O que incluir na sua farmacinha de viagem


De analgésicos a curativos, saiba o que não pode ficar de fora da mala para garantir tranquilidade nos primeiros socorros no destino. Medicamento de uso contínuo deve ir na bagagem de mão

Por Nathalia Molina

A última coisa que um turista deseja na vida é ter sua viagem atrapalhada por algum contratempo de saúde. Pode soar um tanto absurdo afirmar isso, quando ainda enfrentamos uma das crises sanitárias mais severas do século. Mas eu me refiro àqueles probleminhas (assim mesmo, no diminutivo) que tiram o sono ou trazem literalmente dor de cabeça justo em um momento em que se busca por paz e sossego.

Em casos assim, a solução para o problema pode estar contida no fundo da mala, em uma nécessaire. Ter à mão uma farmacinha de viagem pode evitar um desvio no roteiro, seja para sair à caça de uma drogaria ou recorrer a um serviço médico local. Cabe ressaltar que não vai aqui nenhuma apologia à automedicação, pelo contrário. O velho slogan dos comerciais de remédio vale como regra: ao persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado.

“A automedicação não é uma prática recomendada e pode ter riscos sérios à saúde, por isso é preciso prudência”, reforça Thiago Piccirillo, clínico-geral da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. “No ambulatório de Clínica Médica do Hospital São Camilo Santana, temos um protocolo de atendimento para as pessoas que estão em programação de viagem para o exterior, que é ajustado de acordo com o local da viagem e tempo de permanência.”

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O médico explica que “alguns medicamentos são liberados no Brasil, mas podem trazer problemas no exterior”. Um exemplo, diz ele, é a dipirona sódica, “muito usada no Brasil para dor e febre, porém de uso restrito em muitos países”. “Portanto, se for viajar, consulte o seu médico e peça indicações dos melhores remédios para você e sua família”, recomenda.

'Farmacinha'tem de ser preparada se levando em conta o local da viagem e o tempo de permanência Foto: Volodymir Hryshchenko/Unsplash.com

Eu mesma já me peguei em plena Eslováquia com uma irritação no olho que me obrigou a visitar um hospital. Foi um perrengue chegar até lá, pois tive de me entender com um taxista que só falava russo. Vencida a espera num ambiente do hospital que me lembrou o filme Adeus, Lenin!, recebi da médica, que falava inglês, o diagnóstico de conjuntivite. Acreditem, o antibiótico prescrito era basicamente o mesmo que eu tinha em casa, de uma outra ocasião. A partir daí, meu médico me autorizou a levar na farmacinha.

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Alérgica, não saio de casa sem anti-histamínicos, acionados quando me deparo com quartos com sinais de umidade ou roupa de cama demasiadamente perfumada. Já lancei mão do artifício também em visitas a campos de flores e viagens na primavera, época em que o pólen nos maltrata lindamente.

“Na hora de viajar, muitas vezes vamos a lugares onde o acesso a farmácias é complicado, e é nessa hora que devemos ter um kit de primeiros socorros, a famosa ‘farmacinha’ portátil”, diz Piccirillo. “Existem alguns fatores que influenciam a preparação do kit ideal para cada viagem. Os principais que eu destacaria são: o lugar e suas particularidades, como clima e gastronomia; o tempo de duração da viagem; o uso de medicamentos contínuos; e, principalmente, o perfil familiar, com a presença de crianças.”

A seguir, selecionamos itens para você não esquecer de levar na sua próxima viagem. E não esqueça de fazer seguro-viagem, indispensável sempre.

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Analgésicos e antitérmicos

Comum em viagens, a caminhada livre costuma cobrar um preço dos menos habituados a ela. Conheço muita gente que chega ao fim do dia com as pernas doloridas de tanto andar. Esgotamento que pode ser resolvido com descanso, óbvio, associado a um analgésico. “As medicações que chamaria de ‘primeira linha’, ou seja, indispensáveis para qualquer viagem, seriam os analgésicos e antitérmicos, uma vez que estamos sujeitos a inflamações e dores que podem surgir inesperadamente, como uma enxaqueca”, explica o clínico-geral da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Antigases e probióticos

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“A ‘segunda linha’ de medicamentos que não podem faltar são os antigases, protetores para estômago e antieméticos (para náuseas e vômitos), e os probióticos, para casos de diarreia”, recomenda Piccirillo. Trocar a zona de conforto do ambiente doméstico por novos destinos implica conhecer diferentes realidades culinárias. O uso de ingredientes incomuns ao paladar pode trazer tanto prazer quanto estranhamento.

