'Apocalypse Now' ganha nova edição em Blu-Ray

Aproveitando o lançamento de edição com três discos, Coppola lançou uma versão intermediária do filme, com 173 min.

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Pegando carona em Zuenir Ventura – 1968, O Ano Que Nunca Termina –, pode-se dizer do cultuado Apocalypse Now que também é o filme que nunca termina. Em 1979, quando dividiu a Palma de Ouro em Cannes com O Tambor, de Volker Schlondorff – e estreou no Brasil, no Natal –, tinha 153 min. Em 2001, Coppola lançou, também em Cannes, a versão ampliada, Apocalypse Now Redux, repondo mais de 40 minutos de material que havia cortado – 197 min. Há pouco, e aproveitando o lançamento de uma edição especial em Blu-Ray – três discos com o filme, uma entrevista de Steven Soderbergh analisando o impacto da obra e o documentário de Eleanor Coppola, mulher de Francis Ford, narrando o ensandecimento do marido enquanto filmava, O Apocalipse de Um Cineasta –, Coppola lançou uma versão intermediária, com 173 min. Para ele, é a melhor de todas – a definitiva.

Cena de 'Apocalypse Now': guerra ao som de 'A Cavalgada das Valquírias' Foto: Zoetrope

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Nos 70, quando se lançou ao desafio de abordar a Guerra do Vietnã, ele já havia recebido duas vezes o Oscar – por O Poderoso Chefão e O Poderoso Chefão Parte 2 – e a primeira Palma, por A Conversação. Era considerado o maior diretor de sua geração, a da Nova Hollywood, que tomara de assalto o cinemão. Teceu a desmesurada adaptação de O Coração das Trevas, de Joseph Conrad, convencido de que só assim conseguiria retratar o absurdo da guerra no Sudeste Asiático.

O agente especial Willard embarca numa viagem para matar no Camboja um oficial que está provocando destruição. Marlon Brando faz o papel. Kurtz aparece só no fim, mas seus estragos atravessam o filme todo – “O horror, o horror” é sua grande fala. A cena da Cavalgada das Valquírias entrou para a história e Elaine Showalter escreveu um livro sobre a rodagem, nas Filipinas, mostrando a loucura que foi. Criaram-se linhas especiais de drogas e suprimentos, a pedofilia imperava. Pais miseráveis vendiam filhos e filhas. O horror, realmente, mas um grande filme.

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