Desafios do Brasil no século 21

Opinião|Temer faz leilão de conquistas socioambientais para permanecer no Planalto


Por Fábio de Almeida Pinto - Coordenador Executivo do IDS
Índios Pataxós hã hã hães fazem manifestação em frente ao STF durante julgamento da nulidade de títulos de propriedade na terra Caramuru-Paraguaçu, em 2008 - Wilson Dias/ABr/Creative Commons  

 

O presidente Michel Temer dedica atualmente todos seus esforços à conquista de apoio parlamentar para continuar na cadeira de presidente da República. Em busca de votos da bancada ruralista para barrar a denúncia de corrupção passiva, oferece, sem qualquer constrangimento, bens e conquistas da sociedade brasileira como moeda de troca.

Os direitos dos povos indígenas e das populações tradicionais, a proteção dos biomas brasileiros e a qualidade de vida da população passaram a ser rifados em razão de cálculos políticos imediatos do atual mandatário.

A última notícia ruim surgiu na quarta-feira (19), quando o presidente Temer assinou parecer preparado pela Advocacia Geral da União determinando que toda a administração pública passe a considerar que apenas comunidades indígenas que ocupavam seus territórios em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição, terão direito à terra. A decisão deve interromper 748 processos hoje em andamento no País.

A justificativa oficial foi que o Supremo Tribunal Federal (STF) adotou o "marco temporal" durante o processo de demarcação da terra indígena Raposa/Terra do Sol, em Roraima, em 2009. Detalhe importante. A decisão do corte não teve caráter vinculante. Ministros já afirmaram que não existe entendimento consolidado no STF sobre o assunto.

O leilão promovido pelo presidente com a agenda socioambiental não para de crescer. Segue uma breve lista dos retrocessos socioambientais mais recentes e dos que estão por vir.

- No última dia 11, o presidente sancionou a Medida Provisória 759, conhecida como a "MP da Grilagem", que legalizou terras públicas invadidas até 2011. Além de atender a pequenos proprietários, conforme dizia a propaganda oficial, a lei beneficiou também grandes destruidores da floresta, ao permitir a regularização de áreas com até 2.500 hectares.

- No dia seguinte (12), Temer enviou ao Congresso Nacional projeto de lei que prevê o corte de 349 mil hectares da Floresta Nacional do Jamanxim, no sul do Pará. A área excluída será transformada em APA (Área de Preservação Ambiental), categoria com critérios de conservação mais frouxos, na qual é permitida a propriedade privada, a produção agropecuária e a mineração.

- As titulações de territórios quilombolas estão suspensas, por determinação do governo federal, até que o STF termine o julgamento de uma ação sobre a legalidade do processo de demarcação. Não há prazo para que isso aconteça.

-  A Casa Civil já finalizou o texto de Medida Provisória a ser enviada nas próximas semanas ao Congresso Nacional que altera as regras para o registro de agrotóxicos no País, o que deve agilizar e facilitar a venda desses produtos, a partir de critérios menos rigorosos.

- Toma forma, nos bastidores de Brasília, o projeto que estabelece a Lei Geral do Licenciamento Ambiental. O que seria um instrumento necessário e importante passa a ser fonte de preocupação para todos os que defendem a trilha do desenvolvimento sustentável. As notícias sobre a última versão do texto apontam para o afrouxamento do processo de licenciamento.

Importante lembrar que esses retrocessos acontecem ao mesmo tempo em que o governo federal afrouxa o combate ao desmatamento na Amazônia. De agosto de 2015 a julho de 2016, o destruição da floresta aumentou 29%, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Foram devastados 7.989 km² (cinco vezes a cidade de São Paulo).

Cabe à sociedade civil intensificar ainda mais a defesa de seus direitos e impedir que sejam negociados pelo atual governo. É o que fez nas últimas duas semanas, durante o Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável da ONU. Um dos destaques foi o relatório apresentado pelas ONGs brasileiras revelando que o País "retrocede em questões fundamentais" para o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), a chamada Agenda 2030.

As últimas notícias oriundas de Brasília são sinais preocupantes de que o País retorna ao passado e abandona o papel de destaque que desempenhou nos últimos anos na agenda socioambiental. É fundamental que mantenha participação ativa nas discussões da agenda climática, que continue a investir em políticas de conservação ambiental e que retome a tendência de inclusão social e redução da pobreza. Os cálculos políticos imediatos e os conchavos com os setores mais retrógrados do Congresso não podem se sobrepor aos interesses estratégicos da sociedade brasileira.

