É necessário fazer uma distinção entre a história do verdadeiro Aron Ralston e aquela mostrada em 127 Horas, de Danny Boyle, que estreia em circuito nacional e concorre a 6 Oscars - entre eles, melhor filme e ator (James Franco). O sujeito real é aquele que ficou 127 horas com o braço preso entre duas rochas, num cânion, em Utah, e teve de amputá-lo sozinho para conseguir sobreviver. Uma história que, em 2003, saiu em jornais do mundo todo e, mais tarde, virou um livro de memórias. Engenheiro por formação, e aventureiro por natureza, Ralston (Franco) passa o final de semana escalando montanhas. Poucos incidentes cruzam o seu caminho: um par de garotas - interpretadas por Kate Mara e Amber Tamblyn - que têm pouca experiência e também estão explorando a mesma região. O filme se ocupa delas por pouco tempo. Os três se divertem numa piscina natural dentro de uma caverna, mas depois o protagonista segue sozinho. Minutos mais tarde, cai numa fenda e uma rocha desliza por cima dele, prendendo seu braço. Começam então suas 127 horas de agonia. Para retratar isso, Boyle se vale de alguns malabarismos e muita pirotecnia, tentando segurar 90 minutos de um homem contra a natureza. Para criar o filme, o diretor tinha material em que se apoiar - o vídeo-diário que o próprio Ralston manteve naqueles dias, além do próprio sobrevivente para contar a sua história.