Curativos e pomadas

Outro componente importante é o band aid, aliado de calcanhares em contato permanente com calçados durante as viagens. Em Berlim, na Alemanha, tive de entrar numa apotheke (como eles chamam farmácia) para comprar um pacote de curativos. Saí de lá com adesivos próprios para bolhas, seguindo sugestão do vendedor, acostumado com turistas na mesma situação. Destinos de aventura ou natureza, incluindo trilhas na programação, merecem uma atenção especial, reforça o médico do São Camilo: “A farmacinha não pode deixar de contar com gaze estéril, esparadrapo, antisséptico e algodão, para curativos simples, pomadas analgésicas e, claro, um relaxante muscular”.

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Protetor solar e hidratantes

Não viajo mais sem spray de jato contínuo para lavar o nariz com soro. Em qualquer época do ano, me ajuda muito, mas especialmente nos dias secos do hemisfério norte. “O clima para onde se vai viajar também é importante. Em lugares com muito sol, o protetor solar é fundamental. Já em ambientes mais secos, spray nasal e colírios podem ser incluídos na bagagem, bem como protetores labiais em locais para dias de baixa temperatura”, afirma Piccirillo.

Prevenção contra covid

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A vacinação avançou, mas a covid com suas variantes segue nos assombrando. Nunca é demais levar máscaras N95 para os voos e, ao menos, de tripla proteção para as saídas no destino. Complete o kit com um frasco pequeno de álcool em gel para manter à mão na bolsa – nem todo lugar oferece.

Emergência infantil

Quem tem filhos costuma manter em casa um kit básico de medicamentos que costuma incluir algo contra febre e xarope para tosse. A sugestão é perguntar ao pediatra que acompanha a criança se mais algum item deve ser acrescentado à lista antes de viajar. “Um termômetro é um item essencial, não só para os adultos, mas principalmente para as crianças, que muitas vezes não sabem dizer o que estão sentindo. Uma simples aferição da temperatura já pode dizer que algo está errado. Dê preferência para os termômetros digitais por serem mais práticos e de aferições rápidas”, ensina Piccirillo.

Medicamentos de uso contínuo

Seja adulto ou criança, é fundamental levar remédios de uso contínuo em quantidade suficiente para o período de viagem. Conte os dias e coloque esse tipo de medicamento na bagagem de mão, para evitar ficar sem ele se ocorrer extravio de mala. “Outro detalhe importante é manter os medicamentos na caixa original e ter a nota fiscal de compra”, recomenda o médico. Leve a receita escrita em inglês, explicando o motivo pelo qual usa aquele remédio. A dica é tomar todas as precauções possíveis, para o caso de ser questionado numa inspeção no aeroporto. Afinal, para que ter dor de cabeça?

A última coisa que um turista deseja na vida é ter sua viagem atrapalhada por algum contratempo de saúde. Pode soar um tanto absurdo afirmar isso, quando ainda enfrentamos uma das crises sanitárias mais severas do século. Mas eu me refiro àqueles probleminhas (assim mesmo, no diminutivo) que tiram o sono ou trazem literalmente dor de cabeça justo em um momento em que se busca por paz e sossego.

Em casos assim, a solução para o problema pode estar contida no fundo da mala, em uma nécessaire. Ter à mão uma farmacinha de viagem pode evitar um desvio no roteiro, seja para sair à caça de uma drogaria ou recorrer a um serviço médico local. Cabe ressaltar que não vai aqui nenhuma apologia à automedicação, pelo contrário. O velho slogan dos comerciais de remédio vale como regra: ao persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado.

