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Ator Charlton Heston morre aos 84 anos

Por SANDRA MALER E BILL TROTT
Atualização:

O ator Charlton Heston, vencedor de Oscar e cujas feições e presença lhe renderam papéis que vão de Moisés a Michelangelo, morreu no sábado à noite, aos 84 anos, informou a família. Heston, ex-presidente do grupo lobista National Rifle Association (Associação Nacional do Rifle), morreu em sua casa em Beverly Hills com a mulher Lydia ao seu lado, segundo um comunicado da família. O ator, que venceu o Oscar de melhor ator em 1959 como protagonista de "Ben-Hur" anunciou em 2002 que sofria do mal de Alzheimer. "Ninguém poderia pedir uma vida mais plena do que essa. Nenhum homem poderia ter dado mais à sua família, à sua profissão e ao seu país. Nas palavras dele: vivi uma vida maravilhosa, vivi por duas pessoas." A família informou que o velório será privado. Entre grandes filmes ("Os 10 Mandamentos", "Ben-Hur"), filmes de ficção científica ("O Planeta dos Macacos", "Soylent Green") e desastres épicos ("Terremoto"), Heston também gostava de teatro e dirigiu uma versão televisiva da peça de Shakespeare "Antônio e Cleópatra." LOBBY PRÓ-ARMAS O papel mais polêmico de Heston não foi, no entanto, no cinema, mas como líder da National Rifle Association, o grupo de lobby pró-armas, de 1998 a 2003. Ele sempre discursou nas convenções, erguendo um rifle acima da cabeça e avisando aos defensores do desarmamento que só conseguiriam tirar a arma de suas "frias mãos mortas." Nascido John Charlton Carter (Heston é do padrasto) em 4 de outubro de 1923, em Evanston, Illinois, ele debutou no teatro como Papai Noel em uma peça da escola aos 5 anos. Estudou teatro na Universidade Northwestern, onde conheceu a esposa, Lydia, com quem se casou em 1944 e viveu 64 anos. Eles tiveram dois filhos e três netos. Após a Segunda Guerra, Heston foi para a Broadway onde se sustentou por algum tempo posando nu como modelo para artistas, entre trabalhos de ator. Em 1956, Heston foi escalado para fazer Moisés em "Os 10 Mandamentos", um épico de 7,5 milhões de dólares, o filme mais caro até aquela época, e que se tornou a maior bilheteria depois de "E o Vento Levou". Fez ainda filmes de menos sucesso como "Agonia e êxtase", de 1965, em que atuou como Michelangelo. Nos anos 60, Heston se envolveu no movimento pelos Direitos Civis. Também chegou a fazer campanha pelos democratas, mas passou a apoiar o republicano Richard Nixon em 1972 e também apoiou seu velho amigo Ronald Reagan para a presidência. Depois disso, sempre foi identificado com causas e políticas conservadoras. Heston foi condecorado com a Medalha Presidencial da Liberdade pelo presidente George W. Bush em 2003.

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