A feira Art Basel, em Miami Beach, recebeu 81 mil pessoas este ano, informaram os organizadores do encontro artístico anual. O evento se manteve nas manchetes durante todo o fim de semana, quando um artista comeu uma banana de 120 mil dólares.
De quinta, 5, a domingo, 8, mais de 200 galeristas de 76 países expuseram suas coleções na 18ª edição da feira em Miami, no sul da Flórida. Como tema central, a Art Basel escolheu falar sobre as mudanças climáticas e também sobre a presença do racismo nos Estados Unidos.
No entanto, o que mais chamou atenção este ano foi a polêmica banana (uma fruta de verdade) que o artista italiano Maurizio Cattelan grudou em uma parede com fita adesiva, sob o título Comediante. A peça foi vendida por 120 mil dólares.
O que ninguém esperava era que o artista e comediante David Datuna, que estava visitando a feira no fim de semana, iria comer a banana e filmar sua 'performance' no Instagram, antes de ser escoltado para fora das instalações. Ele chamou a sua obra de 'Artista Faminto'. Pouco tempo depois, outra banana foi fixada na parede.
Cattelan é conhecido principalmente por sua privada de ouro maciço 18 quilates, batizada América. A peça, avaliada entre cinco e seis milhões de dólares, foi roubada em setembro do palácio Blenheim, no sul da Inglaterra.
Veja o vídeo de 'Artista Faminto' logo abaixo:
'Esperei ficar com fome', diz Datuna
Antes de comer a fruta, Datuna disse que esperou algumas horas, até "ficar com fome", explicou entre risadas na última segunda-feira, 9, já de volta a Nova York.
Nascido em Tbilisi e residente nos Estados Unidos há 22 anos, Datuna reivindicou o irreverente gesto que causou sensação depois de que ele publicou o vídeo nas redes sociais.
Embora essa 'performance artística' possa implicar em problemas legais, Datuna se gabou de ser "o primeiro artista a comer a arte de outro artista". E disse que desde então recebeu "de 40 mil a 50 mil mensagens no Instagram", quase todas encorajadoras.
Apesar do ocorrido, Datuna diz que respeita o trabalho de Cattelan. "Ele é um gênio", que "zomba de tudo", afirmou. Mas "também me agrada o que eu fiz", disse. "Penso que os artistas existem para fazer as pessoas felizes e lhes dar prazer, e foi isso que eu fiz", acrescentou.
Este não é o primeiro 'golpe' artístico de Datuna. Em junho de 2017, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a retirada do país do acordo de Paris sobre o clima, ele colocou o nome TRUMP em letras de gelo em uma praça de Nova York, para denunciar o derretimento das geleiras e recordar o caráter efêmero de sua presidência.
Nesta segunda, o artista disse que está preparando "uma surpresa" para o Super Bowl, a grande final anual do campeonato de futebol americano, acompanhada por quase 100 milhões de espectadores, que ocorrerá em 2 de fevereiro em Miami.