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Índia lança satélite para estudar o Sol após um pouso bem-sucedido na Lua

Objetivo é estudar os ventos solares, que podem causar perturbações na Terra; a longo prazo, os dados podem ajudar a entender melhor o impacto do Sol sobre os padrões climáticos terrestres

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Por Redação
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A Índia lançou sua primeira missão espacial para estudar o Sol neste sábado, 2, menos de duas semanas depois de uma bem-sucedida missão sem tripulação aterrissando próximo à região polar sul da Lua.

A espaçonave Aditya-L1 decolou a bordo de um veículo lançador de satélites do centro espacial de Sriharikota, no sul da Índia, para estudar o Sol a partir de um ponto a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra, conhecido como L-1.

A espaçonave Aditya-L1 decolou a bordo de um veículo lançador de satélite do centro espacial em Sriharikota, Índia, neste sábado, 2, rumo ao Sol em nova viagem da Indian Space Research Organisation.  Foto: Indian Space Research Organisation/Via AP

A espaçonave está equipada com sete cargas úteis para estudar a coroa solar, a cromosfera, a fotosfera e o vento solar, informou a Organização de Pesquisa Espacial da Índia (ISRO).

“O primeiro observatório solar da Índia iniciou sua jornada até o destino do ponto L1 Sol-Terra”, publicou a ISRO na plataforma X, antigo Twitter.

O satélite deve levar 125 dias para chegar ao ponto L1.

Primeiro país a pousar uma espaçonave perto do polo sul da Lua

No dia 23 de agosto, a Índia realizou uma viagem histórica a um território desconhecido que, segundo os cientistas, pode conter reservas vitais de água congelada. Depois de uma tentativa fracassada de pousar na Lua em 2019, a Índia se juntou aos Estados Unidos, à União Soviética e à China como apenas o quarto país a atingir esse marco.

Jitendra Singh, ministro júnior de ciência e tecnologia da Índia, elogiou os funcionários da ISRO por seu trabalho no lançamento. “Parabéns, Índia. Parabéns à ISRO”, disse ele, na sala de controle da organização.

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“O estudo sobre o Sol, combinado com o pouso bem-sucedido da Índia na Lua, mudaria completamente a imagem da ISRO na comunidade mundial”, disse Manish Purohit, ex-cientista da organização de pesquisa.

O Aditya-L1 estava se dirigindo para o ponto L1 do sistema Terra-Sol, que proporciona uma visão ininterrupta do Sol, disse a ISRO. “Uma vez instalado, o satélite forneceria um aviso confiável de um ataque de partículas e radiação provenientes do aumento da atividade solar, com o potencial de derrubar as redes de energia na Terra, disse B.R. Guruprasad, um cientista espacial, em um artigo publicado no jornal The Times of India.

O alerta avançado pode proteger os satélites que são a espinha dorsal da estrutura econômica global, bem como as pessoas que vivem em estações espaciais.

“Essas sete cargas úteis estudarão o Sol como uma estrela em todas as posições possíveis do espectro visível, ultravioleta e de raios-x”, disse Manish Purohit.

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“É como se estudássemos o Sol como uma estrela em todas as posições possíveis do espectro visível, ultravioleta e de raios-x, como se fôssemos obter uma imagem em preto e branco, uma imagem colorida e uma imagem de alta definição, uma imagem 4K do Sol, para não perdermos nada do que está acontecendo no sol”, completou. /AP

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