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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Academia Paulista de Letras faz evento para discutir censura na literatura infantojuvenil

‘Qualquer mal-entendido em torno de preconceitos sobre temas presentes na literatura infantil precisa ser debatido de forma madura’, defende a mediadora e escritora Mary Del Priore

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Foto do author Paula Bonelli
Por Paula Bonelli
Atualização:

A Academia Paulista de Letras vai promover palestras com renomados escritores de literatura infantojuvenil em sua sede no Largo do Arouche, em São Paulo, nesta quinta-feira, 9, das 9h às 17h. O intuito é discutir os crescentes ataques contra livros. Entre os palestrantes estão Ana Maria Machado, Pedro Bandeira, Ilan Brenman, Ruth Rocha, Mauricio de Sousa, José Carlos Sebe e Marisa Lajolo.

Os organizadores do evento destacam que, embora a censura à ficção esteja em discussão na sociedade, a censura aos livros infantis não tem recebido a mesma atenção. Recentemente, a Livraria da Editora Unesp, no centro de São Paulo, foi alvo de uma série de e-mails violentos devido à exposição de obras de Monteiro Lobato em uma vitrine. O autor de “As Caçadas de Pedrinho” vem sendo atacado sistematicamente por grupos identitários.

O hábito da leitura na infância tem perdido força com a presença das telas e das redes sociais na vidas das famílias Foto: Robson Fernandjes/Estadão

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Ana Maria Machado também foi envolvida em uma polêmica nas redes sociais acusada de fazer apologia ao suicídio por mencionar um menino que se engasga com uma fruta em seu livro O Menino que Espiava pra Dentro. No Canadá, nos Estados Unidos e em países europeus também ocorrem situações semelhantes com livros sendo proibidos em estabelecimentos escolares.

“Há um sentimento de insegurança em relação ao que pode ser escrito e publicado, o que ensejou a vontade de reunir os maiores escritores e vendedores de literatura infantil do Brasil para falar desse assunto”, afirma uma das mediadoras do evento Mary Del Priore.

“É preciso que os pais e professores estejam alertas para a importância de continuarmos a criar pequenos leitores, por meio da literatura infantil, que renova leitores. Qualquer mal-entendido em torno de preconceitos sobre temas presentes na literatura infantil precisa ser debatido de forma madura”, completa a escritora.

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Mary Del Priore Foto: PenseD

No evento, lan Brenman participará de discussão sobre tendência das editoras em reescrever textos originais de autores consagrados sob uma perspectiva politicamente correta e critérios morais. Outra participação será do escritor Daniel Munduruku, representando autores dos povos originários. Haverá uma homenagem para Joel Rufino, que foi um dos autores negros mais lido no Brasil.

As palestras são direcionadas para professores das redes pública e privada, escritores, redatores , editores, livreiros e público em geral. As inscrições podem ser feitas por meio do e-mail secretaria@academiapaulistadeletras.org.br.

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