"Políticas públicas para a população surda estão longe da realidade"

Ricardo Guimarães, advogado e um dos colaboradores da Semana da Acessibilidade Surda, iniciativa com várias atividades na cidade de São Paulo, entre 20 e 30 de setembro, fala ao #blogVencerLimites sobre as barreiras para pessoas surdas no mercado de trabalho e a falta de entendimento do poder público sobre as reais demandas da comunidade surda. "Mesmo com a primeira-dama e a secretária nacional defendendo a causa, há muito que precisa ser feito".

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Por Luiz Alexandre Souza Ventura


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"As políticas públicas voltadas para a população surda não estão adequadas às reais necessidades dessa população. Em outras palavras, essas políticas públicas existem, mas a realidade é outra.", afirma o advogado Ricardo Guimarães, colaborador e participante da I Semana da Acessibilidade Surda (SAS), que começa nesta sexta-feira, 20, e vai até o dia 30, com diversas atividades na cidade de São Paulo (consulte a programação completa).

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"Existe, por exemplo, uma exigência no momento da contratação da pessoa surda, assim como de outras pessoas com deficiência, mas os empregadores ainda precisam entender melhor essas necessidades, caso a caso, oferendo condições para realmente incluir a pessoa com deficiência", diz o especialista.

"Mesmo com a primeira-dama (Michelle Bolsonaro) e a secretária nacional (Priscilla Gaspar, que é surda) defendendo a causa, há muito que precisa ser feito", destaca Guimarães.


Descrição da imagem #pracegover: Imagem oficial da Semana da Acessibilidade Surda com vários frames de pessoas fazendo diferentes sinais em Libras. Crédito: Reprodução / semanadacessibilidadesurda.com.br.  Foto: Estadão


A Semana da Acessibilidade Surda foi criada para incentivar empresas e prestadores de serviços a entenderem a importância do atendimento acessível aos surdos, proporcionando autonomia e comunicação facilitada.

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"O projeto quer ampliar o olhar da população para com os surdos", diz Millena Machado, idealizadora da campanha. "Igualmente importante será observar a interação entre ouvintes e surdos durante as ações, que vão reforçar a Libras (Língua Brasileira de Sinais) como segundo idioma oficial em nosso País, ressalta.

COMO SERÁ - Representantes oficiais da campanha #surdoehquemfala formam grupos de profissionais que levam informação para ouvintes. O grupo é chamado de 'Trio da Empatia', composto por intérprete de Libras, fonoaudiólogo e uma pessoa surda, oralizada ou sinalizada.

Esse trio vai auxiliar estabelecimentos comerciais a receberem surdos de forma amigável e comunicativa e também a abordar de forma envolvente os ouvintes. Além de ensinar sinais básicos de Libras para atendentes, orientam sobre como facilitar a leitura labial.

Ações de prevenção sobre perda auditiva vão medir com um decibelímetro (real ou por APP) o som que sai dos smartphones de pessoas ouvintes, destacando os limites de exposição a ruídos, conforme dados de duas tabelas, de um audiograma e de informações sobre saúde ocupacional (Nioshi).


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Uma das atividades centrais da será feita na quinta-feira, 26 de setembro, na unidade do Rei do Mate que fica na Avenida Paulista, nº 2.001. Quem usar a Língua Brasileira de Sinais para se comunicar com os atendentes terá 50% de desconto em qualquer pedido.

A meta é conscientizar a população sobre a importância do atendimento e da comunicação em Libras. "A Semana da Acessibilidade Surda e um avanço entre as iniciativas que têm sido realizadas para os surdos", observa Antônio Carlos Nasraui, CEO do Rei do Mate.



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