“A automedicação não é uma prática recomendada e pode ter riscos sérios à saúde, por isso é preciso prudência”, reforça Thiago Piccirillo, clínico-geral da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. “No ambulatório de Clínica Médica do Hospital São Camilo Santana, temos um protocolo de atendimento para as pessoas que estão em programação de viagem para o exterior, que é ajustado de acordo com o local da viagem e tempo de permanência.”

O médico explica que “alguns medicamentos são liberados no Brasil, mas podem trazer problemas no exterior”. Um exemplo, diz ele, é a dipirona sódica, “muito usada no Brasil para dor e febre, porém de uso restrito em muitos países”. “Portanto, se for viajar, consulte o seu médico e peça indicações dos melhores remédios para você e sua família”, recomenda.

'Farmacinha'tem de ser preparada se levando em conta o local da viagem e o tempo de permanência Foto: Volodymir Hryshchenko/Unsplash.com

Eu mesma já me peguei em plena Eslováquia com uma irritação no olho que me obrigou a visitar um hospital. Foi um perrengue chegar até lá, pois tive de me entender com um taxista que só falava russo. Vencida a espera num ambiente do hospital que me lembrou o filme Adeus, Lenin!, recebi da médica, que falava inglês, o diagnóstico de conjuntivite. Acreditem, o antibiótico prescrito era basicamente o mesmo que eu tinha em casa, de uma outra ocasião. A partir daí, meu médico me autorizou a levar na farmacinha.

Alérgica, não saio de casa sem anti-histamínicos, acionados quando me deparo com quartos com sinais de umidade ou roupa de cama demasiadamente perfumada. Já lancei mão do artifício também em visitas a campos de flores e viagens na primavera, época em que o pólen nos maltrata lindamente.

“Na hora de viajar, muitas vezes vamos a lugares onde o acesso a farmácias é complicado, e é nessa hora que devemos ter um kit de primeiros socorros, a famosa ‘farmacinha’ portátil”, diz Piccirillo. “Existem alguns fatores que influenciam a preparação do kit ideal para cada viagem. Os principais que eu destacaria são: o lugar e suas particularidades, como clima e gastronomia; o tempo de duração da viagem; o uso de medicamentos contínuos; e, principalmente, o perfil familiar, com a presença de crianças.”

A seguir, selecionamos itens para você não esquecer de levar na sua próxima viagem. E não esqueça de fazer seguro-viagem, indispensável sempre.

Analgésicos e antitérmicos

Comum em viagens, a caminhada livre costuma cobrar um preço dos menos habituados a ela. Conheço muita gente que chega ao fim do dia com as pernas doloridas de tanto andar. Esgotamento que pode ser resolvido com descanso, óbvio, associado a um analgésico. “As medicações que chamaria de ‘primeira linha’, ou seja, indispensáveis para qualquer viagem, seriam os analgésicos e antitérmicos, uma vez que estamos sujeitos a inflamações e dores que podem surgir inesperadamente, como uma enxaqueca”, explica o clínico-geral da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Antigases e probióticos

“A ‘segunda linha’ de medicamentos que não podem faltar são os antigases, protetores para estômago e antieméticos (para náuseas e vômitos), e os probióticos, para casos de diarreia”, recomenda Piccirillo. Trocar a zona de conforto do ambiente doméstico por novos destinos implica conhecer diferentes realidades culinárias. O uso de ingredientes incomuns ao paladar pode trazer tanto prazer quanto estranhamento.

Curativos e pomadas

Outro componente importante é o band aid, aliado de calcanhares em contato permanente com calçados durante as viagens. Em Berlim, na Alemanha, tive de entrar numa apotheke (como eles chamam farmácia) para comprar um pacote de curativos. Saí de lá com adesivos próprios para bolhas, seguindo sugestão do vendedor, acostumado com turistas na mesma situação. Destinos de aventura ou natureza, incluindo trilhas na programação, merecem uma atenção especial, reforça o médico do São Camilo: “A farmacinha não pode deixar de contar com gaze estéril, esparadrapo, antisséptico e algodão, para curativos simples, pomadas analgésicas e, claro, um relaxante muscular”.

