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Memória, gente e lugares

Rock in Rio com Jorge Ben, Caetano Veloso e Roberto Carlos seria histórico

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Por Edmundo Leite
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 Foto: Estadão

Claro que o grande barato do Rock in Rio desde 1985 é reunir grandes atrações musicais gringas de sucesso na cidade mais legal do mundo para um festival desse. Mas, sem nacionalismo bobo, já chegou a hora de ter alguns gigantes da música brasileira dominando uma noite do palco principal do Rock in Rio. E o nome certo para fechar uma noite imaginária dessa magnitude seria Jorge Ben Jor.

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Se alguém se dispuser a fazer um levantamento talvez descubra quantas vezes 'Mais que Nada' e outras músicas do Jorge Ben já foram cantadas por artistas estrangeiros em todas as edições do Rock in Rio naquele tradicional momento de homenagem aos anfitriões. Nesta edição de 2022, Chris Martin, que em 2011 já havia cantado um trecho da música, chegou a dedilhar a introdução do hit jorgebenjiano no catártico show sob água do Coldplay.

'País Tropical' é outra de Jorge que também já foi usada no Rock in Rio para inflar o repertório alheio quando é preciso de um hit para chacoalhar multidão. Além dos dois hinos nacionais informais, Jorge tem um repertório que dispensa apresentações para agradar uma multidão no palco principal do festival.

Os outros shows dessa noite imaginária no Rock in Rio seriam de outros dois gigantes octagenários ainda disponíveis com disposição, hits pops e carisma suficientes para um público desse porte: Caetano Veloso e Roberto Carlos.

Se esse delírio é viável, só Roberto Medina e sua equipe podem responder. O Rock in Rio escala atrações amparado em muita pesquisa e uma longa experiência com o que o público jovem deseja ver. Mas, com o público adulto e idoso aderindo cada vez mais à experiência de assistir um festival desse porte e os jovens atuais mais abertos e ecléticos, pode ser uma surpresa interessante e mais um caminho para o Rock in Rio.

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Uma das dificuldades para a materialização desse delírio seria convencer os três artistas a mudar os repertórios e a formatação de seus shows. Para a coisa dar certo eles teriam que ceder naquilo que todo artista considera como mais sagrado - a presunção da concepção artística individual - e entender o quanto ganhariam se aceitassem submeter-se a produtores qualificados em preparar uma seleção especial de canções de suas grandes trajetórias para essa ocasião especial em vez de vir com o mesmo de sempre.

Caetano é o mais preparado para isso. Jorge arrebataria qualquer multidão sem alterar em nada os show que vem fazendo há anos, mas seria uma oportunidade e tanto de ser ainda mais grandioso e recolocar na roda muitos clássicos como 'Os Alquimistas Estão Chegando" e outras pérolas do disco 'Tábua de  Esmeralda', de 1974, queridíssimo pelas novas gerações.

E Roberto, se conseguisse deixar a marra de lado por causa dos direitos autorais que cedeu e outras questões pessoais, poderia fazer algo realmente histórico cantando "Quero que vá tudo pro Inferno", a música que mudou a sua vida e o curso da história do rock e da música no Brasil. E escreveria um novo capítulo na História do Rock in Rio.

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