SÃO PAULO - A empresa sul-coreana ISMAKER anunciou na sexta-feira, 20, a suspensão do aplicativo SimSimi no Brasil. O app recebeu centenas de críticas de pais e da ONG Safernet Brasil por permitir o acesso de crianças a conteúdo considerado inadequado.
No comunicado, a ISMAKER afirmou que a decisão foi motivada pelo "significativo impacto negativo" que teve no Brasil. Embora tenha o download suspenso, o SimSimi ainda pode ser acessado por meio de seu site oficial, caso o usuário faça login com uma conta no Gmail ou no Facebook.
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O app simula um bate-papo entre o usuário e um personagem virtual. O conteúdo dessa conversa simulada é, contudo, colhido a partir de um banco de dados alimentado pelos próprios usuários, no qual é possível escrever uma pergunta e, ao mesmo tempo, indicar qual seria a resposta indicada.
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"Parece que alguns usuários brasileiros têm recentemente ensinado palavras maliciosas ao SimSimi. A maioria dessa palavras se relaciona a crimes, como assassinato e sequestro, contra crianças e seus familiares", escreveu a empresa sul-coreana em comunicado.
Embora seja recomendado para maiores de 16 anos, na quarta-feira, 18, o SimSimi permitiu que o Estado criasse um perfil falso para uma criança nascida em 2008. Ao utilizar o chatbot (espécie de bate-papo simulado com um sistema artificial), o app deu respostas sem sentido para algumas perguntas e eventualmente utilizou linguagem grosseira.
Mesmo quando a reportagem utilizou o filtro para palavrões, no menor nível possível (chamado de "quase nunca"), o aplicativo utilizou palavras de baixo calão em algumas situações e também fez referências a atos sexuais. Quando o Estado escreveu a pergunta "Você vai matar a minha mãe?", por exemplo, o app respondeu que "sim", e que o crime ocorreria naquele dia com o uso de uma tesoura. Na mesma conversa, questionado se utiliza drogas, o boneco do SimSimi respondeu que sim, principalmente quando mantinha relações sexuais.
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Preocupações. Em outros países, como Tailândia e Irlanda, o SimSimi chegou a ser alvo de críticas há alguns anos. No Brasil, contudo, os comentários negativos aumentaram no fim de 2017. Na última semana, a ONG Safernet Brasil publicou um texto aconselhando os pais a não permitirem que seus filhos utilizem o SimSimi.
"Enquanto o problema não for definitivamente resolvido, recomendamos aos pais e educadores que conversem com as crianças e adolescentes e desinstalem o aplicativo SimSimi dos tablets e smartphones", publicou a ONG.
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