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Fala de tucano e 'cheiro de campanha' animam aliados

O que mais agradou foi o fato de Serra reafirmar valores e pontuar diferença em relação ao PT sem citar adversários

Por Christiane Samarco , Julia Duailibi e Silvia Amorim
Atualização:

O aplauso farto dos líderes do PSDB e de aliados do DEM e do PPS na despedida do governador José Serra traduziram bem a satisfação geral com o discurso em que ele assumiu que é pré-candidato a presidente sem mencionar uma só vez a palavra candidatura. "É uma largada forte na corrida presidencial, em que ele deixa claro dois valores que vão reger a campanha: gerência e decência", elogiou o líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen (SC), dizendo-se feliz por conta do "cheiro de campanha" no ar. "Serra disse tudo o que precisava ser dito, com sutileza e educação", emendou o presidente do PPS, Roberto Freire.Sorridente, Tasso Jereissati (PSDB-CE) parecia distante do senador angustiado que semanas atrás era um dos maiores críticos da demora de Serra em assumir a pré-candidatura. Bornhausen avaliou que já há um reconhecimento de que Serra está no "timing certo". "Se ele saísse atrás da procissão do Lula, seria mais um. Ele demorou e fez diferente, mas saiu melhor", observou.Valores. O que mais agradou aos políticos foi o fato de Serra ter reafirmado valores e pontuado a diferença em relação ao PT e ao governo atual sem citar os adversários. Para o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, ele fez um discurso "raro, especial e com notável equilíbrio".O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), elogiou a "animação" de Serra: "O importante é que ele começou empolgado e confiante." Nos cumprimentos, Serra era só sorrisos e gentilezas. O mais efusivo foi dedicado à senadora Katia Abreu (DEM-TO), cotada para vice na chapa tucana, pois saíra do hospital para a cerimônia. Na véspera, Serra telefonara à senadora para saber notícias sobre sua internação por intoxicação alimentar.Ao analisar a fala do pré-candidato, Guerra disse que o governador mostrou o que fez e como fez, além de ressaltar que não há loteamento de cargos no governo dele e que as prioridades são decididas com a interferência dos parlamentares. "Foi alusão objetiva à relação do Executivo com o Parlamento", afirmou.O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não foi à cerimônia. FHC explicou que havia participado de um almoço, em que discursou, e ainda teria um debate à noite. "Foi um limite físico", afirmou. "Mas liguei para José Serra avisando que não iria e lamentei muito." / COLABOROU FLÁVIA TAVARES

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