Com um grande número de estrelas, a 76.ª edição do Festival de Cinema de Veneza começa hoje recebendo nomes importantes da sétima arte, como Brad Pitt, Catherine Deneuve, Joaquin Phoenix e Roman Polanski.
A prestigiosa mostra começa com o filme La Vérité (A Verdade), do diretor japonês Kore-eda Hirokazu, protagonizado pelas francesas Deneuve e Juliette Binoche.
O diretor do evento, Alberto Barbera, anunciou que o festival também vai receber este ano Meryl Streep, Robert De Niro, Scarlett Johansson, Penélope Cruz, Johnny Depp, Robert Pattinson, Tommy Lee Jones, Antonio Banderas, Harvey Keitel, Gael García Bernal e Kristen Stewart, entre outros.
Vinte e um filmes, todos estreias mundiais, disputarão o Leão de Ouro, incluindo a superprodução Coringa, de Todd Phillips, protagonizado por Phoenix.
Há vários anos, o Festival de Veneza se transformou em uma plataforma de lançamentos para o Oscar. Alguns filmes venceram diversas estatuetas depois de passar pelo evento: Gravidade, Birdman, La la Land, Moonlight, Spotlight e A Forma da Água.
Hollywood também marcará presença com Ad Astra de James Gray, uma odisseia espacial com Brad Pitt e Tommy Lee Jones como protagonistas, confirmando o namoro do cinema americano com Veneza. O filme é produzido pelo brasileiro Rodrigo Teixeira.
O francês Olivier Assayas está na disputa com Wasp Network, uma adaptação do livro do brasileiro Fernando Morais Os Últimos Soldados da Guerra Fria.
O filme, também produzido por Teixeira, é um thriller inspirado na vida de cinco espiões cubanos que atuaram na comunidade de exilados em Miami durante os anos 1990. No elenco, estão a espanhola Penélope Cruz e o brasileiro Wagner Moura.
Polanski e polêmica
O retorno ao lendário Lido do cineasta franco-polonês Roman Polanski, na disputa com J’Accuse, sobre o caso Dreyfus, o escândalo de antissemitismo na França entre 1894 e 1906, provocou polêmica pelo envolvimento do diretor em uma série de escândalos sexuais nos Estados Unidos há várias décadas.
Barbera defendeu a inclusão do último filme do diretor veterano como uma reconstrução “extraordinária” de um evento histórico. Vários grupos feministas protestaram contra a presença de Polanski na mostra, assim como pelo reduzido número de filmes dirigidos por mulheres.
Apenas dois diretores latino-americanos foram selecionados: o chileno Pablo Larraín e o colombiano Ciro Guerra.
Larraín exibirá Ema, protagonizado por Gael García Bernal, uma história de adoção, enquanto Guerra apresentará sua adaptação do livro de J.M. Coetzee À Espera dos Bárbaros, com Johnny Depp e Mark Rylance.
Netflix presente
Outro diretor renomado selecionado para a mostra é o americano Steven Soderbergh, que compete com The Laundromat, um filme sobre o escândalo de vazamento de documentos confidenciais conhecido como Panama Papers, com Meryl Streep e Antonio Banderas.
Produzido pela Netflix, plataforma de streaming que não foi vetada de Veneza, ao contrário do que acontece em Cannes, Marriage Story também está na mostra competitiva. O diretor Noah Baumbach aborda a crise em um casamento no longa protagonizado por Scarlett Johansson e Adam Driver.
O festival italiano optou por abrir as portas ao gigante do audiovisual após a guerra entre Cannes e Netflix, o que garante bons títulos para Veneza, como aconteceu no ano passado com Roma, do mexicano Alfonso Cuarón, vencedor do Leão de Ouro.
A condição feminina, presente em quase todos os filmes de acordo com Barbera, está garantida pela cineasta saudita Haifaa al-Mansour com The Perfect Candidate e a australiana Shannon Murphy com Babyteeth. Os filmes serão avaliados por um júri presidido pela cineasta argentina Lucrecia Martel.
O diretor espanhol Pedro Almodóvar receberá o Leão de Ouro especial por sua carreira. A organização aguarda a presença do astro britânico Mick Jagger para o encerramento do festival. Ele é um dos protagonistas do suspense The Burnt Orange Heresy, dirigido pelo italiano Giuseppe Capotondi. / AFP