Protetor solar e hidratantes

Não viajo mais sem spray de jato contínuo para lavar o nariz com soro. Em qualquer época do ano, me ajuda muito, mas especialmente nos dias secos do hemisfério norte. “O clima para onde se vai viajar também é importante. Em lugares com muito sol, o protetor solar é fundamental. Já em ambientes mais secos, spray nasal e colírios podem ser incluídos na bagagem, bem como protetores labiais em locais para dias de baixa temperatura”, afirma Piccirillo.

Prevenção contra covid

A vacinação avançou, mas a covid com suas variantes segue nos assombrando. Nunca é demais levar máscaras N95 para os voos e, ao menos, de tripla proteção para as saídas no destino. Complete o kit com um frasco pequeno de álcool em gel para manter à mão na bolsa – nem todo lugar oferece.

Emergência infantil

Quem tem filhos costuma manter em casa um kit básico de medicamentos que costuma incluir algo contra febre e xarope para tosse. A sugestão é perguntar ao pediatra que acompanha a criança se mais algum item deve ser acrescentado à lista antes de viajar. “Um termômetro é um item essencial, não só para os adultos, mas principalmente para as crianças, que muitas vezes não sabem dizer o que estão sentindo. Uma simples aferição da temperatura já pode dizer que algo está errado. Dê preferência para os termômetros digitais por serem mais práticos e de aferições rápidas”, ensina Piccirillo.

Medicamentos de uso contínuo

Seja adulto ou criança, é fundamental levar remédios de uso contínuo em quantidade suficiente para o período de viagem. Conte os dias e coloque esse tipo de medicamento na bagagem de mão, para evitar ficar sem ele se ocorrer extravio de mala. “Outro detalhe importante é manter os medicamentos na caixa original e ter a nota fiscal de compra”, recomenda o médico. Leve a receita escrita em inglês, explicando o motivo pelo qual usa aquele remédio. A dica é tomar todas as precauções possíveis, para o caso de ser questionado numa inspeção no aeroporto. Afinal, para que ter dor de cabeça?

A última coisa que um turista deseja na vida é ter sua viagem atrapalhada por algum contratempo de saúde. Pode soar um tanto absurdo afirmar isso, quando ainda enfrentamos uma das crises sanitárias mais severas do século. Mas eu me refiro àqueles probleminhas (assim mesmo, no diminutivo) que tiram o sono ou trazem literalmente dor de cabeça justo em um momento em que se busca por paz e sossego.

Em casos assim, a solução para o problema pode estar contida no fundo da mala, em uma nécessaire. Ter à mão uma farmacinha de viagem pode evitar um desvio no roteiro, seja para sair à caça de uma drogaria ou recorrer a um serviço médico local. Cabe ressaltar que não vai aqui nenhuma apologia à automedicação, pelo contrário. O velho slogan dos comerciais de remédio vale como regra: ao persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado.

“A automedicação não é uma prática recomendada e pode ter riscos sérios à saúde, por isso é preciso prudência”, reforça Thiago Piccirillo, clínico-geral da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. “No ambulatório de Clínica Médica do Hospital São Camilo Santana, temos um protocolo de atendimento para as pessoas que estão em programação de viagem para o exterior, que é ajustado de acordo com o local da viagem e tempo de permanência.”

O médico explica que “alguns medicamentos são liberados no Brasil, mas podem trazer problemas no exterior”. Um exemplo, diz ele, é a dipirona sódica, “muito usada no Brasil para dor e febre, porém de uso restrito em muitos países”. “Portanto, se for viajar, consulte o seu médico e peça indicações dos melhores remédios para você e sua família”, recomenda.