Índios Pataxós hã hã hães fazem manifestação em frente ao STF durante julgamento da nulidade de títulos de propriedade na terra Caramuru-Paraguaçu, em 2008 - Wilson Dias/ABr/Creative Commons  

 

O presidente Michel Temer dedica atualmente todos seus esforços à conquista de apoio parlamentar para continuar na cadeira de presidente da República. Em busca de votos da bancada ruralista para barrar a denúncia de corrupção passiva, oferece, sem qualquer constrangimento, bens e conquistas da sociedade brasileira como moeda de troca.

Os direitos dos povos indígenas e das populações tradicionais, a proteção dos biomas brasileiros e a qualidade de vida da população passaram a ser rifados em razão de cálculos políticos imediatos do atual mandatário.

A última notícia ruim surgiu na quarta-feira (19), quando o presidente Temer assinou parecer preparado pela Advocacia Geral da União determinando que toda a administração pública passe a considerar que apenas comunidades indígenas que ocupavam seus territórios em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição, terão direito à terra. A decisão deve interromper 748 processos hoje em andamento no País.

A justificativa oficial foi que o Supremo Tribunal Federal (STF) adotou o "marco temporal" durante o processo de demarcação da terra indígena Raposa/Terra do Sol, em Roraima, em 2009. Detalhe importante. A decisão do corte não teve caráter vinculante. Ministros já afirmaram que não existe entendimento consolidado no STF sobre o assunto.

O leilão promovido pelo presidente com a agenda socioambiental não para de crescer. Segue uma breve lista dos retrocessos socioambientais mais recentes e dos que estão por vir.

- No última dia 11, o presidente sancionou a Medida Provisória 759, conhecida como a "MP da Grilagem", que legalizou terras públicas invadidas até 2011. Além de atender a pequenos proprietários, conforme dizia a propaganda oficial, a lei beneficiou também grandes destruidores da floresta, ao permitir a regularização de áreas com até 2.500 hectares.

- No dia seguinte (12), Temer enviou ao Congresso Nacional projeto de lei que prevê o corte de 349 mil hectares da Floresta Nacional do Jamanxim, no sul do Pará. A área excluída será transformada em APA (Área de Preservação Ambiental), categoria com critérios de conservação mais frouxos, na qual é permitida a propriedade privada, a produção agropecuária e a mineração.

- As titulações de territórios quilombolas estão suspensas, por determinação do governo federal, até que o STF termine o julgamento de uma ação sobre a legalidade do processo de demarcação. Não há prazo para que isso aconteça.

-  A Casa Civil já finalizou o texto de Medida Provisória a ser enviada nas próximas semanas ao Congresso Nacional que altera as regras para o registro de agrotóxicos no País, o que deve agilizar e facilitar a venda desses produtos, a partir de critérios menos rigorosos.

- Toma forma, nos bastidores de Brasília, o projeto que estabelece a Lei Geral do Licenciamento Ambiental. O que seria um instrumento necessário e importante passa a ser fonte de preocupação para todos os que defendem a trilha do desenvolvimento sustentável. As notícias sobre a última versão do texto apontam para o afrouxamento do processo de licenciamento.

Importante lembrar que esses retrocessos acontecem ao mesmo tempo em que o governo federal afrouxa o combate ao desmatamento na Amazônia. De agosto de 2015 a julho de 2016, o destruição da floresta aumentou 29%, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Foram devastados 7.989 km² (cinco vezes a cidade de São Paulo).

Cabe à sociedade civil intensificar ainda mais a defesa de seus direitos e impedir que sejam negociados pelo atual governo. É o que fez nas últimas duas semanas, durante o Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável da ONU. Um dos destaques foi o relatório apresentado pelas ONGs brasileiras revelando que o País "retrocede em questões fundamentais" para o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), a chamada Agenda 2030.

As últimas notícias oriundas de Brasília são sinais preocupantes de que o País retorna ao passado e abandona o papel de destaque que desempenhou nos últimos anos na agenda socioambiental. É fundamental que mantenha participação ativa nas discussões da agenda climática, que continue a investir em políticas de conservação ambiental e que retome a tendência de inclusão social e redução da pobreza. Os cálculos políticos imediatos e os conchavos com os setores mais retrógrados do Congresso não podem se sobrepor aos interesses estratégicos da sociedade brasileira.

