Redução de emissões passa por engajar pequenas e médias empresas: ‘É algo que precisa ser olhado’


Estratégia é defendida pela economista Marina Grossi, presidente de entidade que busca difundir o desenvolvimento sustentável entre empresas

Por Bruno Villas Boas

Há 12 anos presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), a economista Marina Grossi afirma que as grandes companhias estão fazendo bastante pelo combate às mudanças climáticas. O País tem hoje 180 empresas comprometidas com a campanha “Race To Zero”, para zerar a emissão de gases de efeito estufa. O desafio, ela explica em entrevista ao Broadcast, serviço de informações em tempo real do Grupo Estado, é engajar mais as pequenas e médias empresas.

“Para o Brasil atingir o compromisso de zerar emissões líquidas de carbono até 2050, as grandes empresas terão que envolver as empresas de pequeno e médio portes da cadeia de fornecimento, o chamado escopo 3. Existem iniciativas nesse sentido, mas é algo que precisa, sim, ser olhado”, disse a economista.

Sobre o mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) da ONU, a respeito do aquecimento global e eventos climáticos extremos, Grossi acredita que o documento é mais contundente do que os alertas anteriores. “Não é uma promessa para daqui a pouco, já há efeitos importantes”, disse Grossi. Para ela, o aumento do desmatamento no Brasil tem prejudicado a imagem das empresas.

Vista da Marginal Tietê, em São Paulo, com alto índice de poluição do ar Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O novo relatório da ONU alertou sobre o aquecimento global mais rápido do que o previsto e eventos climáticos extremos mais frequentes. O problema é ainda maior? 

O relatório é mais contundente nas mensagens que estavam colocadas pela ciência. O documento quantificou melhor o papel dos homens nesse processo. Indubitavelmente, temos ido rumo ao abismo com a nossa forma de consumir e de produzir. É preciso tomar medidas imediatas para não chegarmos a um ponto de não retorno. Eventos extremos mais frequentes, ondas de calor e de frio incomuns. Estamos vendo o frio atípico no Rio de Janeiro, a escassez hídrica no país. Não é uma promessa para daqui a pouco, já há efeitos importantes. 

Como a sociedade civil, sobretudo as empresas, pode contribuir mais no combate às mudanças climáticas?

Uma forma é a mitigação, ou seja, mudar o hábito de consumo, alguma alteração que vai permitir deixar de emitir no processo de produção e de consumo. Outra é a adaptação, que é o modelo de desenvolvimento para a economia de baixo carbono. Não existe a possibilidade de desenvolvimento emitindo mais. Qualquer empresa que continuar com tecnologia que emita muito, como o diesel, vai quebrar a cara. O BNDES deixou claro que não vai mais financiar projetos de carvão. As empresas estão fazendo bastante. O Brasil já tem 180 empresas com metas climáticas, com ações baseadas na corrida para emissão zero, o “Race To Zero”. Os caminhos são fontes alternativas de energia, engajamento da cadeia de fornecedores, rastreabilidade para mostrar que produtos não vêm de área desmatada, construir barragens sem uso de água, não emitir tanto.

Marina Grossi em evento realizado em 2014 Foto: Felipe Rau/Estadão

Sustentabilidade está no discurso das grandes organizações. Qual seria um caminho para despertar o interesse e envolver o pequeno e médio empresário?

Esse é um grande desafio. Para o Brasil atingir o compromisso de zerar emissões líquidas de carbono até 2050, as grandes empresas terão que envolver as empresas de pequeno e médio portes da cadeia de fornecimento, o chamado escopo 3. Existem iniciativas nesse sentido, mas é algo que precisa sim ser olhado. No agronegócio, existe um espaço grande entre grandes e pequenos produtores. Estes não têm, muitas vezes, preocupação em reduzir a emissão de metano na atmosfera, inclusive porque não exportam e, portanto, não precisam atender aos requisitos lá de fora. Se tiverem a ambição de exportar e conquistar novos mercados, terão que se alinhar ao novo padrão de desenvolvimento.

Até que ponto o discurso político do governo federal atrapalha o maior comprometimento de sustentabilidade nas empresas?

O Brasil é hoje uma economia mais limpa do que o resto do mundo. O resto do mundo ainda está lutando para ter a nossa matriz. Mas, com o desmatamento ilegal aumentando, atingindo um novo patamar em relação aos anos anteriores, isso tem se agravado muito... Atualmente, 98% do desmatamento da Amazônia é ilegal. Prejudica, sim. A empresa não consegue separar a marca dela e do Brasil. Por isso, o setor empresarial quer mostrar que é responsável, produz e conserva ao mesmo tempo.

