Ana de Armas teve trajetória bem incomum para se tornar uma estrela de Hollywood. Ela nasceu em 1988, no município de Santa Cruz del Norte, interior de Cuba, e cresceu na capital Havana. Na adolescência, deu início ao sonho de virar atriz e estudou na Escola Nacional de Teatro de Cuba. Por causa das origens dos avós, ela se mudou para Madri aos 18 anos e conseguiu nacionalidade espanhola. Foi lá que ela participou da popular série El Internado, seu primeiro projeto de maior exposição.
O destaque na Espanha pavimentou o caminho da jovem para Los Angeles, onde ela debutou no filme Knock Knock (2015), com Keanu Reeves. Desde então, nos últimos dez anos, Ana enfileirou papéis marcantes e se tornou uma das principais atrizes da indústria cinematográfica.

No mundo futurista de Blade Runner 2049 (2017), interpretou Joi, um programa holográfico que seduz o protagonista de Ryan Gosling. Pelo thriller Entre Facas e Segredos (2019), recebeu uma indicação ao Globo de Ouro, e por Blonde (2022), seu retrato controverso da musa Marilyn Monroe, foi nomeada ao Oscar de Melhor Atriz.
Além disso, ela deu vida a uma nova Bond girl em 007 - Sem Tempo para Morrer (2021), despedida de Daniel Craig na pele do agente secreto, e contracenou com Wagner Moura no drama Sergio, cinebiografia do diplomata brasileiro Sergio Vieira de Mello. Também foi par de Ben Affleck no suspense erótico Águas Profundas (2022).
Em dezembro, Ana esteve no Brasil para promover Bailarina, novo filme derivado do universo John Wick, saga de ação estrelada, coincidentemente, por Keanu Reeves. O longa, que será lançado em junho de 2025, é dirigido por Len Wiseman e conta com Norman Reedus e Ian McShane no elenco.

Em entrevista ao Estadão, na CCXP 2024, em São Paulo, a atriz de 36 anos falou sobre as raízes cubanas e do orgulho por ter mostrado a “escuridão” de uma das maiores figuras do século 20.
Perguntada sobre como Cuba a ajudou ou impôs dificuldades em sua carreira, ela respondeu: “Não acho que meu país teve algo a ver com o sucesso ou o processo da minha jornada. Apenas carrego comigo minha herança, minha cultura, minha ‘cubanidade’ e meu ritmo. E isso sempre estará dentro de mim e surgirá em diferentes níveis em cada personagem que eu interpretar”.

Acerca da complexidade do papel emblemático em Blonde, uma crônica fictícia e ousada de Marilyn produzida pela Netflix, a artista comentou: “Estou muito orgulhosa. É uma das coisas favoritas que já fiz, por causa do desafio que foi, do comprometimento que exigiu e da coragem de Andrew [Dominik, diretor] e minha, de todos os envolvidos.”
“Foi um filme complicado de fazer porque ninguém queria fazê-lo”, ela acrescentou. “Eu não estava interessada em imitar ninguém. Se fosse para fazer, queríamos fazer de uma forma real, retratando o que ela [Marilyn] realmente passou, a escuridão de sua vida, a dor e todas essas coisas. Então, não foi o caminho fácil, mas foi incrível. Foi uma experiência linda.”