Índios Pataxós hã hã hães fazem manifestação em frente ao STF durante julgamento da nulidade de títulos de propriedade na terra Caramuru-Paraguaçu, em 2008 - Wilson Dias/ABr/Creative Commons  

 

O presidente Michel Temer dedica atualmente todos seus esforços à conquista de apoio parlamentar para continuar na cadeira de presidente da República. Em busca de votos da bancada ruralista para barrar a denúncia de corrupção passiva, oferece, sem qualquer constrangimento, bens e conquistas da sociedade brasileira como moeda de troca.

Os direitos dos povos indígenas e das populações tradicionais, a proteção dos biomas brasileiros e a qualidade de vida da população passaram a ser rifados em razão de cálculos políticos imediatos do atual mandatário.

A última notícia ruim surgiu na quarta-feira (19), quando o presidente Temer assinou parecer preparado pela Advocacia Geral da União determinando que toda a administração pública passe a considerar que apenas comunidades indígenas que ocupavam seus territórios em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição, terão direito à terra. A decisão deve interromper 748 processos hoje em andamento no País.

A justificativa oficial foi que o Supremo Tribunal Federal (STF) adotou o "marco temporal" durante o processo de demarcação da terra indígena Raposa/Terra do Sol, em Roraima, em 2009. Detalhe importante. A decisão do corte não teve caráter vinculante. Ministros já afirmaram que não existe entendimento consolidado no STF sobre o assunto.

O leilão promovido pelo presidente com a agenda socioambiental não para de crescer. Segue uma breve lista dos retrocessos socioambientais mais recentes e dos que estão por vir.

- No última dia 11, o presidente sancionou a Medida Provisória 759, conhecida como a "MP da Grilagem", que legalizou terras públicas invadidas até 2011. Além de atender a pequenos proprietários, conforme dizia a propaganda oficial, a lei beneficiou também grandes destruidores da floresta, ao permitir a regularização de áreas com até 2.500 hectares.

- No dia seguinte (12), Temer enviou ao Congresso Nacional projeto de lei que prevê o corte de 349 mil hectares da Floresta Nacional do Jamanxim, no sul do Pará. A área excluída será transformada em APA (Área de Preservação Ambiental), categoria com critérios de conservação mais frouxos, na qual é permitida a propriedade privada, a produção agropecuária e a mineração.

- As titulações de territórios quilombolas estão suspensas, por determinação do governo federal, até que o STF termine o julgamento de uma ação sobre a legalidade do processo de demarcação. Não há prazo para que isso aconteça.

-  A Casa Civil já finalizou o texto de Medida Provisória a ser enviada nas próximas semanas ao Congresso Nacional que altera as regras para o registro de agrotóxicos no País, o que deve agilizar e facilitar a venda desses produtos, a partir de critérios menos rigorosos.

- Toma forma, nos bastidores de Brasília, o projeto que estabelece a Lei Geral do Licenciamento Ambiental. O que seria um instrumento necessário e importante passa a ser fonte de preocupação para todos os que defendem a trilha do desenvolvimento sustentável. As notícias sobre a última versão do texto apontam para o afrouxamento do processo de licenciamento.

Importante lembrar que esses retrocessos acontecem ao mesmo tempo em que o governo federal afrouxa o combate ao desmatamento na Amazônia. De agosto de 2015 a julho de 2016, o destruição da floresta aumentou 29%, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Foram devastados 7.989 km² (cinco vezes a cidade de São Paulo).

Cabe à sociedade civil intensificar ainda mais a defesa de seus direitos e impedir que sejam negociados pelo atual governo. É o que fez nas últimas duas semanas, durante o Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável da ONU. Um dos destaques foi o relatório apresentado pelas ONGs brasileiras revelando que o País "retrocede em questões fundamentais" para o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), a chamada Agenda 2030.

As últimas notícias oriundas de Brasília são sinais preocupantes de que o País retorna ao passado e abandona o papel de destaque que desempenhou nos últimos anos na agenda socioambiental. É fundamental que mantenha participação ativa nas discussões da agenda climática, que continue a investir em políticas de conservação ambiental e que retome a tendência de inclusão social e redução da pobreza. Os cálculos políticos imediatos e os conchavos com os setores mais retrógrados do Congresso não podem se sobrepor aos interesses estratégicos da sociedade brasileira.