Há 12 anos presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), a economista Marina Grossi afirma que as grandes companhias estão fazendo bastante pelo combate às mudanças climáticas. O País tem hoje 180 empresas comprometidas com a campanha “Race To Zero”, para zerar a emissão de gases de efeito estufa. O desafio, ela explica em entrevista ao Broadcast, serviço de informações em tempo real do Grupo Estado, é engajar mais as pequenas e médias empresas.

“Para o Brasil atingir o compromisso de zerar emissões líquidas de carbono até 2050, as grandes empresas terão que envolver as empresas de pequeno e médio portes da cadeia de fornecimento, o chamado escopo 3. Existem iniciativas nesse sentido, mas é algo que precisa, sim, ser olhado”, disse a economista.

Sobre o mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) da ONU, a respeito do aquecimento global e eventos climáticos extremos, Grossi acredita que o documento é mais contundente do que os alertas anteriores. “Não é uma promessa para daqui a pouco, já há efeitos importantes”, disse Grossi. Para ela, o aumento do desmatamento no Brasil tem prejudicado a imagem das empresas.

Vista da Marginal Tietê, em São Paulo, com alto índice de poluição do ar Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O novo relatório da ONU alertou sobre o aquecimento global mais rápido do que o previsto e eventos climáticos extremos mais frequentes. O problema é ainda maior? 

O relatório é mais contundente nas mensagens que estavam colocadas pela ciência. O documento quantificou melhor o papel dos homens nesse processo. Indubitavelmente, temos ido rumo ao abismo com a nossa forma de consumir e de produzir. É preciso tomar medidas imediatas para não chegarmos a um ponto de não retorno. Eventos extremos mais frequentes, ondas de calor e de frio incomuns. Estamos vendo o frio atípico no Rio de Janeiro, a escassez hídrica no país. Não é uma promessa para daqui a pouco, já há efeitos importantes. 

Como a sociedade civil, sobretudo as empresas, pode contribuir mais no combate às mudanças climáticas?

Uma forma é a mitigação, ou seja, mudar o hábito de consumo, alguma alteração que vai permitir deixar de emitir no processo de produção e de consumo. Outra é a adaptação, que é o modelo de desenvolvimento para a economia de baixo carbono. Não existe a possibilidade de desenvolvimento emitindo mais. Qualquer empresa que continuar com tecnologia que emita muito, como o diesel, vai quebrar a cara. O BNDES deixou claro que não vai mais financiar projetos de carvão. As empresas estão fazendo bastante. O Brasil já tem 180 empresas com metas climáticas, com ações baseadas na corrida para emissão zero, o “Race To Zero”. Os caminhos são fontes alternativas de energia, engajamento da cadeia de fornecedores, rastreabilidade para mostrar que produtos não vêm de área desmatada, construir barragens sem uso de água, não emitir tanto.

Marina Grossi em evento realizado em 2014 Foto: Felipe Rau/Estadão

Sustentabilidade está no discurso das grandes organizações. Qual seria um caminho para despertar o interesse e envolver o pequeno e médio empresário?

Esse é um grande desafio. Para o Brasil atingir o compromisso de zerar emissões líquidas de carbono até 2050, as grandes empresas terão que envolver as empresas de pequeno e médio portes da cadeia de fornecimento, o chamado escopo 3. Existem iniciativas nesse sentido, mas é algo que precisa sim ser olhado. No agronegócio, existe um espaço grande entre grandes e pequenos produtores. Estes não têm, muitas vezes, preocupação em reduzir a emissão de metano na atmosfera, inclusive porque não exportam e, portanto, não precisam atender aos requisitos lá de fora. Se tiverem a ambição de exportar e conquistar novos mercados, terão que se alinhar ao novo padrão de desenvolvimento.

Até que ponto o discurso político do governo federal atrapalha o maior comprometimento de sustentabilidade nas empresas?

O Brasil é hoje uma economia mais limpa do que o resto do mundo. O resto do mundo ainda está lutando para ter a nossa matriz. Mas, com o desmatamento ilegal aumentando, atingindo um novo patamar em relação aos anos anteriores, isso tem se agravado muito... Atualmente, 98% do desmatamento da Amazônia é ilegal. Prejudica, sim. A empresa não consegue separar a marca dela e do Brasil. Por isso, o setor empresarial quer mostrar que é responsável, produz e conserva ao mesmo tempo.

