Para defensor de viúva, soltar acusado de matar Glauco foi um crime

Advogado chegou a cogitar pedir proteção policial para a mulher do cartunista em agosto de 2013, quando soltura de Cadu foi divulgada

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Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, acusado de matar o cartunista Glauco, é preso Foto: Divulgação/Polícia Militar

SÃO PAULO - O advogado Alexandre Khuri Miguel, que defende os interesses de Beatriz Galvão - mulher de Glauco Vilas Boas e mãe de Raoni - fez críticas à Justiça pela soltura de Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, e se referiu ao novo episódio como “uma tragédia anunciada”.

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O advogado responsabilizou a família de Cadu pelo crime, uma vez que foram, segundo ele, os familiares que buscaram garantir na Justiça a avaliação de que Cadu não oferecia riscos à sociedade. “A responsabilidade é da família dele (Cadu), que assumiu a responsabilidade pelo rapaz, e de quem o mandou soltar”, referindo-se à juíza Telma Aparecida Alves, da 4.ª Vara de Execuções Penais. 

“Dissemos, na época, que assinar essa soltura era como assinar um atestado de óbito. Vão entender agora que ele não é um louco. É um assassino frio e cruel. Quem o soltou deveria responder por dolo eventual, quando a pessoa assume o risco de cometer determinado ato. Soltá-lo foi um crime”, disse o defensor.

O defensor chegou a cogitar pedir proteção policial de Beatriz à Justiça em agosto do ano passado, quando a soltura de Cadu foi divulgada. A mulher de Glauco continua morando na mesma casa, em um condomínio de Osasco, na Grande São Paulo, em que ocorreu o duplo homicídio cometido por Cadu. Segundo o advogado, ela não vai comentar o novo caso. O local é o endereço de uma comunidade voltada às celebrações religiosas do Santo Daime. 

“Ela nunca ficou sozinha. A casa fica em uma comunidade, onde há mais pessoas com ela o tempo todo”, afirma Miguel. 

Segurança. Já o próprio defensor, que atuou para tentar garantir a permanência de Cadu no presídio de Goiânia, disse ter adotado medidas para evitar uma aproximação do rapaz, classificado como esquizofrênico. “Já cheguei até a mostrar a foto dele para os seguranças que trabalham comigo, porque tudo poderia se esperar desse rapaz”, afirmou Miguel.

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