Apêndice e amígdalas são órgãos linfoides, ou seja, compõem parte do sistema imunológico. No entanto, têm uma importância modesta no organismo. A recorrência de amigdalites ou apendicite - causada por infecção - é um dos motivos que levam médicos a optar pela remoção. Contudo, alguns estudos evidenciam que a retirada destes dois órgãos podem ter efeitos moderados em longo prazo sobre o sistema imunológico, alterando o risco para doenças autoimunes, por exemplo.
"Dada as forte evidências biológicas e epidemiológicas interligando a inflamação com a doença cardíaca coronária, pode-se antecipar que a remoção cirúrgica de amigdalas e apêndice, com os seu consequentes efeitos sobre a imunidade, também pode ter um efeito de longo prazo sobre a doença coronariana", diz Imre Janszky, pesquisador do Departamento de Saúde Pública do Instituto Karolisnka, em Estocolmo.
O estudo, publicado hoje no European Heart Journal, analisou os registros nacionais de saúde de cada cidadão sueco nascido entre 1955 e 1970, identificando quem teve amigdalas ou apêndice removido. Estes indivíduos foram então acompanhados durante uma média de 23,5 anos para a verificação cruzada de ataques cardíacos fatais e não fatais (infarto agudo do miocárdio).
Os resultados mostram que estes casos tiveram maior prevalência de infarto agudo do miocárdio do que os casos de controle. A explicação para os dados pode estar no fato de que a retirada dos órgãos linfoides secundários afeta vários aspectos da atividade imunológica - incluindo a diminuição de imunoglobulinas.
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