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Duas testemunhas de briga em parto já prestaram depoimento

Delegado colherá outros 13 depoimentos, incluindo médicos envolvidos na confusão que causou morte de bebê

Por Fabiana Marchezi e Maíra Teixeira
Atualização:

Duas testemunhas da briga entre dois médicos durante um parto no Hospital Municipal de Ivinhema, no Mato Grosso do Sul, foram ouvidas nesta sexta-feira, 26, pelo delegado Lupérsio Degerone Lucio, que investiga o caso. Uma delas é o médico que terminou o parto.

 

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A mãe que perdeu o bebê foi ouvida na quinta-feira, 25. Durante as investigações, o delegado vai colher pelo menos 13 depoimentos, incluindo os dos médicos envolvidos na confusão, que pode ter causado a morte da criança.

 

O caso aconteceu na última terça-feira, 23. Segundo o delegado, o médico Orozimbo Oliveira Neto, de 49 anos, realizava o parto normal na gestante, quando o plantonista do hospital, Sinomar Ricardo, de 68 anos, invadiu a sala de cirurgia discordando dos métodos utilizados pelo colega.

 

A equipe médica relatou ao delegado que os dois médicos trocaram socos enquanto a parturiente implorava que parassem de brigar. A briga teria iniciado porque Oliveira Neto teria feito todo o acompanhamento da gestante, mas o plantão seria de Sinomar Ricardo.

 

No momento em que o plantonista invadiu a sala, o bebê já estava 'coroando'. "Os laudos vão apontar se o confronto provocou um mal-estar na gestante, que impossibilitada de parir, teve alterações e, consequentemente, abortou, causando a morte do bebê", explica o delegado.

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Se ficar comprovada a relação de casualidade, os dois médicos vão responder por aborto doloso, com dolo eventual. "Isso significa que eles não queriam a morte do bebê, mas também não se importaram com a possibilidade de isso ocorrer." O delegado ressalta que vai colher o depoimento do médico que finalizou o parto e da mãe da criança morta.

 

Médicos foram demitidos

 

A Prefeitura Municipal de Ivinhema demitiu os dois médicos e colocou uma psicóloga à disposição da mãe do bebê. Em nota, a administração municipal informa as medidas tomadas para a apuração do caso. Foram elas: informar oficialmente (com cópia do boletim de ocorrência) o Conselho Regional de Medicina do Estado (CRM); instauração de apuração e auditoria médica municipal do Sistema Único de Saúde (SUS), para apurar os fatos administrativos.

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