'Farmacinha'tem de ser preparada se levando em conta o local da viagem e o tempo de permanência Foto: Volodymir Hryshchenko/Unsplash.com

Eu mesma já me peguei em plena Eslováquia com uma irritação no olho que me obrigou a visitar um hospital. Foi um perrengue chegar até lá, pois tive de me entender com um taxista que só falava russo. Vencida a espera num ambiente do hospital que me lembrou o filme Adeus, Lenin!, recebi da médica, que falava inglês, o diagnóstico de conjuntivite. Acreditem, o antibiótico prescrito era basicamente o mesmo que eu tinha em casa, de uma outra ocasião. A partir daí, meu médico me autorizou a levar na farmacinha.

Alérgica, não saio de casa sem anti-histamínicos, acionados quando me deparo com quartos com sinais de umidade ou roupa de cama demasiadamente perfumada. Já lancei mão do artifício também em visitas a campos de flores e viagens na primavera, época em que o pólen nos maltrata lindamente.

“Na hora de viajar, muitas vezes vamos a lugares onde o acesso a farmácias é complicado, e é nessa hora que devemos ter um kit de primeiros socorros, a famosa ‘farmacinha’ portátil”, diz Piccirillo. “Existem alguns fatores que influenciam a preparação do kit ideal para cada viagem. Os principais que eu destacaria são: o lugar e suas particularidades, como clima e gastronomia; o tempo de duração da viagem; o uso de medicamentos contínuos; e, principalmente, o perfil familiar, com a presença de crianças.”

A seguir, selecionamos itens para você não esquecer de levar na sua próxima viagem. E não esqueça de fazer seguro-viagem, indispensável sempre.

Analgésicos e antitérmicos

Comum em viagens, a caminhada livre costuma cobrar um preço dos menos habituados a ela. Conheço muita gente que chega ao fim do dia com as pernas doloridas de tanto andar. Esgotamento que pode ser resolvido com descanso, óbvio, associado a um analgésico. “As medicações que chamaria de ‘primeira linha’, ou seja, indispensáveis para qualquer viagem, seriam os analgésicos e antitérmicos, uma vez que estamos sujeitos a inflamações e dores que podem surgir inesperadamente, como uma enxaqueca”, explica o clínico-geral da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Antigases e probióticos

“A ‘segunda linha’ de medicamentos que não podem faltar são os antigases, protetores para estômago e antieméticos (para náuseas e vômitos), e os probióticos, para casos de diarreia”, recomenda Piccirillo. Trocar a zona de conforto do ambiente doméstico por novos destinos implica conhecer diferentes realidades culinárias. O uso de ingredientes incomuns ao paladar pode trazer tanto prazer quanto estranhamento.

Curativos e pomadas

Outro componente importante é o band aid, aliado de calcanhares em contato permanente com calçados durante as viagens. Em Berlim, na Alemanha, tive de entrar numa apotheke (como eles chamam farmácia) para comprar um pacote de curativos. Saí de lá com adesivos próprios para bolhas, seguindo sugestão do vendedor, acostumado com turistas na mesma situação. Destinos de aventura ou natureza, incluindo trilhas na programação, merecem uma atenção especial, reforça o médico do São Camilo: “A farmacinha não pode deixar de contar com gaze estéril, esparadrapo, antisséptico e algodão, para curativos simples, pomadas analgésicas e, claro, um relaxante muscular”.

Protetor solar e hidratantes

Não viajo mais sem spray de jato contínuo para lavar o nariz com soro. Em qualquer época do ano, me ajuda muito, mas especialmente nos dias secos do hemisfério norte. “O clima para onde se vai viajar também é importante. Em lugares com muito sol, o protetor solar é fundamental. Já em ambientes mais secos, spray nasal e colírios podem ser incluídos na bagagem, bem como protetores labiais em locais para dias de baixa temperatura”, afirma Piccirillo.

Prevenção contra covid

A vacinação avançou, mas a covid com suas variantes segue nos assombrando. Nunca é demais levar máscaras N95 para os voos e, ao menos, de tripla proteção para as saídas no destino. Complete o kit com um frasco pequeno de álcool em gel para manter à mão na bolsa – nem todo lugar oferece.

Emergência infantil

Quem tem filhos costuma manter em casa um kit básico de medicamentos que costuma incluir algo contra febre e xarope para tosse. A sugestão é perguntar ao pediatra que acompanha a criança se mais algum item deve ser acrescentado à lista antes de viajar. “Um termômetro é um item essencial, não só para os adultos, mas principalmente para as crianças, que muitas vezes não sabem dizer o que estão sentindo. Uma simples aferição da temperatura já pode dizer que algo está errado. Dê preferência para os termômetros digitais por serem mais práticos e de aferições rápidas”, ensina Piccirillo.

Medicamentos de uso contínuo

Seja adulto ou criança, é fundamental levar remédios de uso contínuo em quantidade suficiente para o período de viagem. Conte os dias e coloque esse tipo de medicamento na bagagem de mão, para evitar ficar sem ele se ocorrer extravio de mala. “Outro detalhe importante é manter os medicamentos na caixa original e ter a nota fiscal de compra”, recomenda o médico. Leve a receita escrita em inglês, explicando o motivo pelo qual usa aquele remédio. A dica é tomar todas as precauções possíveis, para o caso de ser questionado numa inspeção no aeroporto. Afinal, para que ter dor de cabeça?

A última coisa que um turista deseja na vida é ter sua viagem atrapalhada por algum contratempo de saúde. Pode soar um tanto absurdo afirmar isso, quando ainda enfrentamos uma das crises sanitárias mais severas do século. Mas eu me refiro àqueles probleminhas (assim mesmo, no diminutivo) que tiram o sono ou trazem literalmente dor de cabeça justo em um momento em que se busca por paz e sossego.

Em casos assim, a solução para o problema pode estar contida no fundo da mala, em uma nécessaire. Ter à mão uma farmacinha de viagem pode evitar um desvio no roteiro, seja para sair à caça de uma drogaria ou recorrer a um serviço médico local. Cabe ressaltar que não vai aqui nenhuma apologia à automedicação, pelo contrário. O velho slogan dos comerciais de remédio vale como regra: ao persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado.

“A automedicação não é uma prática recomendada e pode ter riscos sérios à saúde, por isso é preciso prudência”, reforça Thiago Piccirillo, clínico-geral da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. “No ambulatório de Clínica Médica do Hospital São Camilo Santana, temos um protocolo de atendimento para as pessoas que estão em programação de viagem para o exterior, que é ajustado de acordo com o local da viagem e tempo de permanência.”

O médico explica que “alguns medicamentos são liberados no Brasil, mas podem trazer problemas no exterior”. Um exemplo, diz ele, é a dipirona sódica, “muito usada no Brasil para dor e febre, porém de uso restrito em muitos países”. “Portanto, se for viajar, consulte o seu médico e peça indicações dos melhores remédios para você e sua família”, recomenda.

'Farmacinha'tem de ser preparada se levando em conta o local da viagem e o tempo de permanência Foto: Volodymir Hryshchenko/Unsplash.com

Eu mesma já me peguei em plena Eslováquia com uma irritação no olho que me obrigou a visitar um hospital. Foi um perrengue chegar até lá, pois tive de me entender com um taxista que só falava russo. Vencida a espera num ambiente do hospital que me lembrou o filme Adeus, Lenin!, recebi da médica, que falava inglês, o diagnóstico de conjuntivite. Acreditem, o antibiótico prescrito era basicamente o mesmo que eu tinha em casa, de uma outra ocasião. A partir daí, meu médico me autorizou a levar na farmacinha.

Alérgica, não saio de casa sem anti-histamínicos, acionados quando me deparo com quartos com sinais de umidade ou roupa de cama demasiadamente perfumada. Já lancei mão do artifício também em visitas a campos de flores e viagens na primavera, época em que o pólen nos maltrata lindamente.

“Na hora de viajar, muitas vezes vamos a lugares onde o acesso a farmácias é complicado, e é nessa hora que devemos ter um kit de primeiros socorros, a famosa ‘farmacinha’ portátil”, diz Piccirillo. “Existem alguns fatores que influenciam a preparação do kit ideal para cada viagem. Os principais que eu destacaria são: o lugar e suas particularidades, como clima e gastronomia; o tempo de duração da viagem; o uso de medicamentos contínuos; e, principalmente, o perfil familiar, com a presença de crianças.”

A seguir, selecionamos itens para você não esquecer de levar na sua próxima viagem. E não esqueça de fazer seguro-viagem, indispensável sempre.

Analgésicos e antitérmicos

Comum em viagens, a caminhada livre costuma cobrar um preço dos menos habituados a ela. Conheço muita gente que chega ao fim do dia com as pernas doloridas de tanto andar. Esgotamento que pode ser resolvido com descanso, óbvio, associado a um analgésico. “As medicações que chamaria de ‘primeira linha’, ou seja, indispensáveis para qualquer viagem, seriam os analgésicos e antitérmicos, uma vez que estamos sujeitos a inflamações e dores que podem surgir inesperadamente, como uma enxaqueca”, explica o clínico-geral da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Antigases e probióticos

“A ‘segunda linha’ de medicamentos que não podem faltar são os antigases, protetores para estômago e antieméticos (para náuseas e vômitos), e os probióticos, para casos de diarreia”, recomenda Piccirillo. Trocar a zona de conforto do ambiente doméstico por novos destinos implica conhecer diferentes realidades culinárias. O uso de ingredientes incomuns ao paladar pode trazer tanto prazer quanto estranhamento.

Curativos e pomadas

Outro componente importante é o band aid, aliado de calcanhares em contato permanente com calçados durante as viagens. Em Berlim, na Alemanha, tive de entrar numa apotheke (como eles chamam farmácia) para comprar um pacote de curativos. Saí de lá com adesivos próprios para bolhas, seguindo sugestão do vendedor, acostumado com turistas na mesma situação. Destinos de aventura ou natureza, incluindo trilhas na programação, merecem uma atenção especial, reforça o médico do São Camilo: “A farmacinha não pode deixar de contar com gaze estéril, esparadrapo, antisséptico e algodão, para curativos simples, pomadas analgésicas e, claro, um relaxante muscular”.

Protetor solar e hidratantes

Não viajo mais sem spray de jato contínuo para lavar o nariz com soro. Em qualquer época do ano, me ajuda muito, mas especialmente nos dias secos do hemisfério norte. “O clima para onde se vai viajar também é importante. Em lugares com muito sol, o protetor solar é fundamental. Já em ambientes mais secos, spray nasal e colírios podem ser incluídos na bagagem, bem como protetores labiais em locais para dias de baixa temperatura”, afirma Piccirillo.

Prevenção contra covid

A vacinação avançou, mas a covid com suas variantes segue nos assombrando. Nunca é demais levar máscaras N95 para os voos e, ao menos, de tripla proteção para as saídas no destino. Complete o kit com um frasco pequeno de álcool em gel para manter à mão na bolsa – nem todo lugar oferece.

Emergência infantil

Quem tem filhos costuma manter em casa um kit básico de medicamentos que costuma incluir algo contra febre e xarope para tosse. A sugestão é perguntar ao pediatra que acompanha a criança se mais algum item deve ser acrescentado à lista antes de viajar. “Um termômetro é um item essencial, não só para os adultos, mas principalmente para as crianças, que muitas vezes não sabem dizer o que estão sentindo. Uma simples aferição da temperatura já pode dizer que algo está errado. Dê preferência para os termômetros digitais por serem mais práticos e de aferições rápidas”, ensina Piccirillo.

Medicamentos de uso contínuo

Seja adulto ou criança, é fundamental levar remédios de uso contínuo em quantidade suficiente para o período de viagem. Conte os dias e coloque esse tipo de medicamento na bagagem de mão, para evitar ficar sem ele se ocorrer extravio de mala. “Outro detalhe importante é manter os medicamentos na caixa original e ter a nota fiscal de compra”, recomenda o médico. Leve a receita escrita em inglês, explicando o motivo pelo qual usa aquele remédio. A dica é tomar todas as precauções possíveis, para o caso de ser questionado numa inspeção no aeroporto. Afinal, para que ter dor de cabeça?

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