Três cineastas mexicanos e uma amizade fundamental

Guillermo del Toro, Alejandro González Iñárritu e Alfonso Cuarón comemoram novos filmes e sucesso que união propiciou

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Por AFP
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Conhecidos como os “Três Amigos” em Hollywood, Guillermo del Toro, Alejandro González Iñárritu e Alfonso Cuarón acumularam vários Oscars e forjaram uma era de ouro do cinema mexicano. Em um evento em Los Angeles na sexta, 6, para comemorar seus novos filmes, o trio disse que sua amizade foi fundamental para o sucesso, mesmo que não levem muito a sério o apelido.

Alfonso Cuaron, Alejandro Gonzalez Inarritu e Guillermo del Toro Foto: MICHAEL TRAN / AFP

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“Amigo um chamando amigo dois!”, disse Del Toro, dando empurrãozinho em Cuarón. “Eu poderia ter sido um bom diretor sem a intervenção deles. Mas eles intervieram e eu sobrevivi!”, brincou Iñárritu.

O vínculo entre eles – nascidos com alguns anos de diferença – é de longa data, quando Cuarón e Del Toro fizeram sucesso juntos na televisão e Iñárritu, no rádio, antes de cada um mudar para o cinema.

Desde grandes sucessos como Amores Perros, de Iñárritu em 2000, os compatriotas têm trocado ideias frequentes sobre novos projetos, e até ajudaram a reeditar inteiramente as obras uns dos outros.

“Honestamente, acho que foi crucial... Não andar sozinho neste trabalho é um belo presente para nós”, acredita Iñárritu. “Falamos ou não falamos, mas sei que os outros dois estão dispostos a tudo”, concordou Cuarón. “Às vezes você até evita a opinião deles! Você diz: ‘Vou em frente porque sei o que eles vão me dizer!’”, brincou Del Toro.

PARCERIAS. Em 2018, Cuarón causou alvoroço ao fazer parceria com a Netflix para criar Roma, drama intimista em preto e branco que rendeu o segundo Oscar de melhor diretor (depois de Gravidade). Iñárritu e Del Toro seguiram seus passos com a gigante do streaming.

Para Iñárritu, que ganhou dois Oscars consecutivos com Birdman e O Regresso, a Netflix deu a ele a oportunidade de fazer seu filme mais pessoal até agora. O amplo e onírico Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades segue um cineasta mexicano enquanto ele explora as linhas tênues entre realidade e memória, vida e morte.

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O personagem-título recebe um prestigioso prêmio, iniciando um período de reflexão e evocando paralelos com as carreiras dos Três Amigos.

“Não acho que isso nos mudou como cineastas... mas, definitivamente, o reconhecimento como o Oscar ou outros prêmios às vezes torna a jornada um pouco mais fácil mais tarde”, disse Cuarón.

Para Del Toro, seu Oscar de melhor filme e diretor por A Forma da Água em 2018 mudou sua vida. “Foi lindo. E foi muito comovente.” Seu último filme, Pinóquio, uma versão sombria e animada do romance italiano sobre uma marionete viva, foi outro sucesso.

Espera-se que ganhe o prêmio de melhor animação no Globo de Ouro, na terça, 10, e no Critics Choice Awards, dia 15, e provavelmente ganhará um Oscar em março.

Questionados sobre qual era o segredo do sucesso, o trio foi criativo. “Acho que nosso desejo por tacos talvez seja o que compartilhamos... mas ele sempre vence!”, disse Iñárritu, apontando para Del Toro. “Acho humor”, respondeu Del Toro. “E um bom hálito!” l AFP

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