Há 12 anos presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), a economista Marina Grossi afirma que as grandes companhias estão fazendo bastante pelo combate às mudanças climáticas. O País tem hoje 180 empresas comprometidas com a campanha “Race To Zero”, para zerar a emissão de gases de efeito estufa. O desafio, ela explica em entrevista ao Broadcast, serviço de informações em tempo real do Grupo Estado, é engajar mais as pequenas e médias empresas.

“Para o Brasil atingir o compromisso de zerar emissões líquidas de carbono até 2050, as grandes empresas terão que envolver as empresas de pequeno e médio portes da cadeia de fornecimento, o chamado escopo 3. Existem iniciativas nesse sentido, mas é algo que precisa, sim, ser olhado”, disse a economista.

Sobre o mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) da ONU, a respeito do aquecimento global e eventos climáticos extremos, Grossi acredita que o documento é mais contundente do que os alertas anteriores. “Não é uma promessa para daqui a pouco, já há efeitos importantes”, disse Grossi. Para ela, o aumento do desmatamento no Brasil tem prejudicado a imagem das empresas.

Vista da Marginal Tietê, em São Paulo, com alto índice de poluição do ar Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O novo relatório da ONU alertou sobre o aquecimento global mais rápido do que o previsto e eventos climáticos extremos mais frequentes. O problema é ainda maior? 

O relatório é mais contundente nas mensagens que estavam colocadas pela ciência. O documento quantificou melhor o papel dos homens nesse processo. Indubitavelmente, temos ido rumo ao abismo com a nossa forma de consumir e de produzir. É preciso tomar medidas imediatas para não chegarmos a um ponto de não retorno. Eventos extremos mais frequentes, ondas de calor e de frio incomuns. Estamos vendo o frio atípico no Rio de Janeiro, a escassez hídrica no país. Não é uma promessa para daqui a pouco, já há efeitos importantes. 

Como a sociedade civil, sobretudo as empresas, pode contribuir mais no combate às mudanças climáticas?

Uma forma é a mitigação, ou seja, mudar o hábito de consumo, alguma alteração que vai permitir deixar de emitir no processo de produção e de consumo. Outra é a adaptação, que é o modelo de desenvolvimento para a economia de baixo carbono. Não existe a possibilidade de desenvolvimento emitindo mais. Qualquer empresa que continuar com tecnologia que emita muito, como o diesel, vai quebrar a cara. O BNDES deixou claro que não vai mais financiar projetos de carvão. As empresas estão fazendo bastante. O Brasil já tem 180 empresas com metas climáticas, com ações baseadas na corrida para emissão zero, o “Race To Zero”. Os caminhos são fontes alternativas de energia, engajamento da cadeia de fornecedores, rastreabilidade para mostrar que produtos não vêm de área desmatada, construir barragens sem uso de água, não emitir tanto.

Marina Grossi em evento realizado em 2014 Foto: Felipe Rau/Estadão

Sustentabilidade está no discurso das grandes organizações. Qual seria um caminho para despertar o interesse e envolver o pequeno e médio empresário?

Esse é um grande desafio. Para o Brasil atingir o compromisso de zerar emissões líquidas de carbono até 2050, as grandes empresas terão que envolver as empresas de pequeno e médio portes da cadeia de fornecimento, o chamado escopo 3. Existem iniciativas nesse sentido, mas é algo que precisa sim ser olhado. No agronegócio, existe um espaço grande entre grandes e pequenos produtores. Estes não têm, muitas vezes, preocupação em reduzir a emissão de metano na atmosfera, inclusive porque não exportam e, portanto, não precisam atender aos requisitos lá de fora. Se tiverem a ambição de exportar e conquistar novos mercados, terão que se alinhar ao novo padrão de desenvolvimento.

Até que ponto o discurso político do governo federal atrapalha o maior comprometimento de sustentabilidade nas empresas?

O Brasil é hoje uma economia mais limpa do que o resto do mundo. O resto do mundo ainda está lutando para ter a nossa matriz. Mas, com o desmatamento ilegal aumentando, atingindo um novo patamar em relação aos anos anteriores, isso tem se agravado muito... Atualmente, 98% do desmatamento da Amazônia é ilegal. Prejudica, sim. A empresa não consegue separar a marca dela e do Brasil. Por isso, o setor empresarial quer mostrar que é responsável, produz e conserva ao mesmo tempo.

