Boas cervejas em Berlim, enfim


Por Evan Rail

BERLIM - Ao chegar à Gendarmenmarkt, praça mais bonita de Berlim, entrei em um bar que parecia honrar a grandeza das tradições alemãs. Ao menos à primeira vista. Mas, tão logo me sentei, o Meisterstück (dasmeisterstueck.de) começou a revelar ângulos inesperados em meio aos móveis antigos bem gastos. Coisas como os retratos nas paredes, que não exibiam habitantes locais, mas algumas das caras mais conhecidas da cervejaria artesanal internacional. Por que, numa cidade há muito conhecida como um deserto de boas cervejas, o cardápio do bar criado há 18 meses incluía não só garrafas da excelente Pale 31, do californiano Matt Brynildson, como também uma série de estrelas como a Boon Geuze, da Bélgica, e o vinho de cevada Xyauyù, do cult Le Baladin da Itália, bem como de raras microcervejarias alemãs? "Dá pra sentir que tem alguma coisa chegando", disse Johannes Heidenpeter, que abriu uma das mais novas cervejarias artesanais de Berlim, a Heidenpeters (heindenpeters.de), no bairro central de Kreuzberg, em dezembro passado. Ele representa o que a cultura cervejeira em recente desenvolvimento em Berlim tem de mais iconoclasta e cosmopolita: em vez da levedura de lager (a cerveja leve, de baixa fermentação) alemã tradicional, ele aprecia os aromas das leveduras de cervejas belgas e inglesas, e evita a lager clara de seu país, a pilsen. "Não tenho pilsen nem quero fazer uma", diz Heindenpeter. Bebericando a excelente cerveja âmbar Thirsty Lady, achei que ninguém que goste de boas cervejas reclamaria, contrastando com as antigas acusações de que a cultura cervejeira de Berlim é medíocre. Tem sido mais difícil encontrar uma versão decente de berliner weisse (estilo próprio da cidade) aqui do que em pelo menos meia dúzia de cidades americanas. Enxurrada. Embora seja o badalado lar de escritores, músicos e outras personalidades criativas, quem não vive em Berlim podia ao menos se consolar com o fato de que a cerveja da capital alemã era terrível. Não é mais. Nos últimos anos, uma enxurrada de microcervejarias, bares e lojas especializadas em cervejas abriu na cidade. Em setembro, o Braufest foi o primeiro festival da cerveja artesanal ali.No bairro central de Moabit, ao norte do parque Tiergarten, parei para conferir uma das fornecedoras favoritas de boas garrafas da cidade, a Berlin Bier Shop (berlinbiershop.com), cujo dono, Rainer Wallisser, havia ajudado a iniciar o interesse local por cerveja quando começou a vender importadas belgas como Cantillon e 3 Fonteinen em sua loja de vinhos, cerca de quatro anos atrás. Caminhei alguns quarteirões até o Markthalle. O mercado térreo abriga a BrewBaker (brewbaker.de), uma das primeiras da cidade a produzir cervejas interessantes. Ao chegar, o dono, Michael Schwab, estava justamente terminando a cerveja do dia, uma estilo âmbar relativamente incomum conhecida como lager Viena. Ele me revelou que vinha produzindo cervejas desde 2006, mas só havia se mudado para o local cinco anos depois - e produziu cerca de 120 receitas diferentes desde então. Em Berlim, disse ele, "as pessoas estão cada vez mais interessadas em tipos diferentes de cervejas, e não apenas alemãs. Quase toda cervejaria tem algo como uma IPA (Indian Pale Ale)". E esse "algo" pareceu aberto a interpretações em cada cervejaria criativa. Ao encontrar meus amigos no Hops & Barley (hopsandbarley-berlin.de), que funciona num antigo açougue em Friedrichshain, descobrimos que a excentricidade da casa era uma lager clara estilo pilsen, favorita da multidão de cordiais moradores locais que se acotovelava diante do pequeno bar.Não longe dali nos juntamos a roqueiros punks de várias gerações que acompanhavam a vitória da seleção alemã contra a do Casaquistão no bar escuro e enfumaçado conhecido como Bierkombinat Kreuzberg, ou BBK (bier-kombinat.de). Aqui, a boa era uma IPA da vizinha cervejaria Schoppe Bräu: clara com aroma leve de caramelo. No dia seguinte, ainda topei com o cervejeiro Thorsten Schoppe no bar Südstrern (brauhaus-suedstern.de), em Kreuzberg. Mais uma novidade à vista: no último verão, ele abriu um bar chamado Pfefferbräu no velho prédio Pfefferberg, em Prenzlauer Berg. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK

