Duas unidades de conservação em áreas de conflito

Regiões no oeste do Pará, marcadas pela grilagem e corte ilegal de madeiras, terão adminstração do governo federal

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governo federal anunciou a criação de duas novas unidades de conservação em algumas das áreas mais conflituosas da Amazônia, no oeste do Pará. A que promete mais polêmica é a Reserva Extrativista (Resex) Verde para Sempre, em Porto de Moz, um conhecido campo de batalha de madeireiros, autoridades e organizações ambientalistas. Outra é a Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio, que fica mais isolada ao sul, mas também sofre forte pressão de ocupação. Juntas, elas somam 2 milhões de hectares de área protegida. "É uma conquista histórica na agenda de preservação ambiental", disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. A região é conhecida pela grilagem de terras e pela extração ilegal de madeira. Apreensões Porto de Moz, na confluência dos Rios Xingu e Amazonas, é palco freqüente de grandes apreensões e conflitos entre Ibama e madeireiros. "O primeiro passo importante é que o Estado se apropria institucionalmente desses territórios", disse a ministra Marina. "Outro é que quando se cria uma unidade de conservação o Estado é obrigado a se fazer presente em várias estruturas que essas comunidades ainda não têm, como escola e saneamento básico." As reservas extrativistas são unidades de conservação nas quais os moradores tradicionais ficam responsáveis pelo gerenciamento e pelos direitos de exploração dos recursos naturais. Na Resex Verde para Sempre, que ocupa 1,3 milhão de hectares, vivem cerca de 15 mil pessoas, segundo o Ministério do Meio Ambiente. A maioria sobrevive da extração de borracha, castanha, copaíba, andiroba e outros produtos da floresta, além da pesca e agricultura de subsistência. Já Riozinho do Anfrísio, com 736 mil hectares, abriga menos de 50 famílias. Costumava ser 200, mas a maioria foi expulsa ou abandonou a terra sob ameaça de madeireiros e grileiros.

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