Índios Pataxós hã hã hães fazem manifestação em frente ao STF durante julgamento da nulidade de títulos de propriedade na terra Caramuru-Paraguaçu, em 2008 - Wilson Dias/ABr/Creative Commons  

 

O presidente Michel Temer dedica atualmente todos seus esforços à conquista de apoio parlamentar para continuar na cadeira de presidente da República. Em busca de votos da bancada ruralista para barrar a denúncia de corrupção passiva, oferece, sem qualquer constrangimento, bens e conquistas da sociedade brasileira como moeda de troca.

Os direitos dos povos indígenas e das populações tradicionais, a proteção dos biomas brasileiros e a qualidade de vida da população passaram a ser rifados em razão de cálculos políticos imediatos do atual mandatário.

A última notícia ruim surgiu na quarta-feira (19), quando o presidente Temer assinou parecer preparado pela Advocacia Geral da União determinando que toda a administração pública passe a considerar que apenas comunidades indígenas que ocupavam seus territórios em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição, terão direito à terra. A decisão deve interromper 748 processos hoje em andamento no País.

A justificativa oficial foi que o Supremo Tribunal Federal (STF) adotou o "marco temporal" durante o processo de demarcação da terra indígena Raposa/Terra do Sol, em Roraima, em 2009. Detalhe importante. A decisão do corte não teve caráter vinculante. Ministros já afirmaram que não existe entendimento consolidado no STF sobre o assunto.

O leilão promovido pelo presidente com a agenda socioambiental não para de crescer. Segue uma breve lista dos retrocessos socioambientais mais recentes e dos que estão por vir.

- No última dia 11, o presidente sancionou a Medida Provisória 759, conhecida como a "MP da Grilagem", que legalizou terras públicas invadidas até 2011. Além de atender a pequenos proprietários, conforme dizia a propaganda oficial, a lei beneficiou também grandes destruidores da floresta, ao permitir a regularização de áreas com até 2.500 hectares.

- No dia seguinte (12), Temer enviou ao Congresso Nacional projeto de lei que prevê o corte de 349 mil hectares da Floresta Nacional do Jamanxim, no sul do Pará. A área excluída será transformada em APA (Área de Preservação Ambiental), categoria com critérios de conservação mais frouxos, na qual é permitida a propriedade privada, a produção agropecuária e a mineração.

- As titulações de territórios quilombolas estão suspensas, por determinação do governo federal, até que o STF termine o julgamento de uma ação sobre a legalidade do processo de demarcação. Não há prazo para que isso aconteça.

-  A Casa Civil já finalizou o texto de Medida Provisória a ser enviada nas próximas semanas ao Congresso Nacional que altera as regras para o registro de agrotóxicos no País, o que deve agilizar e facilitar a venda desses produtos, a partir de critérios menos rigorosos.

- Toma forma, nos bastidores de Brasília, o projeto que estabelece a Lei Geral do Licenciamento Ambiental. O que seria um instrumento necessário e importante passa a ser fonte de preocupação para todos os que defendem a trilha do desenvolvimento sustentável. As notícias sobre a última versão do texto apontam para o afrouxamento do processo de licenciamento.

Importante lembrar que esses retrocessos acontecem ao mesmo tempo em que o governo federal afrouxa o combate ao desmatamento na Amazônia. De agosto de 2015 a julho de 2016, o destruição da floresta aumentou 29%, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Foram devastados 7.989 km² (cinco vezes a cidade de São Paulo).

Cabe à sociedade civil intensificar ainda mais a defesa de seus direitos e impedir que sejam negociados pelo atual governo. É o que fez nas últimas duas semanas, durante o Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável da ONU. Um dos destaques foi o relatório apresentado pelas ONGs brasileiras revelando que o País "retrocede em questões fundamentais" para o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), a chamada Agenda 2030.

As últimas notícias oriundas de Brasília são sinais preocupantes de que o País retorna ao passado e abandona o papel de destaque que desempenhou nos últimos anos na agenda socioambiental. É fundamental que mantenha participação ativa nas discussões da agenda climática, que continue a investir em políticas de conservação ambiental e que retome a tendência de inclusão social e redução da pobreza. Os cálculos políticos imediatos e os conchavos com os setores mais retrógrados do Congresso não podem se sobrepor aos interesses estratégicos da sociedade brasileira.

Opinião por Fábio de Almeida Pinto - Coordenador Executivo do IDS

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