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Filme de Lee Chang-dong prova que outro olhar é possível

Por AE
Atualização:

"Poetry" (Poesia), do coreano Lee Chang-dong, que estreia hoje no Brasil, é um filme que foi muito bem recebido pela crítica internacional e um programa imperdível, uma vez que mostra a existência de um outro olhar, um cinema alternativo ao norte-americano. O filme levou o prêmio de melhor roteiro no festival de Cannes no ano passado, embora alguns críticos torciam para que a da obra-prima coreana conquistasse a Palma de Ouro, prêmio vencido por Apichatpong Weearsethakul, com o filme "Tio Boonmee"."Em ''Poetry'', me baseei numa história real, a de uma garota que foi estuprada por colegas e se suicidou. Tinha essa situação realmente forte, mas é preciso fazer a diferença entre ''história'' e ''tema''", contou o cineasta à reportagem no ano passado, antes de saber que levaria o prêmio de melhor roteiro. "Ao crime, eu terminei aqui superpondo a história da idosa que descobre que sofre de Alzheimer. É uma situação dolorosa, a certeza de que vai mergulhar no esquecimento, que vai perder o vínculo com a realidade. Ela reage inscrevendo-se num curso de poesia." E por que poesia? "A poesia tende a ser abstrata. Poemas, em geral, são sobre coisas que não vemos e me parecia intrigante trabalhar com abstrações num meio tão concreto e visual como o cinema. A poesia responde a questões profundas, ao próprio sentido da vida. Satisfaz nossa necessidade de beleza e tudo isso contribui para a tessitura temática, e dramática do filme. A poesia interage com as histórias. Foi um roteiro que me saiu de um jato, mas depois fiquei polindo. Acho que se percebe isso." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.POESIAShi/Poetry. Coreia do Sul/2010, 139 min. Drama. Direção: Lee Chang-dong.16 anos.

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