Há 12 anos presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), a economista Marina Grossi afirma que as grandes companhias estão fazendo bastante pelo combate às mudanças climáticas. O País tem hoje 180 empresas comprometidas com a campanha “Race To Zero”, para zerar a emissão de gases de efeito estufa. O desafio, ela explica em entrevista ao Broadcast, serviço de informações em tempo real do Grupo Estado, é engajar mais as pequenas e médias empresas.

“Para o Brasil atingir o compromisso de zerar emissões líquidas de carbono até 2050, as grandes empresas terão que envolver as empresas de pequeno e médio portes da cadeia de fornecimento, o chamado escopo 3. Existem iniciativas nesse sentido, mas é algo que precisa, sim, ser olhado”, disse a economista.

Sobre o mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) da ONU, a respeito do aquecimento global e eventos climáticos extremos, Grossi acredita que o documento é mais contundente do que os alertas anteriores. “Não é uma promessa para daqui a pouco, já há efeitos importantes”, disse Grossi. Para ela, o aumento do desmatamento no Brasil tem prejudicado a imagem das empresas.

Vista da Marginal Tietê, em São Paulo, com alto índice de poluição do ar Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O novo relatório da ONU alertou sobre o aquecimento global mais rápido do que o previsto e eventos climáticos extremos mais frequentes. O problema é ainda maior? 

O relatório é mais contundente nas mensagens que estavam colocadas pela ciência. O documento quantificou melhor o papel dos homens nesse processo. Indubitavelmente, temos ido rumo ao abismo com a nossa forma de consumir e de produzir. É preciso tomar medidas imediatas para não chegarmos a um ponto de não retorno. Eventos extremos mais frequentes, ondas de calor e de frio incomuns. Estamos vendo o frio atípico no Rio de Janeiro, a escassez hídrica no país. Não é uma promessa para daqui a pouco, já há efeitos importantes. 

Como a sociedade civil, sobretudo as empresas, pode contribuir mais no combate às mudanças climáticas?

Uma forma é a mitigação, ou seja, mudar o hábito de consumo, alguma alteração que vai permitir deixar de emitir no processo de produção e de consumo. Outra é a adaptação, que é o modelo de desenvolvimento para a economia de baixo carbono. Não existe a possibilidade de desenvolvimento emitindo mais. Qualquer empresa que continuar com tecnologia que emita muito, como o diesel, vai quebrar a cara. O BNDES deixou claro que não vai mais financiar projetos de carvão. As empresas estão fazendo bastante. O Brasil já tem 180 empresas com metas climáticas, com ações baseadas na corrida para emissão zero, o “Race To Zero”. Os caminhos são fontes alternativas de energia, engajamento da cadeia de fornecedores, rastreabilidade para mostrar que produtos não vêm de área desmatada, construir barragens sem uso de água, não emitir tanto.

Marina Grossi em evento realizado em 2014 Foto: Felipe Rau/Estadão

Sustentabilidade está no discurso das grandes organizações. Qual seria um caminho para despertar o interesse e envolver o pequeno e médio empresário?

Esse é um grande desafio. Para o Brasil atingir o compromisso de zerar emissões líquidas de carbono até 2050, as grandes empresas terão que envolver as empresas de pequeno e médio portes da cadeia de fornecimento, o chamado escopo 3. Existem iniciativas nesse sentido, mas é algo que precisa sim ser olhado. No agronegócio, existe um espaço grande entre grandes e pequenos produtores. Estes não têm, muitas vezes, preocupação em reduzir a emissão de metano na atmosfera, inclusive porque não exportam e, portanto, não precisam atender aos requisitos lá de fora. Se tiverem a ambição de exportar e conquistar novos mercados, terão que se alinhar ao novo padrão de desenvolvimento.

Até que ponto o discurso político do governo federal atrapalha o maior comprometimento de sustentabilidade nas empresas?

O Brasil é hoje uma economia mais limpa do que o resto do mundo. O resto do mundo ainda está lutando para ter a nossa matriz. Mas, com o desmatamento ilegal aumentando, atingindo um novo patamar em relação aos anos anteriores, isso tem se agravado muito... Atualmente, 98% do desmatamento da Amazônia é ilegal. Prejudica, sim. A empresa não consegue separar a marca dela e do Brasil. Por isso, o setor empresarial quer mostrar que é responsável, produz e conserva ao mesmo tempo.

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