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Florianópolis não terá queima de fogos no próximo réveillon; entenda motivos

No ano passado, a prefeitura realizou um show pirotécnico de 15 minutos, instalando os fogos em balsas na baía norte. Gestão municipal diz buscar outras atrações artísticas

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

A prefeitura de Florianópolis, um dos principais destinos turísticos de Santa Catarina e do País, decidiu realizar o próximo réveillon sem a tradicional queima de fogos. De acordo com o município, a decisão levou em conta o problema causado pelos estampidos a pessoas autistas, com hipersensibilidade auditiva e aos animais. A cascata de fogos na ponte pênsil Hercílio Luz, cartão postal da cidade, será mantida por não produzir barulho.

No ano passado, a prefeitura realizou um show pirotécnico de 15 minutos, instalando os fogos em balsas na baía norte. O espetáculo encantou turistas, mas houve reclamações sobre o barulho. Em nota, a prefeitura informou que o município busca alternativas para substituir o show de fogos por outras atrações na virada de 2023 para 2024. Uma das possibilidades é ampliar o número de shows e eventos artísticos.

A cascata de fogos na ponte pênsil Hercílio Luz, cartão postal da cidade, será mantida por não produzir barulho Foto: Prefeitura de Florianópolis

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O prefeito Topázio Neto (PSD) disse, em redes sociais, que a decisão foi tomada após muita reflexão. “Não vejo um réveillon saudável provocando crises em pessoas e animais. Acho que podemos buscar alternativas. Já tentamos fogos com menos barulho no passado, mas não funciona muito bem”, afirmou. Ao suspender a queima de fogos, a prefeitura estima uma economia de R$ 3 milhões no próximo réveillon.

No réveillon do ano passado, várias capitais brasileiras proibiram os fogos com estampido, entre elas Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza, Goiânia e Macapá. Em maio deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os municípios brasileiros podem proibir por lei municipal a soltura de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos.

O caso chegou ao Supremo depois que a prefeitura de Itapetininga, no interior de São Paulo, editou lei municipal proibindo a soltura de fogos de artifício e artefatos com estampidos em toda a área urbana. A lei foi questionada no Tribunal de Justiça de São Paulo, mas a corte paulista a manteve.

A decisão do STF, embora em caso específico, é de repercussão geral, ou seja, deve ser seguida pelas demais instâncias da Justiça. Os ministros seguiram o voto do relator, ministro Luiz Fux, para quem a proibição de fogos com estampido é adequada e proporcional, pois busca evitar os malefícios causados pelos efeitos ruidosos da prática a pessoas com hipersensibilidade, crianças, idosos, pessoas com deficiência, além dos animais.

Fux ressaltou que a lei não colide com o exercício de atividade econômica, pois restringe apenas artefatos ruidosos, continuando liberados os shows pirotécnicos silencios.

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