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Em Porto Alegre, baratas invadem ruas do centro após inundação

Nível do Rio Guaíba bateu recorde (5,18 metros) entre a noite de sexta-feira, 3 e a manhã deste sábado, 4; Estado enfrenta seu pior desastre climático, com 55 mortos e 74 desaparecidos

Foto do author Renata Okumura
Por Renata Okumura
Atualização:

Após o registro de alagamento do centro histórico de Porto Alegre, em razão da elevação das águas do Rio Guaíba, moradores da capital gaúcha também têm relatado o aparecimento de baratas em ruas da região. Os insetos saíram dos bueiros e tomaram as ruas e as paredes dos imóveis.

Após inundações, baratas invadem ruas de Porto Alegre. Foto: Reprodução/X (antigo Twitter)/@Geminiano_02

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O nível do Guaíba bateu recorde (5,18 metros) entre a noite de sexta-feira, 3 e a manhã deste sábado, 4. É a maior marca já registrada na capital gaúcha, superando a cheia histórica de 1941, com 4,76 metros.

O Estado enfrenta seu pior desastre climático, com 55 mortos e 74 desaparecidos. Outras 107 pessoas também ficaram feridas. Há dificuldades de acesso em vários locais, que ficaram ilhados, e é necessário recorrer a barcos e aeronaves para resgates.

Segundo balanço divulgado na noite deste sábado, já são 317 dos 497 municípios gaúchos impactados. A situação de alerta continua em todo o Rio Grande do Sul até este domingo, 5. O temporal avança agora por Santa Catarina e Paraná - houve três mortes nos dois Estados.

Com a inundação do Guaíba, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) afirma que foi necessário suspender as operações de quatro das suas seis estações de tratamento de água neste sábado, 4. Também há registro de falta de luz em diversos pontos, o Aeroporto Salgado Filho está fechado e bloqueio em vários acesso terrestres à capital.

Ao longo do dia, o prefeito Sebastião Melo (MDB) fez apelos para que os moradores saíssem das áreas de risco e economizassem água. Já o governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), disse que o Rio Grande do Sul vai precisar de um “Plano Marshall” para se reconstruir após o desastre, em referência ao plano de apoio capitaneado pelos Estados Unidos para reerguer a Europa Ocidental após a Segunda Guerra Mundial, que terminou em 1945.

Para especialistas, a localização geográfica torna o Rio Grande do Sul propício a fenômenos como esse temporal. Mas a intensidade e a recorrências desses eventos extremos é agravada pelo aquecimento global, o que torna a crise gaúcha um prenúncio da crise climática que deve se agravar no País.

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Em setembro do ano passado, a passagem de uma tempestade acompanhada de um ciclone extratropical já havia deixado 54 vítimas na região do Vale do Taquari (RS).

No Brasil, os cientistas alertam que a elevação das temperaturas do planeta vai causar consequências diversas, como aumento da seca no Centro-Oeste e deterioração da Amazônia, que sofre com desmate e queimadas.

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