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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Karol Conká diz que ingenuidade atrapalha mulheres no mercado da música

Ex-BBB é madrinha Women’s Music Event, um encontro de mulheres da indústria da música

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Por Paula Bonelli

Madrinha do encontro de mulheres da indústria da música, o Women’s Music Event (WME), a cantora e ex-integrante do Big Brother Brasil Karol Conká discute as dificuldades que passou até conquistar o sucesso: “Uma delas foi a falta de conhecimento na parte administrativa. Sempre comento com minhas amigas sobre o quanto a ingenuidade atrapalha nós mulheres no mercado. Se você não tem informações básicas de como seguir com a sua carreira isso é um obstáculo grande.”

O evento, que começa hoje em São Paulo, apresenta extensa programação de mesas e shows até dia 18. A própria Karol faz palestra amanhã na Biblioteca Mário de Andrade, mediante compra de ingressos. Haverá ainda participações de Tulipa Ruiz, Marimoon, entre outras.

A cantora Karol Conká nasceu em Curitiba, mas atualmente mora no bairro Pinheiros em São Paulo. Foto: Lana Pinho/Divulgação

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Karol diz ter sido criticada no início da carreira por só saber cantar. “Era rodeada de homens, não havia mulheres confiantes ao meu redor. E a energia dos homens era de me tratar como uma peça de brinquedo. Faz o que eu estou pedindo, senão sua carreira não vai deslanchar.”

Ela diz que há várias histórias de artistas que passaram pela mesma situação. “Conheço outras mulheres que foram ameaçadas de ter a carreira prejudicada caso não atendessem a vontade egóica de homens que comandavam o mercado. Karol fala que endureceu para transitar nesse mundo: “Infelizmente, para conseguir chegar onde cheguei, tive que aprender a ser mais ácida para ser levada a sério.”

Para ela, as mulheres precisam de mais reconhecimento, espaço, apoio das marcas e de investidores para poderem construir carreira na área musical: “Aqui no Brasil o que funciona mais são as mulheres como cantoras e intérpretes de Pop ou MPB, na linha de frente do palco mesmo. Agora temos muitas mulheres representando o rap nacional, mas eu venho de uma época em que tinham poucas. Hoje, faltam ainda mulheres na produção musical, na produção artística, na parte técnica e também atuando como DJs. Por isso o WME é tão importante, porque oferece uma plataforma de profissionais excelentes na área artística”.

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A polêmica participação no BBB 21 também faz parte das lições que Karol divide com o público durante suas palestras. No reality, ela agiu de forma agressiva com o participante Lucas Penteado, que acabou saindo da casa. Depois, ela foi criticada, cancelada nas redes, caiu num período de depressão. Mas conseguiu superar a fase ruim e criou músicas que refletem sua vivência no BBB. “Fiz sessões de terapia para entender o que o público dizia e o que eu realmente estava sentindo. Consegui enxergar com uma lupa o que estava acontecendo. Percebi, então, que poderia gastar a minha energia sofrendo com o que tinha vivido ou gastá-la reconstruindo uma nova história para mim mesma.”

Em 2022, Karol lançou o álbum Urucum – nome que representa a cura. “É uma planta que tem poder de cicatrização. No reality, o Brasil falou muito que eu era fragmentada, transformei isso em arte... coloquei as minhas quatro personalidades no álbum: Caroline, Karol Conká, Mamacita e Já que é pra Tombar (como as pessoas a chamavam durante o BBB). Eu também sou do humor, brinco com a minha própria desgraça. Mas a personalidade Já que é pra Tombar está num retiro e ela não volta”, conclui.

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