Quando o Guns n' Roses se separou, Axl chamou três guitarristas para substituir Slash, mas precisou apenas uma pessoa para tomar a frente do palco que pertencia ao vocalista chiliquento: Scott Weiland. Ele rebolava como Mick Jagger e tomava drogas como Keith Richards, e a impressão era que, assim como os Stones, ele duraria para sempre. Não deu.
Ao final do meu primeiro ano em SP, em 2010, eu peguei um táxi e em menos de 10 minutos já estava tentando arrumar um ingresso para assistir o Stone Temple Pilots. Eu e um amigo logo conseguimos nos resolver porque a Via Funchal não tinha esgotado os ingressos. Ali eu vi REM, Bob Dylan, New Order e agora a reunião de uma das bandas mais subestimadas da década de 1990. Todos gigantes, cada um à sua maneira. Na fila, encontrei um colega que viria a ser um dos grandes amigos nessa cidade cinza e barulhenta. Foi assim com Stereophonics e Ben Harper sempre trombando por acaso que os laços se fortaleceram.
As bandas que voltam são encaradas com muita desconfiança e quando um dos integrantes é usuário pesado de drogas a chance de tudo dar errado é maior ainda. Os caras provaram que estavam acima de qualquer nariz torcido que apontassem para eles e fizeram um show bonito, mesmo contando em grande parte com muita nostalgia.
A Via Funchal acabou há algum tempo para dar lugar a algum prédio de 5 mil andares na Vila Olímpia. Hoje foi o dia de se despedir de Scott Weiland. Com Velvet Revolver, Stone Temple Pilots ou até no bom e pouco divulgado trabalho solo, ele vai fazer falta.
Abaixo dez momentos do cantor para recordar: