As coisas não estão dando certo para Portugal em muitos aassuntos. Essa semana saíram os resultados de um estudo que diz que os portugueses estão trabalhando cada vez mais horas, colocando em risco a saúde e a família. Isso porque em Portugal é super bem visto ficar a trabalhar mais horas do que o estipulado no contrato - aliás, quem trabalha 'apenas' as 7h ou 8h previstas é claramente um mau profissional.
Isso tem se refletido num aumento de esgotamentos nervosos, depressões e consequentemente, tem colocado Portugal no topo dos maiores consumidores de psicotrópicos. As novas tecnologias, que fazem com que o trabalho nos entre pela casa dentro com os emails e whatsapps a toda a hora vieram piorar esse cenário e ninguém sabe bem o que fazer para travar o crescimento do fenômeno. Convido todo o mundo a ler mais sobre esse assunto aqui.
Aí veio um outro estudo: 29% dos portugueses acha que sexo sem consentimento pode ter justificativa. Por exemplo, se a pessoa está bêbada. Ou drogada. Ou se está vestida de forma "pouco própria". Ou se antes já se mostrou interessada. Ou se por acaso tiver relações com várias pessoas. Ou - para mim a melhor de todas - se andar sozinha na rua à noite. Conseguem entender a relação de causalidade? Eu ando sozinha à noite, logo aceito sexo. Ponto. Não é legal? E isso é o século XXI, queridas pessoas. Adiante, Portugal está acima da média europeia nesse ridículo que é haver quem ache que pode haver QUALQUER justificativa para sexo sem consentimento, o que me deixa não só triste como preocupada com as novas gerações: é sério? Como é que nós estamos educando os nossos jovens? Leiam mais sobre o assunto aqui.
E por fim, no seguimento das tristezas nacionais - como vêem, Portugal também consegue ter coisas horríveis - vêm os dados sobre a violência doméstica. Essa quinta-feira, 24, a agência de notícias Lusa revelou os dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vìtima (APAV): Entre 2013 e 2015 houve uma média DIÁRIA de 49 queixas de violência doméstica. Na maioria feitas por mulheres, mas com os homens já ocupando uma percentagem bastante significativa (14,03%). Se fizermos as contas a todas as queixas que NÃO chegam à APAV, podemos extrapolar e ter noção de que a essas 22 mil pessoas ajudadas pela Associação se juntam tantas outras que não pedem ajuda.
E é isso. Portugal está terminando 2016 de uma forma demasiado triste e nós, todos, precisamos de entender onde estamos falhando.
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