valer nesta terça-feira, 1.º, na 21ª Conferência do Clima das Nações Unidas, em Paris. Diplomatas e ministros têm dez dias, na agenda oficial da ONU, para resolver conflitos, aparar arestas, alcançar consensos e fechar um acordo que ponha todos os países no mesmo rumo.

A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira, 30, que o acordo tem de ser justo. Justiça é uma palavra que pode ter muitos significados. Para a Índia, é tirar 1 bilhão de pessoas da linha da pobreza, é poder garantir acesso à energia a todos. Para os países-ilha, justiça é não desaparecer com o aumento do nível do mar. Simples assim.

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Fazendeiros que colonizam estado começam a refazer área de floresta para preservar nascentes, mas resistem a recosntruir a reserva legal

São esses países, considerados os mais vulneráveis às mudanças climáticas, que estão na linha de frente da guerra contra as mudanças climáticas. São os primeiros que serão afetados. Para eles, mais do que para qualquer outro lugar, é preciso chegar a um acordo muito ousado. Para eles, o ideal seria que a temperatura não subisse mais do que 1,5°C. Os tais 2°C que estão no objetivo primordial do acordo de Paris podem já ser muito para eles. 

O conselheiro científico do presidente Barack Obama, John Holdren, tem uma frase que se encaixa como uma luva nessa questão. Ele frequentemente diz que há três opções em relação às mudanças climáticas: mitigação, adaptação ou sofrimento. No caso desses países mais vulneráveis é esse o ponto: sofrimento.

Mas a conferência do clima, assim como outras negociações no âmbito das Nações Unidas, dependem de consenso, têm de agradar todo mundo. Daí que no bastidor diplomatiquês, considera-se que um bom acordo é aquele que, no final das contas, desagrada todo mundo.

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Recursos. Algumas questões são fundamentais: diferenciação e financiamento. Pela primeira vez na história, quase todo mundo está a bordo. A maioria dos 195 países que fazem parte da Convenção do Clima da ONU (UNFCCC) apresentou a chamada INDC, um pacote de compromissos em que cada um diz quanto pode fazer para diminuir suas emissões de gases de efeito estufa e, por consequência, o aquecimento global. Mas todas essas metas somadas ainda deixam o mundo mais perto dos 3°C de temperatura do que dos 2°C.

O acordo de Paris tem de dizer como esse gap será fechado ao longo dos próximos anos - é o que vem sendo chamado de mecanismo de revisão: a cada cinco anos os países melhorariam suas metas para cima, deixando os compromissos mais ambiciosos. 

É preciso ver também quem vai pagar para ajudar os países menos desenvolvidos a entrarem nesse processo e também a se adaptarem. Países ricos querem que emergentes, como China e Brasil, ajudem nisso. Brasil e China até já disseram que podem ajudar, mas só num esquema sul-sul.

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Enquanto isso, os países mais vulneráveis às mudanças climáticas resolveram falar mais alto, para ver se alguém escuta. Enquanto os presidentes diziam mensagens bonitas de compromisso ontem, eles foram lá e pediram algo concreto. Organizados no Climate Vulnerable Forum (CVF), lançaram uma declaração em que pedem uma meta para que se chegue a100% de energia renovável já em 2050. Ou seja, eles pedem um abandono dos combustíveis fósseis até metade do século, e não até o final do século como propôs o G-7, e o Brasil embarcou. 

Isso não deve ser aprovado aqui. O que balança o senso de justiça. Mas não quer dizer que necessariamente Paris vai ser um fracasso. A conferência deve mudar o rumo das coisas e colocar, pela primeira vez na história, todo mundo no mesmo barco, com compromissos de ação. O que resta a saber é quão rápido eles vão ser capazes de mudar a direção desse barco.

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A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira, 30, que o acordo tem de ser justo. Justiça é uma palavra que pode ter muitos significados. Para a Índia, é tirar 1 bilhão de pessoas da linha da pobreza, é poder garantir acesso à energia a todos. Para os países-ilha, justiça é não desaparecer com o aumento do nível do mar. Simples assim.

