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Estado de Ramos-Horta é 'grave, porém estável'

Médicos estão otimistas; presidente timorense deve passar por mais cirurgias.

Por Da BBC Brasil
Atualização:

Médicos na Austrália estão otimistas em relação ao estado de saúde do presidente do Timor Leste, José Ramos-Horta, depois que ele foi baleado em sua casa nos arredores da capital Dili. Ramos-Horta foi atingido por três tiros quando estava em sua casa, na manhã de segunda-feira, em um ataque liderado pelo líder rebelde Alfredo Reinado. Os médicos do hospital da cidade de Darwin, para onde Ramos-Horta foi transferido depois do ataque, afirmaram que o estado do presidente do Timor Leste é "grave, porém estável" e ele deverá ser submetido a pelo menos mais duas cirurgias. "Os médicos acreditam que a boa forma física de José Ramos-Horta e sua força mental foram fatores decisivos", disse o médico australiano Len Notaras, diretor do hospital, à BBC. Mas, para Notaras apesar do otimismo, "seria tolice ficarmos confiantes demais neste estágio". "Ainda é muito cedo. Desde a tentativa de assassinato se passaram pouco mais de 24 horas", afirmou. Danos no pulmão Ramos-Horta continua sob efeito de sedativos na Unidade de Terapia Intensiva no hospital de Darwin. O presidente passou por uma cirurgia de duas horas para cuidar de danos no pulmão causados pelos tiros. Foram retirados estilhaços e pedaços de balas de seu tórax. "Depois de perder esta quantidade enorme de sangue, a equipe médica acredita que ele tem muita sorte de estar vivo", disse Len Notaras à BBC. O ataque contra Ramos-Horta ocorreu por volta das 07h00 locais (20h00 de domingo em Brasília) e foi liderado por Alfredo Reinado, um conhecido líder rebelde no país. O presidente estava do lado de fora de sua casa, quando ouviu tiros e tentou retornar para dentro da residência. Foi durante este trajeto que ele teria sido alvejado por três tiros, um no abdômen e dois no peito. Reinado e outro integrante do seu grupo, ainda não identificado, foram mortos na troca de tiros. Reinado foi um dos protagonistas da onda de violência que varreu o país em 2006, após sua expulsão do Exército junto com outros 598 militares. Na ocasião, pelo menos 37 pessoas foram mortas em várias semanas de combates e mais de 150 mil timorenses foram obrigados a deixar suas casas. Estado de emergência O primeiro-ministro do Timor Leste, Xanana Gusmão, decretou toque de recolher e estado de emergência de 48 horas em todo o país depois do ataque contra o presidente. Gusmão também foi alvo de uma emboscada na segunda-feira de manhã quando saía de sua residência em direção ao Palácio do Governo. Ele escapou sem ferimentos. Seu veículo, junto com o de sua segurança pessoal, foi atingido por tiros, mas todos os ocupantes saíram ilesos. Gusmão anunciou nesta segunda-feira que Vicente Guterres, vice-presidente do Parlamento, assumiu a Presidência da República interinamente. Em um discurso transmitido pela televisão, Guterres afirmou que as manifestações públicas estão proibidas e que a polícia teria poderes para fazer buscas nas casas dos timorenses. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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