BERLIM - Ao chegar à Gendarmenmarkt, praça mais bonita de Berlim, entrei em um bar que parecia honrar a grandeza das tradições alemãs. Ao menos à primeira vista. Mas, tão logo me sentei, o Meisterstück (dasmeisterstueck.de) começou a revelar ângulos inesperados em meio aos móveis antigos bem gastos. Coisas como os retratos nas paredes, que não exibiam habitantes locais, mas algumas das caras mais conhecidas da cervejaria artesanal internacional. Por que, numa cidade há muito conhecida como um deserto de boas cervejas, o cardápio do bar criado há 18 meses incluía não só garrafas da excelente Pale 31, do californiano Matt Brynildson, como também uma série de estrelas como a Boon Geuze, da Bélgica, e o vinho de cevada Xyauyù, do cult Le Baladin da Itália, bem como de raras microcervejarias alemãs? "Dá pra sentir que tem alguma coisa chegando", disse Johannes Heidenpeter, que abriu uma das mais novas cervejarias artesanais de Berlim, a Heidenpeters (heindenpeters.de), no bairro central de Kreuzberg, em dezembro passado. Ele representa o que a cultura cervejeira em recente desenvolvimento em Berlim tem de mais iconoclasta e cosmopolita: em vez da levedura de lager (a cerveja leve, de baixa fermentação) alemã tradicional, ele aprecia os aromas das leveduras de cervejas belgas e inglesas, e evita a lager clara de seu país, a pilsen. "Não tenho pilsen nem quero fazer uma", diz Heindenpeter. Bebericando a excelente cerveja âmbar Thirsty Lady, achei que ninguém que goste de boas cervejas reclamaria, contrastando com as antigas acusações de que a cultura cervejeira de Berlim é medíocre. Tem sido mais difícil encontrar uma versão decente de berliner weisse (estilo próprio da cidade) aqui do que em pelo menos meia dúzia de cidades americanas. Enxurrada. Embora seja o badalado lar de escritores, músicos e outras personalidades criativas, quem não vive em Berlim podia ao menos se consolar com o fato de que a cerveja da capital alemã era terrível. Não é mais. Nos últimos anos, uma enxurrada de microcervejarias, bares e lojas especializadas em cervejas abriu na cidade. Em setembro, o Braufest foi o primeiro festival da cerveja artesanal ali.No bairro central de Moabit, ao norte do parque Tiergarten, parei para conferir uma das fornecedoras favoritas de boas garrafas da cidade, a Berlin Bier Shop (berlinbiershop.com), cujo dono, Rainer Wallisser, havia ajudado a iniciar o interesse local por cerveja quando começou a vender importadas belgas como Cantillon e 3 Fonteinen em sua loja de vinhos, cerca de quatro anos atrás. Caminhei alguns quarteirões até o Markthalle. O mercado térreo abriga a BrewBaker (brewbaker.de), uma das primeiras da cidade a produzir cervejas interessantes. Ao chegar, o dono, Michael Schwab, estava justamente terminando a cerveja do dia, uma estilo âmbar relativamente incomum conhecida como lager Viena. Ele me revelou que vinha produzindo cervejas desde 2006, mas só havia se mudado para o local cinco anos depois - e produziu cerca de 120 receitas diferentes desde então. Em Berlim, disse ele, "as pessoas estão cada vez mais interessadas em tipos diferentes de cervejas, e não apenas alemãs. Quase toda cervejaria tem algo como uma IPA (Indian Pale Ale)". E esse "algo" pareceu aberto a interpretações em cada cervejaria criativa. Ao encontrar meus amigos no Hops & Barley (hopsandbarley-berlin.de), que funciona num antigo açougue em Friedrichshain, descobrimos que a excentricidade da casa era uma lager clara estilo pilsen, favorita da multidão de cordiais moradores locais que se acotovelava diante do pequeno bar.Não longe dali nos juntamos a roqueiros punks de várias gerações que acompanhavam a vitória da seleção alemã contra a do Casaquistão no bar escuro e enfumaçado conhecido como Bierkombinat Kreuzberg, ou BBK (bier-kombinat.de). Aqui, a boa era uma IPA da vizinha cervejaria Schoppe Bräu: clara com aroma leve de caramelo. No dia seguinte, ainda topei com o cervejeiro Thorsten Schoppe no bar Südstrern (brauhaus-suedstern.de), em Kreuzberg. Mais uma novidade à vista: no último verão, ele abriu um bar chamado Pfefferbräu no velho prédio Pfefferberg, em Prenzlauer Berg. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK