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São esses países, considerados os mais vulneráveis às mudanças climáticas, que estão na linha de frente da guerra contra as mudanças climáticas. São os primeiros que serão afetados. Para eles, mais do que para qualquer outro lugar, é preciso chegar a um acordo muito ousado. Para eles, o ideal seria que a temperatura não subisse mais do que 1,5°C. Os tais 2°C que estão no objetivo primordial do acordo de Paris podem já ser muito para eles. 

O conselheiro científico do presidente Barack Obama, John Holdren, tem uma frase que se encaixa como uma luva nessa questão. Ele frequentemente diz que há três opções em relação às mudanças climáticas: mitigação, adaptação ou sofrimento. No caso desses países mais vulneráveis é esse o ponto: sofrimento.

Mas a conferência do clima, assim como outras negociações no âmbito das Nações Unidas, dependem de consenso, têm de agradar todo mundo. Daí que no bastidor diplomatiquês, considera-se que um bom acordo é aquele que, no final das contas, desagrada todo mundo.

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O acordo de Paris tem de dizer como esse gap será fechado ao longo dos próximos anos - é o que vem sendo chamado de mecanismo de revisão: a cada cinco anos os países melhorariam suas metas para cima, deixando os compromissos mais ambiciosos. 

É preciso ver também quem vai pagar para ajudar os países menos desenvolvidos a entrarem nesse processo e também a se adaptarem. Países ricos querem que emergentes, como China e Brasil, ajudem nisso. Brasil e China até já disseram que podem ajudar, mas só num esquema sul-sul.

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Enquanto isso, os países mais vulneráveis às mudanças climáticas resolveram falar mais alto, para ver se alguém escuta. Enquanto os presidentes diziam mensagens bonitas de compromisso ontem, eles foram lá e pediram algo concreto. Organizados no Climate Vulnerable Forum (CVF), lançaram uma declaração em que pedem uma meta para que se chegue a100% de energia renovável já em 2050. Ou seja, eles pedem um abandono dos combustíveis fósseis até metade do século, e não até o final do século como propôs o G-7, e o Brasil embarcou. 

Isso não deve ser aprovado aqui. O que balança o senso de justiça. Mas não quer dizer que necessariamente Paris vai ser um fracasso. A conferência deve mudar o rumo das coisas e colocar, pela primeira vez na história, todo mundo no mesmo barco, com compromissos de ação. O que resta a saber é quão rápido eles vão ser capazes de mudar a direção desse barco.

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São esses países, considerados os mais vulneráveis às mudanças climáticas, que estão na linha de frente da guerra contra as mudanças climáticas. São os primeiros que serão afetados. Para eles, mais do que para qualquer outro lugar, é preciso chegar a um acordo muito ousado. Para eles, o ideal seria que a temperatura não subisse mais do que 1,5°C. Os tais 2°C que estão no objetivo primordial do acordo de Paris podem já ser muito para eles. 

O conselheiro científico do presidente Barack Obama, John Holdren, tem uma frase que se encaixa como uma luva nessa questão. Ele frequentemente diz que há três opções em relação às mudanças climáticas: mitigação, adaptação ou sofrimento. No caso desses países mais vulneráveis é esse o ponto: sofrimento.

Mas a conferência do clima, assim como outras negociações no âmbito das Nações Unidas, dependem de consenso, têm de agradar todo mundo. Daí que no bastidor diplomatiquês, considera-se que um bom acordo é aquele que, no final das contas, desagrada todo mundo.

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O acordo de Paris tem de dizer como esse gap será fechado ao longo dos próximos anos - é o que vem sendo chamado de mecanismo de revisão: a cada cinco anos os países melhorariam suas metas para cima, deixando os compromissos mais ambiciosos. 

É preciso ver também quem vai pagar para ajudar os países menos desenvolvidos a entrarem nesse processo e também a se adaptarem. Países ricos querem que emergentes, como China e Brasil, ajudem nisso. Brasil e China até já disseram que podem ajudar, mas só num esquema sul-sul.

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