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Incêndio dentro de presídio em Belém mata 6 e deixa 27 feridos

De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará, o fogo foi ateado por presos que tinham problemas de convivência com outros detentos

Por Gabriela Azevedo
Atualização:

Atualizada às 22h10

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BELÉM - Um incêndio provocado por presos do Centro de Detenção Provisória do Distrito de Icoaraci, em Belém, no Pará, deixou nesta quarta-feira, 9, seis mortos e 27 feridos, com queimaduras de diversos graus. Por volta das 18h, os encarcerados da cela 25, onde ficavam 32 homens - a capacidade era de 30 -, atearam fogo a colchões e lençóis.

De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), os seis mortos acreditaram que havia um motim se instalando no centro quando ouviram os demais presos batendo nas celas vizinhas. Para tentar se proteger, os detentos, que já tinham problemas de convivência com outros presos, e com medo de que viessem atrás deles, formaram a barricada de fogo. O incêndio então se alastrou para dentro da cela.

Jairo Coutinho da Silva, Marinaldo da Silva, Alexandre Souza da Silva, Emerson Valcacio e Ednaldo Guerreiro morreram na hora, provavelmente de asfixia - a perícia nos corpos ainda seria feita.

Em nota, o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE) informou que, entre os pacientes graves recebidos na instituição, um não resistiu às queimaduras e morreu com mais de 90% do corpo queimado. Outros 11 pacientes tinham quadro gravíssimo e quase 100% do corpo queimado e continuavam, até a noite desta quarta, respirando com a ajuda de aparelhos. Eles estão internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital.

Um inquérito será aberto pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil para apurar as circunstâncias do incêndio, que foi controlado pelo Corpo de Bombeiros.

"Trata-se de uma situação triste, provocada pelos próprios internos, que só não teve resultados ainda piores por causa da pronta atuação dos agentes penitenciários no combate ao incêndio e na atuação rápida do Corpo de Bombeiros", afirmou o superintendente da Susipe, André Cunha. "Os presos da cela 25 são os que trabalham na unidade prisional, em serviços gerais na cozinha e limpeza, e ainda os internos que têm problemas de convivência com outros presos da casa penal. Esses detentos, ao ouvir os demais presos batendo nas celas do pavilhão carcerário principal, julgaram tratar-se de um princípio de motim, o que, na verdade, não aconteceu", completou o superintendente.

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