BERLIM - Ao chegar à Gendarmenmarkt, praça mais bonita de Berlim, entrei em um bar que parecia honrar a grandeza das tradições alemãs. Ao menos à primeira vista. Mas, tão logo me sentei, o Meisterstück (dasmeisterstueck.de) começou a revelar ângulos inesperados em meio aos móveis antigos bem gastos. Coisas como os retratos nas paredes, que não exibiam habitantes locais, mas algumas das caras mais conhecidas da cervejaria artesanal internacional. Por que, numa cidade há muito conhecida como um deserto de boas cervejas, o cardápio do bar criado há 18 meses incluía não só garrafas da excelente Pale 31, do californiano Matt Brynildson, como também uma série de estrelas como a Boon Geuze, da Bélgica, e o vinho de cevada Xyauyù, do cult Le Baladin da Itália, bem como de raras microcervejarias alemãs? "Dá pra sentir que tem alguma coisa chegando", disse Johannes Heidenpeter, que abriu uma das mais novas cervejarias artesanais de Berlim, a Heidenpeters (heindenpeters.de), no bairro central de Kreuzberg, em dezembro passado. Ele representa o que a cultura cervejeira em recente desenvolvimento em Berlim tem de mais iconoclasta e cosmopolita: em vez da levedura de lager (a cerveja leve, de baixa fermentação) alemã tradicional, ele aprecia os aromas das leveduras de cervejas belgas e inglesas, e evita a lager clara de seu país, a pilsen. "Não tenho pilsen nem quero fazer uma", diz Heindenpeter. Bebericando a excelente cerveja âmbar Thirsty Lady, achei que ninguém que goste de boas cervejas reclamaria, contrastando com as antigas acusações de que a cultura cervejeira de Berlim é medíocre. Tem sido mais difícil encontrar uma versão decente de berliner weisse (estilo próprio da cidade) aqui do que em pelo menos meia dúzia de cidades americanas. Enxurrada. Embora seja o badalado lar de escritores, músicos e outras personalidades criativas, quem não vive em Berlim podia ao menos se consolar com o fato de que a cerveja da capital alemã era terrível. Não é mais. Nos últimos anos, uma enxurrada de microcervejarias, bares e lojas especializadas em cervejas abriu na cidade. Em setembro, o Braufest foi o primeiro festival da cerveja artesanal ali.No bairro central de Moabit, ao norte do parque Tiergarten, parei para conferir uma das fornecedoras favoritas de boas garrafas da cidade, a Berlin Bier Shop (berlinbiershop.com), cujo dono, Rainer Wallisser, havia ajudado a iniciar o interesse local por cerveja quando começou a vender importadas belgas como Cantillon e 3 Fonteinen em sua loja de vinhos, cerca de quatro anos atrás. Caminhei alguns quarteirões até o Markthalle. O mercado térreo abriga a BrewBaker (brewbaker.de), uma das primeiras da cidade a produzir cervejas interessantes. Ao chegar, o dono, Michael Schwab, estava justamente terminando a cerveja do dia, uma estilo âmbar relativamente incomum conhecida como lager Viena. Ele me revelou que vinha produzindo cervejas desde 2006, mas só havia se mudado para o local cinco anos depois - e produziu cerca de 120 receitas diferentes desde então. Em Berlim, disse ele, "as pessoas estão cada vez mais interessadas em tipos diferentes de cervejas, e não apenas alemãs. Quase toda cervejaria tem algo como uma IPA (Indian Pale Ale)". E esse "algo" pareceu aberto a interpretações em cada cervejaria criativa. Ao encontrar meus amigos no Hops & Barley (hopsandbarley-berlin.de), que funciona num antigo açougue em Friedrichshain, descobrimos que a excentricidade da casa era uma lager clara estilo pilsen, favorita da multidão de cordiais moradores locais que se acotovelava diante do pequeno bar.Não longe dali nos juntamos a roqueiros punks de várias gerações que acompanhavam a vitória da seleção alemã contra a do Casaquistão no bar escuro e enfumaçado conhecido como Bierkombinat Kreuzberg, ou BBK (bier-kombinat.de). Aqui, a boa era uma IPA da vizinha cervejaria Schoppe Bräu: clara com aroma leve de caramelo. No dia seguinte, ainda topei com o cervejeiro Thorsten Schoppe no bar Südstrern (brauhaus-suedstern.de), em Kreuzberg. Mais uma novidade à vista: no último verão, ele abriu um bar chamado Pfefferbräu no velho prédio Pfefferberg, em Prenzlauer Berg. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK

