Na volta do Guarujá, muita tranquilidade

Família faz em 1h10 percurso no qual já gastou 5 horas

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Por Edison Veiga e GUARUJÁ
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Só a mais otimista das previsões diria que o investigador de polícia Neimar Luís de Carvalho, de 38 anos, teria um retorno tão tranquilo a São Paulo, ontem, após passar o feriadão no Guarujá. Em 1 hora e 10 minutos, ele fez o percurso de cerca de 90 quilômetros, Via Rodovia Anchieta, do apartamento de sua família, na Praia do Tombo, até a residência, no Tucuruvi, na zona norte. "Já houve ano em que levei 5 horas", lembra, com a autoridade de quem passa o réveillon na praia há 25 anos. "Só deixamos de ir na virada de 2001 para 2002, quando nossa filha tinha menos de 30 dias", comenta a mulher, a bancária Patrícia de Almeida Pires Carvalho, de 32 anos. A filha a que ela se refere é Júlia, a primogênita do casal. Em 2004, nasceu a mais nova, Fernanda. E essa simpática dupla cedeu um espaço no banco de trás da Parati da família para que a reportagem do Estado pudesse acompanhar o retorno, no fim da manhã de ontem. Com tererê novinho - feito na feirinha da Praia das Astúrias, onde a família adora saborear churros e comprar miudezas -, as duas comportaram-se bem, apesar da visível cara de sono. Júlia entretinha-se com um minigame moderno, o PSP. A caçula Fernanda preferia um DVD player portátil, em que assistiu a um vídeo infantil da Xuxa e ao desenho animado Caillou. Pois é. Em tempos hi-tech, pais abençoam esses pequenos aparatos, muitas vezes a garantia de uma viagem sem sobressaltos, brigas, reclamações ou a famosa e irritante perguntinha exaustivamente repetida: "Tá chegando?" No meio do caminho, as meninas decidiram trocar a diversão. No DVD player, Júlia substituiu a Xuxa pela Pequena Sereia, da Disney. "Mãe, posso tirar a sandália?", perguntava Fernanda, já ficando descalça antes mesmo de ouvir o consentimento de Patrícia. Alheio às distrações das crianças, Neimar queixava-se do "absurdo cobrado pelos pedágios" - R$ 17,00 na ida e R$ 8,00 na volta - e explicava que preferia subir pela Anchieta, em vez da Imigrantes. "Eu sempre me dei bem por aqui", diz. "Acho uma boa opção para quem é da zona norte." O feriadão de fim de ano foi o primeiro em que a família aproveitou o apartamento do Guarujá. Metade das coisas - muitas roupas e a bicicleta, por exemplo - não retornou a São Paulo. "Eu devo voltar amanhã (hoje) ou terça, porque tenho ainda 15 dias de férias", conta. "Patrícia retorna ao trabalho amanhã (hoje), mas desce para o Guarujá no fim de semana." E até a Páscoa quase todo sábado será dia de pegar a estrada de volta ao litoral. Com um motivo a mais. "Comprei uma prancha no ano passado e agora voltei a surfar", diz Neimar, que não pegava onda desde a adolescência. COLABOROU REJANE LIMA

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