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Investir em espaços públicos traz retorno em vendas

Antes de lançarem empreendimentos, construtoras revitalizam praças, ruas e embelezam a vizinhança

Por Renata Gama
Atualização:

Um parque ou praça bem cuidados contribuem para o bem-estar da população do entorno. Além de embelezarem as áreas urbanas e neutralizarem a aridez, muitos tornam-se importantes espaços de convivência social e práticas de esportes. Isso se reflete no valor dos imóveis. Bairros com áreas verdes tendem a ser mais desejados. Os empreendedores do mercado imobiliário, é claro, sabem disso. Tanto que, ao lançarem novos condomínios, muitas vezes costumam investir antes na região. "Quase todos os nossos projetos revitalizam algo na vizinhança. Quando tem áreas verdes ou parques, a gente adota", afirma Fábio Romano, diretor-comercial da Company. Quando não há, revitalizam calçadas ou reurbanizam ruas. "A Prefeitura não tem condições de cuidar de todas essas áreas. É importante que empreendedores que estão desenvolvendo participem." Ao assumirem um custo que, a princípio, deveria ser do poder público, essas empresas fazem um investimento que traz retorno em várias frentes: na valorização do local, na imagem corporativa e na política de boa vizinhança. "Tem todo o lado de embelezamento e tem o lado institucional também", afirma o executivo. Por entender que a construção de um prédio provoca impactos no entorno e incômodo aos vizinhos, a estratégia da empresa é se aproximar deles. "A gente está entrando naquele local. São dois anos que os vizinhos têm de conviver com ruídos, entulho, muita coisa. Eles passam sempre por um certo sofrimento." Por isso, a iniciativa às vezes extrapola a esfera do espaço público e entra nas residências. "A gente se oferece para pintar as fachadas. E eles aceitam. É um botox que a gente faz nos vizinhos", brinca. A atitude simpática pode conquistar futuros compradores. Segundo dados da construtora, cerca de 60% das vendas são feitas para pessoas que moram de um a dois quilômetros de distância do local do lançamento. JARDIM SUL No mesmo terreno de 160 mil metros quadrados onde implantou o Shopping Jardim Sul, a construtora Camargo Corrêa criou o conjunto de condomínios Arquitetura de Morar. Mas antes teve de urbanizar toda a área. Abriu ruas, praças, parques. Tudo público. Entre eles, são levantados os prédios. Como a própria construtora assumiu os custos, aplicou ali materiais nos mesmos padrões dos empreendimentos. Os pisos das ruas e calçadas absorvem a água das chuvas. Nas trilhas e passeios ao ar livre, há equipamentos de ginástica para uso público. O investimento foi de R$ 6 milhões. "Valorizou muito. Deu vida aos terrenos baldios", afirma Maurício Barbosa, diretor de incorporação da construtora. Já a incorporadora Klabin Segall doou à Prefeitura um terreno em Santana, zona norte, onde existe um bosque para que seja aberta uma área verde pública. Segundo o diretor de marketing da empresa, Paulo Porto, a incorporadora ainda vai se comprometer com a implantação e manutenção da área. Na Barra Funda, zona oeste, está promovendo a reurbanização de calçadas.

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