Uma fábrica de coque e carvão que fornecia calor e energia a 710 mil casas e 5 mil hotéis foi a última instalação considerada altamente poluente a abandonar o distrito urbano de Pequim, para garantir Jogos Olímpicos livres de poluição. Segundo informou nesta sexta-feira o Comitê Organizador de Pequim-2008 (Bocog), a cidade ficará, assim, livre de 4,3 bilhões de metros cúbicos de emissões poluentes, conseqüência da queima anual de 2,96 milhões de toneladas de carvão. A indústria fornecia energia às embaixadas, a Zhongnanhai (sede do governo) e aos hotéis de luxo desde os tempos do ditador Mao Tsé-tung. "Ela foi fundada por necessidades ambientais e fechada também por necessidades ambientais", disse um alto funcionário da fábrica, quase um mito na China. A sua atividade se manteve durante 47 anos, não parando sequer no terremoto de Tangshan, o terceiro pior da história. Pequim prometeu Jogos Olímpicos Verdes. Em 2002, a administração municipal estabeleceu um plano operacional para transferir todas as empresas poluentes para longe da cidade. O maior desafio é fazer os visitantes verem Pequim como uma cidade livre de poluição. Normalmente, a capital é coberta por uma densa nuvem cinza.