BERLIM - Ao chegar à Gendarmenmarkt, praça mais bonita de Berlim, entrei em um bar que parecia honrar a grandeza das tradições alemãs. Ao menos à primeira vista. Mas, tão logo me sentei, o Meisterstück (dasmeisterstueck.de) começou a revelar ângulos inesperados em meio aos móveis antigos bem gastos. Coisas como os retratos nas paredes, que não exibiam habitantes locais, mas algumas das caras mais conhecidas da cervejaria artesanal internacional. Por que, numa cidade há muito conhecida como um deserto de boas cervejas, o cardápio do bar criado há 18 meses incluía não só garrafas da excelente Pale 31, do californiano Matt Brynildson, como também uma série de estrelas como a Boon Geuze, da Bélgica, e o vinho de cevada Xyauyù, do cult Le Baladin da Itália, bem como de raras microcervejarias alemãs? "Dá pra sentir que tem alguma coisa chegando", disse Johannes Heidenpeter, que abriu uma das mais novas cervejarias artesanais de Berlim, a Heidenpeters (heindenpeters.de), no bairro central de Kreuzberg, em dezembro passado. Ele representa o que a cultura cervejeira em recente desenvolvimento em Berlim tem de mais iconoclasta e cosmopolita: em vez da levedura de lager (a cerveja leve, de baixa fermentação) alemã tradicional, ele aprecia os aromas das leveduras de cervejas belgas e inglesas, e evita a lager clara de seu país, a pilsen. "Não tenho pilsen nem quero fazer uma", diz Heindenpeter. Bebericando a excelente cerveja âmbar Thirsty Lady, achei que ninguém que goste de boas cervejas reclamaria, contrastando com as antigas acusações de que a cultura cervejeira de Berlim é medíocre. Tem sido mais difícil encontrar uma versão decente de berliner weisse (estilo próprio da cidade) aqui do que em pelo menos meia dúzia de cidades americanas. Enxurrada. Embora seja o badalado lar de escritores, músicos e outras personalidades criativas, quem não vive em Berlim podia ao menos se consolar com o fato de que a cerveja da capital alemã era terrível. Não é mais. Nos últimos anos, uma enxurrada de microcervejarias, bares e lojas especializadas em cervejas abriu na cidade. Em setembro, o Braufest foi o primeiro festival da cerveja artesanal ali.No bairro central de Moabit, ao norte do parque Tiergarten, parei para conferir uma das fornecedoras favoritas de boas garrafas da cidade, a Berlin Bier Shop (berlinbiershop.com), cujo dono, Rainer Wallisser, havia ajudado a iniciar o interesse local por cerveja quando começou a vender importadas belgas como Cantillon e 3 Fonteinen em sua loja de vinhos, cerca de quatro anos atrás. Caminhei alguns quarteirões até o Markthalle. O mercado térreo abriga a BrewBaker (brewbaker.de), uma das primeiras da cidade a produzir cervejas interessantes. Ao chegar, o dono, Michael Schwab, estava justamente terminando a cerveja do dia, uma estilo âmbar relativamente incomum conhecida como lager Viena. Ele me revelou que vinha produzindo cervejas desde 2006, mas só havia se mudado para o local cinco anos depois - e produziu cerca de 120 receitas diferentes desde então. Em Berlim, disse ele, "as pessoas estão cada vez mais interessadas em tipos diferentes de cervejas, e não apenas alemãs. Quase toda cervejaria tem algo como uma IPA (Indian Pale Ale)". E esse "algo" pareceu aberto a interpretações em cada cervejaria criativa. Ao encontrar meus amigos no Hops & Barley (hopsandbarley-berlin.de), que funciona num antigo açougue em Friedrichshain, descobrimos que a excentricidade da casa era uma lager clara estilo pilsen, favorita da multidão de cordiais moradores locais que se acotovelava diante do pequeno bar.Não longe dali nos juntamos a roqueiros punks de várias gerações que acompanhavam a vitória da seleção alemã contra a do Casaquistão no bar escuro e enfumaçado conhecido como Bierkombinat Kreuzberg, ou BBK (bier-kombinat.de). Aqui, a boa era uma IPA da vizinha cervejaria Schoppe Bräu: clara com aroma leve de caramelo. No dia seguinte, ainda topei com o cervejeiro Thorsten Schoppe no bar Südstrern (brauhaus-suedstern.de), em Kreuzberg. Mais uma novidade à vista: no último verão, ele abriu um bar chamado Pfefferbräu no velho prédio Pfefferberg, em Prenzlauer Berg. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK

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