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Promotora recorre da absolvição de dois investigadores

Por Agencia Estado
Atualização:

A Promotoria recorreu nesta terça-feira da absolvição dos investigadores de polícia Maldinei Antonio de Jesus e Miguel Antonio Costa, acusados de extorsão mediante seqüestro. O recurso é da promotora Marcia de Holanda Montenegro contra a sentença do juiz Marcelo Semer, da 29ª Vara Criminal. Segundo o juiz - que faz parte da Associação dos Juízes para a Democracia - a absolvição foi concedida por falta de provas. Os policiais, que trabalhavam no distrito policial do Jardim Mirna, na zona sul de São Paulo, foram acusados pelo Ministério Público de extorquir R$ 1,5 milhão de Flásio Trindade de Souza e de terem seqüestrado quatro parentes dele. Roubo Souza é um dos participantes do roubo de R$ 37 milhões do Banespa, em julho de 1999. Os policiais negaram as acusações. Na denúncia, a promotora relata que, quando souberam que Souza fora um dos assaltantes, os policiais prenderam familiares do ladrão e exigiram sua presença. Ele apareceu, teria entregue R$ 500 mil aos investigadores e foi liberado. Depois, os policiais quiseram o restante do dinheiro, enterrado pelo ladrão no quintal da casa de uma sobrinha, no Bosque da Saúde. Advogado assassinado O advogado Fuad Rassul, que defendia Souza e denunciou os policiais à Corregedoria da Polícia Civil, foi assassinado a tiros durante as apurações. Rassul era uma das testemunhas no processo. Ele acusara os investigadores do seqüestro de uma irmã, uma prima, de uma cunhada e do marido dela. O filho de Rassul, que prometera apurar a morte do pai, também foi assassinado. Os casos não foram esclarecidos. No recurso, a promotora relata que as provas no processo "são mais que suficientes" para condenar os réus. "Mas o juiz preferiu desprezar o conjunto probatório dos autos, com indícios veementes da real ocorrência dos crimes de extorsão mediante seqüestro e de serem os réus autores."

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