By Marlene Birger AW16
House of Dagmar AW16
J. Lindeberg Women AW16
Chegou ao fim sexta dia 05/02 a semana de moda da Europa do Norte.
As cidades de Estocolmo e Copenhagen dividiram as apresentações de suas Fashion Weeks, com 3 dias cada.
As coleções nórdicas são apresentadas duas vezes por ano, o que já põe um deadline bem menos sufocante do que aquele do circuito fashion tradicional (Nova York - Londres - Milão - Paris) no que tange à produção e inventividade dos criadores.
Em parte porque indústria da moda, nos moldes como a conhecemos nos últimos 15 anos, ainda é relativamente nova por ali, mas também em parte porque a moda que produzem está de fato ancorada na cultura local.
Embora, devido ao clima, a moda da Europa do Norte tenha leves toques de figurino à la Game of Thrones, com muita sobreposições de formas e casacos peludos, a maior parte das coleções é bastante minimalista.
Não apenas as cores são neutras, mas os sapatos transitam entre feminino e masculino, as silhuetas são generosas, os tecidos são em sua maior parte naturais e a alfaiataria e o tricô dão a base a quase todas as produções.
Embora muitas marcas tenham buscado no surrealismo sua inspiração, é preciso lembrar que esse movimento artístico que, grosso modo, pretendia justapor sonho e realidade, trazendo o inesperado à tona, subvertia o sentido original dos objetos, buscando dar a eles um fundo psicológico; uma tentativa de tirar o homem de sua alienação. Surgido na década de 1920, era de maneira geral politicamente alinhado com as ideias revolucionárias comunistas da época.
Logo, o surrealismo pode ser visto como uma arte clean porque por trás do aparente exagero prevalecia a ideia de que no fim é possível colocar as coisas em seu devido lugar.
E é nisso que os nórdicos apostam: muitos tecidos e formas são capazes de atingir uma simplicidade elegante.
Busnel AW16
Altewaisaome SS16
Freya Dalsjø AW16
Quase todas as marcas mostraram coleções que tem tudo para durar mais de uma estação: a ideia de moda que representa um lifestyle, mais do que introduz uma novidade, é forte ali.
A moda feminina é quase toda embasada em formas e artigos que pretendem dar liberdade à mulher, mostrando que o feminismo está presente na cabeça de quem cria e no modo de se vestir da mulher escandinava.
Outro ponto interessante é a preocupação com o que é ecologicamente sustentável. A indústria fashion escandinava se define como "tendo por herança a manufatura", à frente de um movimento que tem tudo para tomar conta da moda nos próximos anos.
A página da Nordic Fashion Association - criada em 2008 pela associação entre Danish Fashion Institute, Finnish Textile and Fashion, Icelandic Fashion Council, Norwegian Fashion Institute, Swedish Fashion Council, The Sustainable Fashion Academy - tem como destaque uma iniciativa chamada Nice Fashion, cujo objetivo é coordenar a indústria da moda com as necessidades do meio ambiente. Há um curso on-line sobre vestuário sustentável, além de um guia sobre como produzir e consumir produtos têxteis de modo sustentável. Interessante para pensarmos e acrescentarmos na moda feita aqui.
Ainda que não circule entre as maiores da moda mundial, os europeus do norte precisam ser mais divulgados.
House of Dagmar AW16
House of Dagmar AW16
Whyred Man AW16
Whyred Man AW16
Maria Nilsdotter AW16