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‘Ruby Marinho’, boa pedida para pais e filhos, usa o fundo do mar para falar sobre adolescência

Lembrando ‘Red: Crescer é uma Fera’, novo longa-metragem da Dreamworks discute as dores do crescimento

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Foto do author Matheus Mans

Os dilemas do crescimento são universais. Não importa quem você seja ou de onde você é, sempre haverá preocupação com as mudanças do corpo, com a pressão da família e com aquela necessidade urgente de definir seu futuro pra logo. Tudo é pra ontem. E é justamente sobre essa fase da vida que fala Ruby Marinho: Monstro Adolescente, animação da Dreamworks que estreia nos cinemas já nesta quinta-feira, 29 de junho.

Dirigido por Kirk DeMicco e Faryn Pearl, o longa acompanha Ruby, uma doce e desajeitada garota que é, na verdade, uma kraken – aquele monstro marinho que habita a imaginação das pessoas envolvendo o fundo do mar, indo desde o poema de Alfred Tennyson até a criatura de H.P. Lovecraft. Apesar de ser tão diferente, porém, ela enfrenta os mesmo dramas: uma paixão avassaladora, o medo do baile de formatura e desavenças com a mãe.

Ruby Marinho e as inversões de expectativas

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É uma história bem parecida com a de Red: Crescer é uma Fera, animação da Disney-Pixar lançada diretamente no streaming Disney+, com algumas diferenças. Um fala sobre uma garotinha que vira um panda-vermelho gigante, enquanto este aqui fala sobre uma garota-kraken, em um mundo de humanos, que aos poucos descobre sua verdadeira identidade no fundo do mar ao virar um monstro de tamanho estratosférico e muito temido.

Ruby Marinho: Monstro Adolescente ainda brinca com um outro elemento, invertendo as expectativas: as sereias, que são geralmente seres de luz e retratados como benevolentes, aqui se tornam as vilãs. São as inimigas mortais dos krakens, travando uma guerra no mar.

Cena do filme Ruby Marinho da Universal Pictures e DreamWorks Foto: Universal Pictures

“Todos nós pensamos que conhecemos as histórias do kraken – que eles são esses monstros sedentos de sangue, afundadores de navios. O mesmo acontece com as sereias, que são tradicionalmente personagens de contos de fadas adoráveis e divertidas. Estamos invertendo isso”, afirma a produtora Kelly Cooney ao site NovaStream. “Mas, no fundo, esta é a história de uma adolescente que está tentando encontrar o seu lugar no mundo”.

Uma história familiar

Ainda que depois dessas inversões de expectativas a história embarque em uma certa obviedade, dando pra adivinhar como termina com apenas 20 minutos de projeção, Ruby Marinho: Monstro Adolescente tem coração. A personagem principal, que no original é dublada por Lana Condor (Para Todos os Garotos que Já Amei), emociona e consegue convencer – dá para perceber que garotas adolescentes podem se identificar com ela.

Além disso, as questões familiares logo ganham força, principalmente na forma de relacionamento com a avó (Jane Fonda, no original) e a mãe (Toni Collette). Não precisa ser kraken para passar por essas situações. “[O filme] mostra esta família que se afastou. Mamãe e vovó não estão se falando, e Ruby está um pouco presa no meio de tudo e precisa descobrir uma maneira de reunir sua família e, ao mesmo tempo, tornar-se ela mesma”, explica o diretor da animação, Kirk DeMicco, também ao site NovaStream.

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Cena do filme Ruby Marinho da Universal Pictures e DreamWorks Foto: Universal Pictures

Com isso, Ruby Marinho: Monstro Adolescente tenta abocanhar vários tipos de público, principalmente pais e filhos, mas sem nunca soar sério demais como algumas animações da Pixar, como Divertida Mente e Soul. É um filme com temas densos e complicados, mas que nunca perde o foco: ser uma aventura lúdica e verdadeira para as crianças e pré-adolescentes, principalmente do público feminino, a partir do mistério do fundo do mar.

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