Prefeitura assume bondinhos

Após acidente, Estado do Rio deixa de controlar o serviço

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Por Clarissa Thomé
Atualização:

Depois do acidente que deixou uma pessoa morta e oito feridas, o governo do Estado decidiu passar para a prefeitura do Rio a administração dos bondinhos de Santa Teresa, tradicional meio de transporte do bairro turístico. "Pela natureza do serviço, não tem cabimento ficar com o Estado, mas sim com a cidade", afirmou o governador Sérgio Cabral, que participou da abertura do Congresso Nacional de Hotéis com o prefeito Eduardo Paes, onde acertaram a transferência. A Secretaria Estadual de Transportes vai contratar ainda, por ordem do governador, uma consultoria independente para inspecionar as condições dos freios dos bondes. Segundo testemunhas do acidente, o sistema deixou de funcionar depois que um táxi bateu no veículo, que perdeu a direção. As modificações tecnológicas nos novos trens já vinham sendo questionadas pela Associação de Moradores de Santa Teresa (Amast). Em novembro, a entidade entrou com uma ação na Justiça Federal, questionando o novo sistema. Os moradores temem que as mudanças possam afetar a estrutura da linha de bondes e dos Arcos da Lapa, ambos tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. "Os bondes foram modificados sem estudos rigorosos, na base da tentativa e erro. Tivemos acidentes com os próprios funcionários, um deles chegou a ter fratura exposta", afirmou o advogado Abaeté Mesquita, que defende a associação e reside no bairro. CONTESTAÇÃO O diretor de Engenharia da Secretaria de Estado dos Transportes, Fábio Tepedino, contestou os argumentos da Amast, de que a falha no sistema de freios causou o acidente. "O bonde não perdeu o freio, como foi sugerido. Na verdade, o bonde acionou o freio de emergência numa subida pesadíssima e ele derrapou. Tudo vai ser apurado na auditoria. Nós não queremos esconder nada", afirmou. Segundo o diretor, o bonde utiliza um sistema de freio "consagrado mundialmente", desenvolvido pela empresa Knorr-Bremse.

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